quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

DEVANEIOS - DE "MALDITO CORAÇÃO"

Tenho Cara De Antigamente, Quando Se O Chorar Era Muito, Era A Alegria Que Era Pouca
ÂNGELA MARIA, A RAINHA DA VOZ

Linda Árvore
Ângela MariaE tu que acreditavas mandar em todo o mundo,
Por isso nunca fostes capaz de perdoar.
Cruel e desalmado, de tudo tu te rias,
Hoje imploras carinho até por piedade.
Onde está teu orgulho, cadê tua coragem!
Ti hoje estás vencido, imploras caridade,
Já vês que não é certo, amar sem ser amado
E assim tão derrotado, que lástima me dás.
Maldito coração, me alegra que tu sofras,
Que chores, que te humilhes assim
Frente a esse amor.  A vida é uma roleta
Em que apostamos tudo e a ti sempre foi dado
O direito de ganhar;  mas hoje a tua sorte
Faltou, não ai chegar...  falhaste coração,
Não voltes a jogar...

PENA QUE NÃO SEI INSERIR A MÚSICA AQUI

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

DEVANEIOS - DE MALMENTE

Tenho Cara De Antigamente, Quando Malmente Era Coisa Rara, Nem Sempre
VEZ EM QUANDO E POUCA VEZ

Judeu Ortodoxo No Muro Das Lamentações-Jerusalém

Salve o Macri (Maurício), Presidente recém-eleito da Argentina que de chofre desativou a TV estatal, por motivos óbvios que o Brasil, aqui, não vê.  Naturalmente ele sente, lá, a desimportância desta mídia para os fins que lhe são apontados.  Nunca haverá afeiçoados para se sentar e assistir um programa que mostra sem retoque o comportamento rotineiro dos políticos.  Na verdade é uma invenção cabide para pendurar colegas não reeleitos, parentes e amigos de eleitores e pessoas submissas e sem valor moral para não aceitar trabalhar sob esta condição.

No Brasil, boamente esse clima perdura com consequências de valor nenhum, mas despesas descomunais para montar e segurar um apetrecho deste.  Quem quer notícia do quadro político assiste TV comum aberta ou fechada, com assuntos restritamente apresentados e um pouco mais por um colunista crítico, e só.  Malmente lê jornais ou revistas, focando estas páginas.  Existem sim, maniacos por esses assuntos mas jamais dariam um volume que sustentasse uma TV sem imãs para ser interessante.  Segurar essa estultície é prova da falta de seriedade deste País.

Antes de desativar a TV estatal, e em primeiro lugar, tem-se que aplanar o terreno e limpá-lo de todas as suas imperfeições, para construir o garantidor de uma Segurança Pública confiável que por sua vez, garantirá a Paz Social tão esperada.  Os CCA, (Complexo De Casa De Apenação), espigões verticais com celas de 2,5 mts individuais e indevassáveis, para abrigar infratores e criminosos, maiores e menores de 15 anos de idade, homens e mulheres, que jamais conhecerão seus vizinhos durante o cumprimento da pena, integralmente.

Esses CCA em rede, em cada capital brasileira e também no DF, e ainda nas segundas cidades mais populosas de cada Estado, num total de cinquenta e três.  Nestes Complexos haverão Fóruns Judiciais funcionando em três turnos de oito horas, diariamente;  haverão Hospitais-Escolas, Farmácias, Manicômio e implantado em cada, um centro de recepção e extração de órgãos humanos para implantes.  A única forma de redução de pena é a doação, chegando até, para os de maior complexidade, a 1/4 do tempo indicado.  Terão mobilidade de aviões, lanchas e ambulâncias.

sábado, 26 de dezembro de 2015

DEVANEIOS - DE VACILOS

Tenho Cara De Antigamente, Quando Alfredo Nos Punha 4 Irmãos Em 2 Caçuás
UMA ROUPA NOVA SIGNIFICAVA NUNCA USADA

Lindo Pássaro Sem Nome

1940, Guarabira-PB, Alfredo, guardião de Seu Firmino, vizinho de nossa Mãe Nascinha, ou Nasça, nossa avó que morreu aos 96 anos.  Ali havia um albergue para cavalos, jegues, burros e similares, todos os sábados, que vinham das zonas rurais com suas produções agrícolas para vender na feira.  Nós éramos Mirtô, Marlu, Edélvio e Élvio, de 4, 5, 6 e 7  anos, e um cavalo alto, assim o víamos, com  caçuás nas laterais, Cestas de cipó sobre a cangalha.  Ali o Alfredo nos trepava e com pedras enormes contrabalançava a diferença dos pesos.  Benditas lembranças.

Hoje, olhando pelo retrovisor, 75 anos atrás, lá só vejo alegria, inocência à 4, deslumbre, descobrimentos infantis e comparo com o moderno, dizendo melhor, com o adulto que malignamente olha seu eventual parceiro e lhe mede o que vê, o que ouve, o olor, despreza mais 2 sentidos e forma um "dignóstico" fajuto, que ficará valendo eternamente.  Dai as antipatias e as simpatias.  Coincidentemente felizes, ou atropeladamente nefandas.  Se aceita uma falsa simpatia, sofrerá sempre,  se rejeita uma falsa antipatia estará em prejuízo permanente.

Fui criança, fui feliz;  sou adulto, tenho responsabilidade.  Por que há tanta criança infeliz?  Por que um adulto irresponsável não pode ser feliz?  Um animal, qualquer animal com a sua liberdade não ameaçada, tende à ser feliz.  Um animal, qualquer animal em estado de perseguição à sua liberdade é extremamente infeliz.  Um homem precisa ter responsabilidade, tributo não perdoável.  Um animal, qualquer animal tem o instinto por si e a Natureza é a responsável pelo vacilo dessa criatura quando do confronto com o seu pedrador.  

Nunca queira entender os Mistérios de Deus;  Eles são indevassáveis.  Inquirir o Criador é crime hediondo.  Você pode pedir, mas aceitará o que lhe for dado.  Essa dação é por merecimento previsto na Lei Natural "à cada ação corresponde uma reação",  mas se ela vier, aparentemente, contrariando essa Lei, é porque o Pan-Pai usou de Sua Misericórdia.  Ai, seu agradecimento deve ser em dobro.  Muitos, pra não dizer todos os nossos atos são impulsivos e intuitivos, tendemos ao bem mas oscilamos vez em quando, caindo em vacilações que nos causam dores morais agudíssimas.



