domingo, 14 de abril de 2019

DEVANEIOS-DE PENTALUGARES-28 DE SET DE 2013

Tenho Cara De Antigamente Quando A Memória Voa
O SR. VIRA CRIANÇA E A CRIANÇA CRIA JUÍZO
O Infante Nunca Deveria Querer Ter Juízo

Edélvio Coe;ho :indoso

DEVANEIOS

sábado, 28 de setembro de 2013

 DE PENTALUGARES


DE BEBETO - 1947 - meus doze anos.  Colega de CAB, com irmão mais velho chamado Rogemir e um cascabulho, todos viciados em futebol, até enjoar.  Bebeto era magro, um pouco mais alto que eu, canhoto e com um chute poderosíssimo, mas era um frouxo.  De noite saiamos da Igreja da Capunga e entravamos pela parte baixa do CAB onde havia a alameda de Ficus da qual já falamos algumas vezes.  Eu, mais baixo e socado no grosso, de propósito, que maldade, queria levá-lo por aquele caminho sombreado e ele resistia.  Eu quase o suspendia, e ele resistia;  era um molenga, mas era meu amigo.


DE MARLU E PINTO JUNIOR - 1946 - meus onze anos.  Lilo, noso primo, mais impossível (impulsivo), impossível.  Fugido da Marinha e agora no Exército, à paisana, enfiado no nosso Casarão;  nosso, dos quatro irmãos, ídolo, fumava cigarros Olinda ou Iolanda, em maços brancos alvíssimos, envolto numa aura de fumaça azulada, expirando duas faixas pelas narinas, com os pêlos louros dos braços se exibindo sob a voz solta em cantorias.  Era hipnótico, tanto como o contorno das duas caras exatamente iguais no ouro em que eram fixadas as mulheres na face alva e brilhante do papel do maço de cigarros.  Espetáculo montado até que um grupo do Exército sob o comando do Tenete Antenor, um natalense contra-parente do nosso galã fugido naquele momento das lides militares;  Percebendo a situação, se evadia pelos fundos da casa

passando por cima do riacho de maré cheirando a mar, escalando o muro onde era a ponte e vizualizando a equipe verde penetrando na casa à sua procura.  Era uma aventura eletrizante para nós, assistentes.  Logo em seguida, surgia Marlu, baixinha, de pernas grossas vestida de meias cremes, até abaixo dos joelhos.  Saia beje e blusa branca com gravata da cor das meias. Pinto Junior era o nome da Escola de formação de Normalistas, tão decantadas no Rádio,  sonho de noventa e nove moiçolas entre cem.  Ela estava pronta e ia cumprir seu ritual acadêmico.


DE QUATRO CANTOS - 1940 a 1945, sempre, dos seis aos onze anos.  Oitão do Casarão, rua Joaquim Nabuco, rua comprida até que sua paralelas se encontrassem, e lá ia eu, indo e voltando, até a Padaria, ou à venda do português que nos abastecia,; noutra ponta do quarteirão não lembro o que havia, e na outra estava se montando um projeto do que seria a primeira fábrica de Coca-Cola.  Sempre estava lá, um, apenas um, não sei se subordinado operário ou se engenheiro; ferramenta à mão, mas o que me impressionava eram sua botas de cano curto, como dois ímãs de atração compulsiva.  A partir dai tive muitas dessa botas, até feitas por encomenda, ARTESANALMENTE;  EXPLIQUE-SE ESSES IMPULSOS QUE A PSICOLOGIA NÃO CONSEGUE.  MAS A MINHA MALUQUÊS, QUE AINDA HOJE, AOS SETENTA E OITO ANOS, OLHANDO PELO ESPELHO RETROVISOR DO TEMPO, ME DEIXA INTRIGADO, É O RACIOCÍNIO DE UMA CABECITA DAQUELA IDADE FAZIA, DE SI PARA SI:  EU FALAVA MUDAMENTE COMIGO MESMO, CONSIDERANDO  A DISTÂNCIA CANSATIVA, JÁ EXPOSTA, DAQUELA RUA, MULTIPLICADA POR DOIS, POR CAUSA DA VOLTA:  PAPAI DO CÉU, OLHANDO OS DESENHOS TRABALHADOS DE ALGUMAS CALÇADAS, SE EU TENHO QUE VOLTAR SOBRES AS MESMAS PISADAS QUE ME LEVAM, POR QUE NÃO POSSO DAR MEIA VOLTA SOBRE MIM E PRONTO, JÁ ESTOU EM CASA!?.  PRÁTICO, SE ISSO FOSSE POSSÍVEL.  ERA A MINHA RAZÃO TRABALHANDO PRAGMATICAMENTE, JÁ, NAQUELA INFÂNCIA. POR ISSO, ACHO QUE SOU UM ALUADO.