                                                    

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

DEVANEIOS - DE PASSAGEM

Tenho Cara De Antigamente, Quando Pó Pa Tapá Táio Era  O Remédio Certo Pra Travessuras
JOGA ÁLCOOL NO FOGO E VÊ O TAMANHO DA LABAREDA

Lábaro De Israel No Pedaço Palestino Engembrado

Cansaço da vida, desânimo,falta de energia, desejo de partir.  É a alma que faz um último pedido ao Criador, que lhe dê uma boa morte como concede ao afogado, numa passagem de maior agonia, tirando-lhe a consciência.  O moribundo ao seco, carente de atenções nem sempre atendidas, isso só feita profissionalmente, nunca por petição, também prevê um último apelo;  novamente, a inconsciência.  Todos temos uma ideia formada do Além, que resulta sempre numa invencionice, com pedaços juntados do ouvir dizer com afirmações pretensiosas em qualquer templo.

Naturalmente vou discorrer baseado no que eu cultivo.  Inferno descartado, de saída.  Então a Alma se desapega do corpo e se espiritualiza emigrando imediatamente para o Etéreo, exatamente ao lugar de onde saiu para aquela encarnação.  Não há erro, é um ato de instinto como fazem as tartarugas atravessando oceano em busca do leito de partida, para desova.  Lá no destino, sob a recepção de um preposto do Criador, um Espírito da quarta-essência abaixo, totalmente ungido por Deus para essa operação, terá respostas para qualquer perguntas e se adaptará ao novo ambiente.

Fará sua prestação de contas ao intermediário Divino e imediatamente saberá de prêmios ou cauções que lhe caibam.  A memória anterior será inteiramente apagada;  as relações Ali serão por  afinidade.  As dívidas a pagar serão feitas na mesma moeda em que foram contraídas, cabendo ao Pai, se quiser, substituir "cada ação terá sua reação" por sua Misericórdia, ficando isso entre os Seus Mistérios.  Está assim explicado o nascimento de fetos com anomalias ou dificuldades futuras por deficiência mental ou de inteligência, com entendimento duplo, antes de uma nova encarnação.

Cada pessoa que aqui chamamos de especial, sabe por intuição, desta causa, e com ajuda Divina se adapta e convive assim até o fim do contrato, com total responsabilidade pelos seus atos.  A justiça de Deus é perfeita e é chamada de Justiça Natural, diferentemente da justiça positiva que usamos aqui na terra.  Nessas idas e vindas, nunca regrediremos do patamar anterior, se não tivermos ganho uma promoção.  Deus nunca perderá um filho Seu.  Esse número enorme de pessoas com desvios de condutas perturbam a vida dos cidadãos de bem, que por sua vez tem responsabilidades sobre eles.


sábado, 19 de dezembro de 2015

DEVANEIOS - DE DESPEDIDA

Tenho Cara De Antigamente, Quando  "it" Era Estar Por Cima
QUAL COISA É MAIS TRISTE QUE UMA EXTREMA- UNÇÃO

Israel-Palestinos

Notícia de ontem 191215, de mais 18 migrantes sírios morreram em naufrágio costeando a Turquia querendo ir para o sul da Grécia.  Posso estar enganado, mas pela manhã de ontem ouvi sobre a morte de 19 "sem sorte" como esses, elevando o número par 37 perdas.  São notícias mais raras, agora,  pelo fato da constância das mesmas e de por isso se tornar coisa rotineira.  A situação desesperada numa rotina de guerra determina a hora de fugir.  Arrecada-se todas as economias disponíveis, vende-se os cacarecos e marido e mulher carregam os filhos, e algum especial com sua cadeira cativa.

É dor sobre dor e a insensibilidade do fado de vezes várias um desgraçado estar comprando com aquele sacrifício, a própria morte.  O sr. Assad, entre pai e filho, está entrando em quase 30 anos de despotismo e sabe cobrar sem piedade o preço de um oposicionista.  Truculência e sofrimentos físicos dolorosos foram denunciados por um fugitivo com mais de 10 anos de cativeiro que lutou por sua vida em cada dia que lá passou.  Então, o especial e esse fugitivo ainda estão entre nós ou já fazem parte dos que se despediram sem nenhuma dignidade?

Os líbios africanos morrem no Mediterrâneo largo ao sul da Sicília e desaparecem nesse cemitério líquido nas agruras de um afogamento, morte terrível, até a perda de consciência que o Criador lhe concede pra cessar tanto sofrer.  Os sírios escolheram(?) a mesma morte, mas nas encostas da Turquia e da Grécia, porém no mesmo mar.  Muito me espanta ouvir que na Dinamarca, um dos 3 países nórdicos mais bem resolvidos moralmente e economicamente no Planeta, está-se escarafunchando as trouxas desses migrantes e tomando-lhes qualquer pedra preciosa avistada.

O ser humano nos confunde com sua variação do bem e do mal.  Aos 6 anos, quando me alfabetizei, ganhava nos aniversários posteriores, livros como "Contos da Carochinha, "Gulliver", "Pinochio" e as histórias, contos infantis dos irmãos Grimm, famosos na Dinamarca.  Daí eu me envergonhar pelo comportamento insuportável e cruel desses seus irmão de hoje.  É, inegavelmente, um retrocesso de valores, validando o dito do vai-e-vem da vida:  tudo o que sobe, desce, a vida é um nascer, viver, morrer, é um ir e vir, é o bom se tornar mau e voltar a ser bom,  a vida é circular.




sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

DEVANEIOS - DE LADROS

Tenho Cara De Antigamente, Quando Se Tinha  Medo De Alma Mas Não De Espírito
FEIO É TER MUITA CARA E POUCO OMBRO

Sabiá-Lindo Canto Em Pouca Beleza

Guarde-se o conceito que todo velho ladrão foi antes um menino ladrinho.  O Brasil está num vexame de apresentar a seu povo uma quantidade extravagante de rapinantes de primeira classe, elegantes, perfumados, educados, entrados em anos, capazes da artimanha de levar ao colapso a maior empresa brasileira e estatal, a Petrobras.  A polícia federal os trata com mesuras, como se fossem cavalheiros e quase lhes pedindo desculpas por o estarem importunando.  O avesso da polícia civil que oferece um trato brutal ao ladrão pé-de-chinelo às bordoadas.

São  presidentes, superintendentes, gerentes classe "A", pagos à peso de ouro por suas classificações, doleiros bambas no trato de dinheiro grosso em bancos estrangeiros e escorregadios e são também políticos em todas as suas variações, com classe ou sem, mas com a pose dos primeiros e a mesma ganância famélica.  Esse entranhamento dessas três escórias trapaçam no estilo rodo.  Quando estivermos no tempo dos CCA (Complexo De Casa De Apenados), esses marmanjos serão igualizados.  Indiciados passarão a ser cidadão sub-estado, dele totalmente dependente.

Rompimento de laços familiares automático e apreensão em celas de 2,5 mts X 3, individuais e indevassáveis em imóveis verticais, com roupas fornecidas pelo Estado permanentemente, mesmo que excepcionalmente fora do Complexo e até no Fórum.  O cônjuge livre terá divórcio imediato, se solicitado.  A apenação será integralmente cumprida sem nenhuma alteração, salvo  por doação de órgãos com a redução máxima de 1/4 do tempo para a de maior complexidade.  Cabelo e barba raspados 1 vez por mês.  Livros, revistas e gibis 1 vez por semana, em troca do anterior.

Os Nosocômio, Pronto-Socorro e IML atenderão q qualquer emergência de saúde.  O único contato com outros será com Assistentes-Sociais, Médicos e Advogados do Estado e com o/a faxineiro semanal e os tagarelas terão contensor-lingual.  A delação será sempre espontânea, por querer ver o outro também castigado.  Serão três turnos de 8 horas laborais para todas as profissões durante 11 meses ao ano com 1 para férias.  Isso se espalhará para todo servidor do Governo nas três dimensões nacionais.  Terão auxílio transporte de mesmo valor, usando-o como lhes convier.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

DEVANEIOS - DE "E AGORA, JOSÉ" - CDA

Tenho Cara De Antigamente, Quando Faroleiro Era Quem Contava Grandeza
TRISTEZA NÃO TEM FIM, FELICIDADE, SIM

Linda Flor Spob Pé De Manacá

José

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio - e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?
Composição: Carlos Drummond de Andrade
Como eu sei que Florbela no seu Panteon, sem querer, querendo, anseia por uma companhia, por uma nova amizade, ai levo um seu colega de ofício, o Carlos Drummond de Andrade.























terça-feira, 15 de dezembro de 2015

DEVANEIOS - DE CANCIONEIROS

Tenho Cara De Antigamente, Quando Não Se Confundia Milagres Por Migalhas
 ÁGUA DE QUARTINHA PODIA BEM SER ÁGUA DE CACIMBA

Hermes (Mercúrio)-O Químico

(Cantiga Popular) - Se essa rua, se essa rua, fosse minha, eu mandava, eu mandava ladrilhar, com pedrinhas, com pedrinhas de brilhante, para meu, para meu amor passar - Nessa rua tem um bosque, tem um bosque que se chama, que se chama solidão, dentro dele tem um anjo,tem um anjo que roubou, que roubou meu coração - Se eu roubei, se eu roubei teu coração, tu roubaste, tu roubaste o meu também, se eu roubei, se eu roubei teu coração, é porque, é porque te quero bem.
(Hervê Clodovil) - Lá detrás daquele morro tem um pé de manacá.  Nós vai casá e vai pra lá, cê qué?

Eu quero te beijá, eu quero te agradá, eu quero me casá e te levá pra lá, cê vai?  Eu panho toda flor do pé de manacá e faço uma coroa pra te enfeitar, cê qué?
(OrlandoDias) - Oh, jardineira por que estás tão triste, mas o que foi que te aconteceu, foi a camélia que caiu do galho, deu dois suspiros e depois morreu?  Vem, jardineira vem, meu amor, não fique triste que este mundo é todo teu, tu és muito mais bonita que a camélia que morreu.
(Lupiscínio Rodrigues) - Felicidade foi-se embora e a saudade no meu peito inda mora, e é por isso

que eu gosto lá de fora, onde sei que a falsidade não vigora.  A minha casa fica lá detrás do mundo onde eu vou em um segundo quando começo a cantar;  o pensamento parece uma coisa à toa.mas como é que a gente voa quando começa a pensar!
(Nando Cordel) - Você endoideceu meu coração, endoideceu.  Agora o que é que eu faço sem o teu amor, agora o que é que eu faço sem um beijo teu!  E nam pensava que já estava te amando, meu corpo derretia de paixão, queria estar contigo todo instante, te abraçando, te beijando, te afogando de

emoção.  Ficar na tua vida,  eu quero muito grudar para nunca mais eu te perder.  Você é como água de cacimba, limpa, doce e saborosa, todo mundo que beber.
(Anônima) - Tu não te lembras da casinha pequenina onde o nosso amor nasceu, tinha um coqueiro ao lado que coitado, de saudade já morreu.  Tu não te lembras mais das juras e perjuras que fizeste com fervor?  Daquele beijo demorado, prolongado, que selou o nosso amor?
SÃO LETRAS NUAS.  SUAS VESTES, AS MÚSICAS ESTÃO AQUI, Ó, NA MEMÓRIA.




segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

DEVANEIOS - DE NÓ CEGO NO OM

Tenho Cara De Antigamente, Quando O Bebé Chorão Era Escarradeira De Hospital
ERA TAMBÉM QUIZÍLIA DE TODAS AS QUIZÍLIAS

hermes (Mercúrio)-Deus Dos Ladrões

O foco primeiro da Turquia é eliminar curdos.  Da Russia, segurar Al Assad como agradecimento pelo excelente posto no Mediterrâneo.  Dos EUA, competir pela liderança ameaçada, principalmente pela Russia.  Do Irã, apenas continuar o trato anterior e manter uma aliança com quem quer que seja, no caso a Russia, pelo fato de se ver ameaçada permanentemente por Israel, pau mandado dos EUA.  Isto tudo é um balaio de gatos.  Gastos em todos os lados, naturalmente prejudiciais aos gastadores, mas o maior prejuízo é o de vidas inocentes, que quando perdidas, não tem retorno.

Aquilo lá é um nó-cego sem esperança de se desatar.  Quando explodir, quem estiver na circunstância vai se queimar.  Os curdos são um povo sem Estado que coabita terras nas cabeceiras da Síria,
, Iraque e Turquia e são atormentados pelo Estado turco.  Moscou está bem plantado em Damasco, com porto no Mediterrâneo, campo de pouso para aviação de primeira qualidade e geopoliticamente bem resolvido.  Já pensou se um dia o Irã se planta em Gaza, a situação de Israel cercada por dois valentes e competentes  antagonistas!  Nem é bom pensar o furdunço que ali se possa ver.

De americanos envolverem irraelos na briga atual quando eles estão sendo poupados para o ataque futuro ao Irã!.  De Irã ser forçado a antecipar o desejo dos sionistas, antes do tempo!.  É ali o puro perigo de se desencadear uma terceira guerra mundial, com final desastroso.  Quantos atores ali desfilando, cada um puxando um pedação do lençol que os cobre, sem unidade de pensamento entre desejáveis aliados.  Só o EI tem sentimento de vitória;  é só, é único mas é sólido.  Quando é atacado se esconde e vê o prejuízo do fogo e seus itinerantes estão, agora, na Líbia.