DE SÔNIA CORREIA LINS - NO "T" DESSES MESMOS TEMPOS. - SIM, ESSA MESMA SÔNIA QUE HOJE CLINICA SEU ODONTO EM SÃO PAULO.  VINHA ELA DO ESPINHEIRO, DE BICICLETA, PARA ESUDAREM JUNTAS ELA E MARLU, NO CASARÃO.  ERA O CLICHÊ DA MOCINHA CHIQUE E BEM COMPORTADA.  FOFINHA SEM SER GORDA, BRANQUINHA, BAIXINHA, DE ÓCULOS MUITO DELICADOS.  MORAVA EM CASA COBERTA COM AQUELES ERVÍDEOS QUE SE COLAM EM TODA A SUPERFÍCIE DO IMÓVEL.  SEU IRMÃO ERA SÍLVIO E POUCO O VÍAMOS.  ELA CONSENTIA QUE EU DESFILASSE COM A SUA MÁQUINA INDO E VOLTANDO NA RUA DO SEM FIM, APENAS SEGURANDO O GUIDOM, QUE ERA O QUE O MEU TAMANHO PERMITIA. DOCES LEMBRANÇAS.


BAIRROS DA MINHA INFÂNCIA - ESPINHEIRO, AFLITOS TORRE, MADALENA, GRAÇAS, DERBY, ZUMBI, CASA AMARELA, CASA FORTE, JAQUEIRA, CAJUEIRO FUNDÃO, ÁGUA FRIA, ENCRUZILHADA, PINA, BOA VIAGEM.  POR AI CIRCULEI FAZENDO MUSCULAÇÃO PRA MINHA MENTE, PARA FERTILIZAR MINHA MEMÓRIA, PARA FORTALECER O MEU CARÁTER, PARA SOFREJAR DORES E ANIMAR SONHOS. LEMBRO-ME DOS CALORES DO SOL E DAS ÁGUAS FORTES DAS CHUVAS, DOS CHEIROS DAS MANGAS, DAS INQUIETUDES INFANTIS, DA FREQUÊNCIA NA ESCOLA, DA OBSERVAÇÃO DA VIDA, DA PASSAGEM DOS CAMINHÕES DO EXÉRCITO RUMO AO PORTO, LEVANDO O JEZIEL NORBERTO SARGENTO E O SARGENTO SILAS MUNGUBA, E TRAZENDO-OS OITO MESES DEPOIS, COM EXPERIÊNCIA DE VIDA ENRIQUECIDA PELOS HUMORES DA GUERRA, PARA SERVIR AS COMUNIDADES DA PÁTRIA COM O ARDOR DA SOBREVIVÊNCIA E O ACONCHEGO DAS FAMÍLIAS.


 


DEVANEIOS-DE PINGALHO E PÃO SOVADO-27 DE SET DE 2013

Tenho Cara De Antigamente Quando Nos 40 Sonhava Ser  Gente
AGORA NOS 2000 ME ARREPENDO DE TER CRESCIDO

Edélvio Coelho Lindoso

DEVANEIOS

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

DE PIINGALHO E PÃO SOVADO

Mais um tico de Tio Artur

Da minha memória anterior, o meu Tio Artur que tinha na ação de Compoltor sua via remunerativa, que viajava constantemente da Capital ao Sertão e vice-versa, creio que conhecia os caminhoneiros da época e de vez em quando conquistava uma carona que favorecia sua bolsa tão parca.  Contou dessa última viagem, só não sei de qual sertão, que veio sobre uma carga de mamona(carrapateira) sob sol intenso, dai a versão de ter cozido os rins, o que provocou a intersecção urinaria até o óbito.  Me contava histórias do arco da velha, eu deitado em seu colo e recebendo os perdigotos de sua animação, coisa e linguagem nunca consentidas por meu Pai, de um caçador com uma espingarda que deu um tiro no cu de uma onça, que lhe saiu pela boca, na disparada.  Eu vibrava, nos meus nove anos, e como já conhecia essa história, repetia labialmente toda a linguagem, como se estivesse insultando meu pobre Pai, por me proibir tamanho prazer.