Esses insondáveis sunitas, perversos e sem valor de humanidade, sem medo de matar ou de morrer, e sem norte ao olhar do ocidente, afinal o que querem!  Seus valores máximos estão nessa terra ou no imponderável?  É difícil combater um inimigo assim.  A arma mais mortífera que se conhece, só usada uma única vez na vida, ali não tem espaço para ser usada.  Que fazer!  Se se pensar numa Paz em base de trocas, o que se trocar?  Valerá duas burcas contra dois tacos de base-ball?  Ou valerá dois tostões por três merréis!  Ofereço amor, batem na porta, abro e pego uma gripe.  Oxente.

domingo, 13 de dezembro de 2015

DEVANEIOS - DE TREZE SEGUNDOS

Tenho Cara De Antigamente, Quando Água De Quartinha Era A Maravilha De Todas As Casas
E O PAPA-FIGO O TERROR DAS CRIANÇAS

Hermes (Mercúrio)

Expectativa frustrada em apenas treze segundos.  Zé Aldo X Conor.  Um ano de preparação e esperança do manauara após dez anos de cinturão, com discrição, jogado contra um irlandês com fama de boquirroto.  A descontinuação de uma atitude por qualquer razão, leva à consequências de desmonte na possibilidade de sucesso.  O aguerrido amazonense perdeu nesse ínterim a postura de um lutador, talvez inseguro pela fratura de uma costela e o tempo agindo em seu corpo e dando-lhe uma impressão franzina e encolhida como um ímã ao insucesso.

O irlandês que na indefinição do Aldo adquiriu o título de campeão interino dos médios, com sua apresentação parecida com uma tatuagem ambulante tomando todo o seu busto parecendo uma camisa completa e com seu zoeiro permanente, teve a prevalência do exercício sempre presente.  Gabava-se de ter uma esquerda pesada e temida e assim se comportou.  Em treze segundos nocauteou o ausente antagônico encharcado de um nadismo mortal.  Recebeu de volta um tubo no rosto mas vindo de uma mão sem consciência e que desabou de imediato, em final.

Esse espetáculo fúnebre aponta para que o brasileiro aceite seu fim de carreira.  Orgulho devastado mas com carteira farta.  Aceite, amparado por Deus, este fato que não lhe afeta a moral e talvez possa permanecer no mesmo ambiente, mas provavelmente sem atuar fisicamente nos exercícios.  Como empreendedor se estabelecendo na nova pátria e protegendo sua família lá criada.  Quanto ao empixado, terá alguns anos de glórias para terminar melancolicamente, como de praxe, da mesma forma como enviou o oponente para o olvido.

Essa estupidez chamada de esporte, na verdade uma profissão macabra herdada de eras priscas onde essas pessoas eram escravas compradas e vendidas, plantada num país hegemônico, é incompreensível.  Devia mesmo era ser banida em nome da saúde dos envolvidos, e da humanidade do ato, apagando uma fonte poderosa e maléfica que induz imitadores à brutalidade.  A vida em Paz, com viés de lazer sem ofensas ao bem estar, é o melhor alvo a ser atingido.  Alma leve e satisfeita, conforto da casa, da família e com círculo de amigos afáveis e confiáveis.  Eis ai.







sábado, 12 de dezembro de 2015

DEVANEIOS - DE MORTE E VIDA SEVERINA

Tenho Cara De Antigamente, Quando Ter Cartaz Era Ter Fama
GONZAGÃO VOLTOU PARA EXU CHEIO DE CARTAZ

Clássico-Retirante

Estamos expondo aqui um excerto do extensíssimo Poema editado em 1955, "Morte E Vida Severina', do Poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto, também Embaixador, trazido consigo do Panteon:  Que a Florbela Espanca aceite para deleite sua presença no seu adro abençoado.

O RETIRANTE EXPLICA AO LEITOR QUEM É E A QUE VAI


— O meu nome é Severino,
como não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria;
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias.
Mas isso ainda diz pouco:
há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.
Como então dizer quem fala
ora a Vossas Senhorias?
Vejamos: é o Severino
da Maria do Zacarias,
lá da serra da Costela,
limites da Paraíba.
Mas isso ainda diz pouco:
se ao menos mais cinco havia
com nome de Severino
filhos de tantas Marias
mulheres de outros tantos,
já finados, Zacarias,
vivendo na mesma serra
magra e ossuda em que eu vivia.
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas,
e iguais também porque o sangue
que usamos tem pouca tinta.
E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte,
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida).













sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

DEVANEIOS - DE POLÍTICOS CLASSE "A"

Tenho ara De Antigamente, Quando Moça Que Dava Mau Passo Não Servia Para Casar
SENTAR À DESTRA DO CRISTO ERA A ASPIRAÇÃO DOS APÓSTOLOS

Árvore De Folhas Vermelhas

Existem, ou o "A" ficou minúsculo?.  Falando do grande fuzuê que se contempla hoje no Congresso Nacional e usando-o como representativo de todo o território nacional.  Esse assembleista carioca desconhecido que aportou há pouco tempo na casa dos deputados da federação como um terremoto surpreendendo à todos por suas artimanhas, conseguiu a presidência da classe e ferventou aquela chaleira, além de acabar de  desmoralizar o tênue prestígio que tinha antes a nomenclatura dos evangélicos.  

Desde bateristas até dono de contas bancárias muito suspeitas na Suiça.  Agora pendurado num "balança mas não cai", com muitos querendo sua carcaça ensebada e ele, o monstro, agarrado na canela da presidenta, puxando-a pra baixo pra desmontá-la de onde está acostumada a ficar.  A figura mostrada assim, é de uma ridicularia formidável. é insana, é vergonhosa mas é verdadeira.  De onde surgiu tão feio parto?  Só se pode crer o quanto é perniciosa a mistura de crenças farisaicas com política, já que o Estado é laico.

Esse surto de evangelismo deturpado disfarçando as casas de negócios que é cada igreja fajuta que aparece,, aponta para a figura do judas traidor travestido de empreendedor, este sim classe "A".  Como não são trouxas, já que estão tendo sucesso no seu investimento, agora se lançam em busca de poder político com presenças notórias nas siglas que já carimbou no TSE.  A sua fidúcia fica na base extensa de seu pasto de eleitores, a maioria semialfabetizados mas crentes no falso poder desses pastores calhordas que se dizem "assim Ó, com o Nosso Senhor"!...

Triste País o nosso, que tem grande pobreza, que tem péssimas escolas, péssima saúde,  péssima segurança,  alimentação à distância dos que não podem, abrigos dentro de uma miséria severina, sem auto-estima, tamanha são as suas necessidades não assistidas.  E é nesse monturo que se trepam os abutres escolados para enriquecer as tripas fedorentas e esgotar a essência da vida periclitante desses desamparados.  Queremos políticos profissionais formados em Faculdades para esse fim.  Gente jovem que por escolha estejam nessa trilha.  Quando acontecerá isso?...









quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

DEVANEIOS - DE DUAL E CONTRADIÇÕES

Tenho Cara De Antigamente, Quando Mesura Era Figuração
FAZER MAL À UMA MOÇA ERA DESVIRGINÁ-LA

Genève-Renault

Mazdeismo era uma religião persa, hoje morta, quando seu Profeta Mani (Maniqueu) foi morto no século 2 e suplantado pelo Islamismo, depois pelo Judaísmo e depois pelo Cristianismo, deixando como herança o maniqueísmo presente em todas as posteriores, o fundamento do bem e do mal junto com a unidade Divina.  Não se espantem em ver a semelhança de fatos em toda essa cadeia, como ma divindade trina com um hegemônico na trindade.  Como não há uma conversão, mas uma cultura de continuidade nos costume já existente.

Dai, apreende-se que religiosidade é uma verdade fisiológica à procura de uma teogonia espalhada sobre toda a face da terra.  O bem está quando uma pretensa fé dá satisfação a um grupo humano, para em seguida aparecer o mal nos litígios entre hóstias, onde morrer, às vezes é o objetivo.  A verdade religiosa é na verdade, a verdade de cada um.  Por ela se mata e se morre desde os milênios atrás, como se fosse uma necessidade e o ato do louvor tivesse um apêndice de competição sanguinolento.  É uma coisa constrangedora, tratando-se de a procura de um Deus.

No momento moderno sobressai um elemento novo, a transformação da religiosidade em uma fonte de negócios financeiros de alta categoria.  Acabou-se a fé, o respeito, a devoção e tornou-se um negócio de profissionais excepcionalmente ladinos.  É lastimável ver que no entanto o vínculo fisiológico existe e apenas é explorado por líderes sem vergonha, criminosos escroques, fraudadores da fé dos menos esclarecidos que é a vastidão das ovelhas, por isso sujeitos aos rigores da Lei.  Essa é a profissão mais lucrativa no mercado e que não é incomodada pela Fazenda.

A infiltração dessas seitas chamadas evangélicas no mundo político da Nação é de um descaramento e confiança desconcertante.  Querem poder e estão conseguindo, e podem crer que quando montarem na cadeira mais importante  em Brasília vão corromper nesse ambiente altamente favorável à isso o restante da freguesia.  O Brasil sucumbirá com o restante da Petrobras, e estarrecidos veremos, em nome de Cristo o maior rapa no patrimônio e na vergonha que ainda houver.  Oh país de beltranos;  enquanto não reformarmos a política eletiva para ter-se bacharéis preparados pra isso, até mais.




terça-feira, 8 de dezembro de 2015

DEVANEIOS - DE LIVRO DE MÁGOAS (10)

Tenho Cara De Antigamente, Quando Sanurai Fazia Harakiri
TAMBÉM HAVIAM OS PILOTOS KAMIKASES

Bandeira Brasileira Sobre Ipê Amarelo

PIOR VELHICE

Sou velha e triste.  Nunca o alvorecer
De um riso são andou na minha boca!
Gritando que  me acudam, em voz rouca,
Eu, náufraga da Vida, ando a morrer!
A Vida que ao nascer,enfeita e touca
De alvas rosas a fronte da mulher,
Na minha fronte mística de louca
Martírios só poisou a emurchecer!
E dizem que sou nova...  A mocidade
Estará só, então, na nossa idade,
Ou está em nós e em nosso peito mora?!
Tenho a pior velhice, a que é mais triste,
Aquela onde nem sequer existe
Lembrança de ter sido nova...  outrora...

A UM LIVRO

No silêncio de cinzas do meu Ser
Agita-se uma sombra de cipreste
Sombra roubada do livro que ando a ler,
A esse livro de mágoa que me deste.
Estranho livro aquele que escreveste,
Artista da saudade e do sofrer!
Estranho livro aquele em que puseste
Tudo o que sinto, sem poder dizer!
Leio-o e folheio, assim, toda a minha'alma
O livro que me deste é meu, e salma
As orações que choro e rio e canto!...
Poeta igual a mim, ai quem me dera
Dizer o que tu dizes!...  Quem soubera,
Velar a minha dor desse teu manto!...

ALMA PERDIDA

Toda esta noite o rouxinol chorou,
Gemeu, rezou, gritou perdidamente!
Alma de rouxinóis, alma de gente,
Tu és, talvez, alguém que se finou!
Tu és, talvez, um sonho que passou.
Que se fundiu na dor, suavemente...
Talvez sejas a alma, a alma doente
Dalguém que quis amar e nunca amou
Toda a noite choraste...  e eu chorei
Talvez porque, ao ouvir-te, adivinhei
Que ninguém é mais triste do que nós!
Contaste tanta coisa à noite calma,
Que eu pensei que tu eras a minha'alma
Que chorasse perdida em tua voz!...

Mais Muito Choro EMuita dor De Florbela













segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

DEVANEIOS - DE CENSURA NUNCA MAIS

Tenho Cara De Antigamente, Quando Ferradura Nem Sempre Era Só Pra Cavalo
TAMBÉM SERVIA PARA JEGUES, JUMENTOS E APARENTADOS