De Pingalho e Pão Sovado

Vizinho ao terreno da Igreja da Capunga e com a frente na mesma direção para o CAB, havia uma vendinha que tinha um cheiro ácido e acre de aguardente, pelo hábito de sua clientela, pés-inchados, derramarem ao chão a parte do santo, no costume.  Se chegava, como acontecia nas viagens que meu Pai fazia e nunca voltava só, irmãos que sempre estavam vindo à grande cidade pela primeira vez (o Casarão sempre parecia uma pensão), ora para tratamento de saude, ora para estudar e por qualquer necessidade,  esse novo inquilino era sapateiro meia-sola, de profissão;  então, alugava um espaço no Pingalho e aliviava sua precisão.  Ali, além da aguardente tinha um pão sovado macio, cheiroso e a parte de cima de um vermelho escuro molhado que apetitava quem para ele olhasse.  Que gostosura.

Na casa nos fundos da Igreja, moravam a zeladora, um neto rapaz, seu pai ,Iinvestgador de Polícia, que numa despedida ao filho que dormia, viu a arma no coldre axilar disparar e atingi-lo. Foi um pandemônio, mas com bom final.  Havia ainda uma filha da zeladora, a Angélica que conheceu o Pedro Jofile, um sargento do Exército, gaucho, e pintou um casamento. E assim foi e assim ficou.

 

sexta-feira, 12 de abril de 2019

DEVANEIOS-DE COISAS

Tenho Cara De Antigamente Quando 0 Acontecido Nada Era
E O NADA NASCE, CRESCE E MORRE




Nethuno, Deus Do Oceano

Bolsonaro:  o exército não matou ninguém, mesmo com os 80 tiros chutados mirando somente o motorista-músico Evaldo Santos Rosa de 46 anos de idade.  Ia ele com a família para um chá de bebê numa cortezia inocente entre compadres.  Ainda:  o exército é do povo.  Como se pode entranhar essa força em uma façanha policial?  Esse é o presidente dito de direita,  sem moldes de ternura ou de respeito pelos sentimentos alheios.  Consequência, uma família estiolada curtindo uma orfandade muito antes do tempo.

Anda, só nove elementos foram presos.  Basta.  Por que nas notícias quendo falam em valores e anotam por exemplo, 20$mil, ficamos em dúvidas se não serão, milhões!  Continuando sob as coisas:  o google-notícias para atender pedido de explicação num texto, nos remete para uma página infinita, com redundâncias havidas em mídias diferentes.  Como é cansativo e ineficaz, considerando o espaço e o tempo gastos?   Chamamos à isso, de "encher linguiça".

O Moro nao moroliza mais nada.  Seu bom conceito de juiz caiu quando resolveu se melecar na imundície da política como ministro da justiça e segurança pública.  Foi enganado por seu líder Bolsonaro que tinha compromisso de não se intrometer nos seus afazeres ministeriais.  O fez desfazer a indicação de uma pessoa e o Moro enguliu a vergonha vergonhozamente.  Ontem, pela imprensa, cantou ser "incidente" os 80 tiros que mataram um paisano booa praça.  Muito feio isso para um bom batista.

O presidente, mesmo não sendo economista, inseriu-se, segundo ele próprio, fulminando o novo ministro dessa pasta com a mesma luxúria que fez com o Moro, de que não se intrometeria nas suas atribuições.  Cortou os 5.7% de aumento que cairiam sobre o óleo diesel, no dia 12 deste mês e imediatamente asinalou um pejuízo de 32 bilhões de real sobre o valor de mercado da Patrobrás.  Virou boneco de engonço tremelente diante dos caminhoneiros.  O seu vice general Mourão acha que ele  retrocederá antes do sol cair.