Palestina Deprimida

Edélvio Coêlho Lindoso
1 h ·
Edélvio Coêlho Lindoso
30 min ·
No programa que o "Face" tem de nos brindar com a republicação de matérias escritas nos mesmos dias de 1,2,3, ou mais anos atrás, recebi EM BRANCO, um documental sob o título "Zaverucha, o cego", com data de 061213, referente ao "Debate sobre o conflito entre o Estado de Israel e o povo Palestino, e que aparece assim: Blog da Geração Editorial -- Janeiro 28, 2011 -- jumpto to comments -- Folha De S. Paulo. Para recompor essa falha (?), esse vazio, mando do arquivo do meu BLOG - visoesedenicas/devaneios o que faltou no espaço EM BRANCO,Blog da Geração Editorial
JANEIRO 28, 2011 · 4:17 PM
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Debate sobre o conflito entre o povo israelense e o palestino na Folha de S.Paulo
A Geração Editorial e a Folha de S.Paulo promovem na próxima quarta-feira (02.02), na seda da Folha de S.Paulo, debate sobre o conflito entre o povo israelense e palestino, na Faixa de Gaza, no Oriente Médio. Os jornalistas poderão acompanhar o encontro entre personalidades e estudiosos reconhecidos da região.
A pauta do encontra será o livro Armadilha em Gaza - Fundamentalismo islâmico e guerra de propaganda contra Israel, de Jorge Zaverucha, lançado pela Geração Editorial, no final de 2010. A obra tem o prefácio do jornalista e escritor português, João Pereira Coutinho.
O evento contará com a participação de Arlene Clemesha, professora de História Árabe da FFLCH-USP, Bernadette Abrão, filósofa e pesquisadora da questão palestina, de Zaverucha e Coutinho. O jornalista Fábio Zanini, editor do Caderno Mundo da Folha, atuará como mediador.
Debate: Armadilha em Gaza – Fundamentalismo islâmico e guerra de propaganda contra Israel
Dia:02.02.2011 (quarta-feira), das 20h às 22h
Local: Sede Jornal Folha de São Paulo
Endereço: Alameda Barão de Limeira, nº 425, 9º andar, São Paulo
O evento é aberto ao público. As inscrições para assistir ao debate podem ser feitas pelo e-mail eventofolha@grupofolha.com.br ou pelo telefone 0/xx/11/3224-3473, das 14h às 19h.
Um livro que desmistifica o trágico conflito no Oriente Médio e revela a existência de uma guerra de propaganda contra Israel
No mundo todo a mídia, mais preocupada em chocar do que em informar, associa a Israel a imagem de um estado militarista, que promove massacres de palestinos e se opõe a qualquer tentativa de paz na região. A aliança entre fundamentalistas islâmicos, pseudopacifistas e esquerdistas de vários matizes, unidos no ódio ao Estado de Israel, joga cortinas de fumaça sobre aspectos fundamentais da tragédia e propagandeia um suposto “genocídio” cometido pelos israelenses.
Descrever Gaza como “campo de concentração a céu aberto” virou clichê, mas é uma imagem totalmente distorcida. A realidade é muito mais complexa, e não se limita a uma mera disputa territorial entre palestinos e israelenses, e sim a um conflito ideológico, agravado pela ação de um grupo terrorista islâmico, o Hamas — satélite do Irã em Gaza —, que propaga explicitamente a luta pelo extermínio do Estado judaico, a única democracia do Oriente Médio. Israel já cedeu mais territórios aos palestinos do que os que ainda restam para ser devolvidos, e mesmo assim o conflito só se agravou. A Faixa de Gaza foi devolvida aos palestinos integralmente, os assentamentos foram retirados, mas ainda assim ela serve como plataforma de lançamento de foguetes palestinos contra as cidades israelenses próximas.
A guerra de propaganda anti-Israel impede uma visão equilibrada, fundamental para a paz na região. Um dos exemplos mais gritantes dessa campanha para deslegitimar o Estado judaico foi o episódio das seis embarcações que, em maio de 2010, tentaram furar o cerco à Faixa de Gaza e foram impedidas pelos israelenses, num confronto que deixou vários mortos e feridos. Este livro prova que, longe de levar ajuda humanitária a Gaza, como seus organizadores muçulmanos alegaram, a chamada “Flotilha da Paz” nada mais foi que uma inteligente operação midiática com o objetivo de isolar Israel da comunidade internacional, fragilizá-lo politicamente e obter concessões políticas, ou seja, uma verdadeira armadilha.
Desafiando análises superficiais sobre o tema, o cientista político Jorge Zaverucha traça de modo conciso e informativo um resumo da história dos enfrentamentos entre árabes e israelenses, desde as primeiras migrações judaicas no século XIX para a Palestina otomana, até as sucessivas guerras que sacudiram o Estado de Israel pouco após a sua fundação, em 1948, oferecendo-nos a oportunidade valiosa de enxergar o trágico conflito do Oriente Médio a partir de uma perspectiva que foge de clichês e lugares-comuns, descortinando cenários fundamentais para a compreensão das dificuldades em se atingir a paz na Terra Santa.
Armadilha em Gaza tem ainda o mérito de revelar dados surpreendentes, como o relatório da ONU com o índice sócio-econômico dos territórios palestinos, superior, por exemplo, ao da média do mundo árabe. Algo, portanto, totalmente oposto ao torpe mito do “campo de concentração a céu aberto”.
Faça o download do 1º Capítulo:http://www.geracaobooks.com.br/loja/product_details.php
3 Comentários
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3 respostas a Debate sobre o conflito entre o povo israelense e o palestino na Folha de S.Paulo
1. delvio coelho lindoso
janeiro 28, 2011 às 7:45 pm
“A aliança entre fundamentalistas islâmicos, pseudo pacifistas e esquerdistas”, olha o ranço direitista, que mata, o oposto dos fundamentalistas isralenses, reais pacifistas e direitistas. Não é genocídio a enorme caridade sionista de fazer emigrar 1.400 almas palestinas entre todos os humanos que se mexiam, no espaço de Gaza, em 2008, durante quatro dias, dando-lhes como acompanhantes, 16 almas judias. Não é massacre, é misericórdia.
“Israel não é um Estado militarista, não, é terrorista mesmo. Não houve confronto entre Estados, houve um assalto ao território de um povo sem Estado, pelo exército de um Estado terrorista, sobre civis.
Esse epíteto de , “única Democracia, no OM”, é que se tornou um chavão; onde está o virtus disso, o condão para desrespeitar leis internacionais e vidas, como se fossem coisas, uma ninguenzada comum?. Israel é um Estado que aglomera assassinos num exército, é fundamentalista, com seus rabinos, expansionista, com seu nazismo e petulante, com seu narcisismo.
.
Israel e esse bendito professor Zaverucha insultam o discernimento das pessoas que leem suas versões. O território da Palestina era dos palestinos natos e adotados nesses últimos dois mil anos. Os judeus fujões, desde o tempo de José do Egito, a qualquer adversidade, arrepiavam caminho, ao que deram o nome de diáspora, enchendo o mundo e milhares de nações, e sempre mal-queridos, por seus comportamentos exclusivistas e mesquinhos; voltam, na vigésima quinta hora, mais uma vez fugidos, com a cavilação de promissão de Javé. Se Javé lá estivesse, na terra de Canaã, quando começaram a chegar, dar-lhes-ia umas bananas amarelo-mangas, pela sordidez de vir buscar uma prenda ofertada há mais de dois mil anos.
O Estado judeu foi uma jogada anglo-americana muito bem urdida, antes de 1948, cheia de infâmias, lobby, negociatas e sujeição da recém-parida ONU, que é americana, nascida nos EUA e lá criada e feudalizada.
Então, o cerco à Faixa de Gaza, por terra, mar e ar, é legítimo? Sions são os piratas modernos? Esse Jorge, que escreveu essa ambiguidades, em vez de Zaverucha, poderia ter sido, Byron, um poeta para adocicar o mundo, em vez de torcer verdades e mentir pateticamente.
Pintar Gaza como um Éden, que pode receber xampu, mas não condicionador, porque é artigo de luxo… Paro aqui.
Responder
§ Caius Scipii
março 3, 2011 às 9:15 pm
Ninguém em sã consciência é favorável a chacina.
Sobre os territórios que foram ocupados melhor relembrar que são saldo de guerra por antecipação de ataque, como também Aníbal antecipou-se aos romanos, transpondo os Alpes. Ninguém concentra forças nas fronteiras de graça. Pesquise a dimensão das forças militares da liga árabe que cercou Israel em 1967.
Os alvos israelenses da Guerra do Seis Dias foram exclusivamente militares, enquanto sírios e egípicios atacavam fazendas e kibutz fazendo baixas civis e nas capitais árabes festejavam nas ruas a destruição de Israel, noticiada pelas rádios oficiais. Israel poderia ter bombardeado a represa de Assuã e o Cairo deixaria de existir. Não o fez.
As vitórias dos combates não são motivo de regozijo. Constituem uma exclamação para com o respeito histórico à existência do povo judeu e à terra de Israel. O Sinai já foi devolvido.
Israel não se pode dar ao luxo de ser atacado pois seria destruído. A partir do massacre dos atletas israelenses em Munique ficou declarado por Golda Meir que ficará muito caro matar judeus.
Sobre sua afirmação abaixo:
“O território da Palestina, era dos palestinos natos e adotados, nesses últimos dois mil anos. Os judeus fujões, desde o tempo de José do Egito, a qualquer adversidade, arrepiavam caminhos, ao que deram o nome de diáspora”, é discordante da História demonstrando o tamanho de sua ignorância. Quem é voce para fazer tal afirmação?
A bíblia, como muito distorcem, não representa a História oficial. A propósito, o judaísmo é mais antigo que o cristianismo que é mais antigo que o islamismo. Mas tenho perguntas, como apenas leitor da História.
Onde estavam os palestinos quando os judeus resistiam às legiões romanas em Massada e finalmente foram vencidos e expulsos da sua terra? Quem ocupou a ausência do povo judeu quando as legiões retornaram para seu território quando o império romano entrou em declínio? Quem mais sofreu a tantos cativeiros de cabeça erguida (assírio, persa, egípcio, romano, nazista)? Que povo sobre a terra não alimentaria o sonho de retorno?
O povo judeu não alimenta ódios e não é tão fujão quanto pode pensar. Ressalte-se o juramento do soldado israelense no alto do monte: Massada não cairá outra vez.
Responder
2. delvio coelho lindoso
março 12, 2011 às 9:21 pm
Se houve acordo de paz para fim da refrega, é ilegal, segundo leis internacionais, que regem o Tribunal de Genebra, a retenção de territórios inimigos, ocupados, não conquistados. A concentração de forças da Liga Árabe contra o Estado de Israel é um sofisma e glorificou o valor do seu exército, com a fama de o terceiro poder militar do planeta. Dois anões ou seis anões contra um gigante, não é nada. Lembre-se que a aviação egípcia, nova e nunca usada, em crédito com a Rússia, foi dissolvida em solo. Como o pequeno hebreu Davi aniquilou o desengonçado Golias, o exército de Sion sozinho aniquilou as desentrosadas forças mistas árabes, unidas pela língua e religião, mas sem fidelidade mútua. Veja a mesma Liga agora com Egito, aquele mesmo, desmoralizado em plena guerra, após, vendido por trinta moedas, ao grande provedor do exército vencedor, e passando a ser o guardião da sua retaguarda, que ironia, até perder a simpatia do mesmo provedor, atualmente. A Jordânia, membro da Liga, agora aliada de Sion, em paz, por troca de terra na Jerusalém oriental.
O povo palestino continua sendo uma nação sem Estado, este sim, sendo massacrado, na expressão real do termo, em ato, ao contrário da lenda Goebelista de que potencialmente o Irã afogará Israel no Mediterrâneo. Veja o extermínio literal de 1.400 milhão civis em Gaza, em 2008 contra 16 militares. Outro ato genocida, na mesma forma, só civis, mesmo número, em Sabra e Chatila. Duas sessões assassinas, é o termo , douto Consul. Reitero todo o dito no meu ensaio de 28 de janeiro.
Judeus como nação são respeitáveis, apesar do Irgum, do Haganah e do Stern, que antes do Estado, agiam como o que hoje se chama terrorismo. O bombardeio do Hotel Rei Davi, que matou ingleses, como represália, estrangeiros e também judeus patrícios, foi obra terrorista de Ben Gurion, depois o primeiro 1º Ministro no novo Estado. Talvez o contraponto árabe na Olimpíada alemã confira um zero X zero neste jogo.
Meu caro romano, que bom quando o mundo louvava a inteligência e o empreendedorismo do criativo povo hebreu, ainda sem Estado, como na França brilharam:(3)Rothschild, banqueiros, Dreyfus, militar reabilitado de injúria, Citroen, Aimée, Lévi-Strauss, Con-Bendit, Chagall, Polansky, Rosenthal, Bernharst, Zola…, laicos sem pretensões colonialistas, cada um na sua área. Que beleza.
Num parágrafo você afirma ter visto o tamanho de minha ignorância, por contar a disposição andarilha, como eufemismo de diáspora e pergunta “quem é você pra fazer tal afirmação”? Pois bem, vou responder-lhe; engraçado, um tal sr. Mendelson chamou-me de analfabeto. São dois epítetos dados por pessoas incomodadas nos brios e ambos com afirmativas pelo menos, discutíveis. Grosseria à parte e apesar de não saber quem você é, presumo, pela redação, que seja douto, embora com argumentos de pouca raiz. Eu sou, soube-o por você, um ignorante, isto é, um burro. Asseguro-lhe que não é verdade. Sou um jornalista com diploma universitário, pela segunda turma formada no Brasil, quando a profissão baseada em currículo acadêmico sequer era reconhecida pelo MEC. Basta.
Muito bem dito, o Talmude ampara a Torá. lei rabínica instituindo valores morais, costumes e tradições, compilados no sec. I, escrita em hebraico, e no séc. IV balanceado com outro Talmude escrito em aramaico, por judeus escravizados em Babilônia(a 1ª foi editada em Salém), sofrendo influência do código de Hamurabi. Lembro-o que nessa fugas involuntárias, um grupo seleto de hebreus iam para o exílio contra valores a serem pagos ao vencedor e que, também, a exemplo da Persia, com Esther, a santa do Purim, esses escravos eram tratados com liberalidade. Exerciam suas profissões e religião, criavam famílias, adotavam a língua do exílio, exceto no reinado do frouxo rei Dario, dementado e dirigido por um Conselheiro. Desse grupo hebreu, safo por Mardoqueu, tio da 1ª dama do harém, e 1º Ministro, no momento, um grupelho só, retornou a Jerusalém, para recompor os muros, liderados por Esdras, ex-copeiro do Rei, e líder espiritual de seus seguidores, minoritários. Na Babilônia, pouquíssimos fizeram o mesmo. Caro Caius(isso me parece pseudônimo), aponta-se para um desapego da tal pátria. É como faz uma população judia maior que a de Israel, nos EUA, que dá sua ajuda valiosíssima em provenção, mas jamais irá emigrar para este Estado.
Os palestinos estavam onde sempre estiveram, depois do sepultamento do Patriarca Abraão, feito por Ismael e Isaac, meio irmãos e o 1º destituído do direito de primogenitura, tal aconteceria depois a Esaú, que bonito, que paz, na Palestina. Estavam no espaço que separa o Mediterrâneo até a Cisjordânia, e muito presentes em Hebron, terra do espoliado agora respondendo como Edom. Que feio, que contencioso, sublimado. Esse é o ancestral mais próximo do povo oprimido de hoje, os palestinos.
Se Jeová estivesse presente, no modo daquelas teofanias tão comuns, relatadas no Pentateuco, 2 mil anos depois da promessa abraâmica, desta terra, dar-lhes-ia umas bananas maduras, pela insolência.
Scipii, deixe Massada, Anibal, Macabeus, Josué, Caleb na tumba deles, e pense que se Israel vive de atalaia permanentemente nos seus frontes, é porque bom vizinho não é. Sorte da Argentina, Congo e Chipre, por anglo-americanos terem desvirtuado o sonho de Herzl, laico e romântico, e se plantado azaradamente, como praga do Egito, em plagas palestinas.
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Três anos, exatamente, são passados, desde as arengas acima. Palestinos, mesmo humilhados por resolver aceitar os 20% das terras que lhes caberiam na partilha original, continuam do mesmo jeito; sem Estado e espoliado dia-a-dia pelo colonialismo judeu, em Jerusalém, sem ter no mundo quem os valha. Quando duzentos países na ONU resolvem apoiar-lhes, o grande protetor dos sionistas, os EUA, sozinho usa seu VETO criminoso para acobertar-los. Só resta à esse povo de mau fado esperar que num falsete, israelos presumidos resolvam agredir o Irã e lá sejam imolados. Nesse engolfamento de sangue, esses edomitas tenham seus imóveis devolvidos, seus ascendentes retornados e a Paz restituídas. Provavelmente americanos darão à beira-mar uma terra para abrigar este estado de Israel, falido e novamente fujão ,com seus remanescentes.
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Edélvio Coêlho Lindoso
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domingo, 6 de dezembro de 2015

DEVANEIOS - DE LIVRO DE MÁGOAS (9)

Tenho Cara De Antigamente, Quando Cordeiro De Deus Virou "Agnus Dei"
ERA BENTO E GRUDADO NO PESCOÇO DAS BEATAS

Natureza

ANGÚSTIA

Torturas de pensar!   Triste lamento!
Quem nos dera calar a tua voz!
Quem nos dera cá dentro, muito a sós!
Estrangular a hidra num momento!
E não se quer pensar!...  e o pensamento
Sempre a morder-nos bem, dentro de nós...
Querer apagar no céu -- o sonho atroz!--
O brilho de uma estrela, com o vento!...
E não se apaga, não...  nada se apaga!
Vem sempre perguntando:  "O que te resta?..."
Ah!  Não ser mais que o vago, o infinito!
Ser pedaço de gelo, ser granito.
Ser rugidos de tigre na floresta!

AMIGA

Deixa-me ser tua miga, amor
A tua amiga só, já que não queres
Que pelo teu amor seja a melhor
A mais triste de todas as mulheres
Que só de ti, me venha mágoa e dor
O que me importa a mim?!  O que quiseres
É sempre um sonho bom!  Seja o que for,
Bendito sejas tu por mo dizeres!
Beija-me a mão, Amor, devagarinho...
Como se os dois nascêssemos irmãos,
Aves, cantando ao sol, no mesmo ninho...
Beija-mas bem!...  que fantasia louca
guardar assim, fechados, nestas mãos,
Os beijos que sonhei pra minha boca!...

DESEJOS VÃOS

Eu queria ser o mar de altivo porte
Que ri a canta, a vastidão imensa!
Eu queria ser a pedra que não pensa.
A pedra do caminho, rude e forte
Eu queria ser o sol,a luz imensa,
O bem do que é humilde e não tem sorte!
Eu queria ser a árvore tosca e densa
Que ri do mundo vão e até da morte
Mas o mar também chora de tristeza...
As árvores também, como quem reza,
Abrem aos Céus, os braços, como um crente!
E o sol, altivo e forte, ao fim de um dia,
Tem lágrimas de sangue na agonia!
E as pedras... essas... pisa-as toda a gente!...

(Vai Bela Flor, usa teu dom, chora e geme, que oena que não ris)


  


sábado, 5 de dezembro de 2015

DEVANEIOS - DE QUASE S-EMPRE

Tenho Cara De Antigamente, Quando Não Existia Coisa Mais Triste Que Extrema-Unção
O INVERSO ESTAVA NO  "MAIS ENFEITADO QUE ENTERRO DE PRIMEIRA CLASSE"

Jabuticaba

O Quase-Sempre nasceu para fazer companhia ao Quasi-Modo, apaixonado por Esmeralda, uma cigana, em Paris.  A pronúncia francesa do romântico era Quasímodo, ele era corcunda e manco,por isso o chamavam "Deixa -que-eu-chuto", enquanto o brasileiro era gago e sempre incompleto nos pensamentos.  Irmão do Biu-Toco lá da Torre e filho de Maria-Tamanquinho que desarrumava a retreta se alguém mexesse num dos seus rebentos.  Ela, como o Biu era nanica, rodopiava e ficava na ponta dos és para fazer má-criação e assim, diziam que na cabeça do tamanco ela tinha ferradura.

Sem querer forçar, não vou dizer que a chamavam de jumenta,  não:  mas que ela lembrava um jegue, lá isso, lembrava.  Quase-sempre cresceu um pouco, era pai "maliducado" mas amoroso e educou a filha como nunca fez à si.  Estava triste por causa do cu da sua mulher e foi no médico pra se receitar.  A filha respondia por Miss Gaita, nome apropriado para quem tem bom gosto.  Pressurosa, dizia ao pai para chamar o cu da mãe, de reto;  era mais elegante.  Se foram a procissão.  Quase-Sempre, nervoso, com um pé impedindo de fechar a porta do consultório.

A sala de espera cheia até o talo, e lá a Mis Gaita.  O pai suava, a mãe  chiava e o doutor esperava.  Quase-Sempre, desesperado, empurrou a porta e gritou:  filha, como é mesmo o apelidinho do cu da tua mãe?  Foi um reboliço, a sala urrava, gritos e risos em degraus e caridade cristã, nem um tico.  Quase-sempre gaguejava, a mãe bufava, a filha se engasgava, o médico embuticava o caroço dos olhos.  Que desdoiro.  Precisava acabar com aquilo:  pegou a pena que se entortou e escreveu encarrapixado:  cutilicida, três vezes por dia, por via crucis e tão proibido de falar, todos très.

O Quasi-Modo soube do acontecido e riu muito, em francês, que era pra ninguém entender e ficar afobado.  Quem não gostou foi a Tamanquinho que trepou no coreto e desatou num berreiro desfeiteando o dono do canudo por não entender um bom português.  Desaplicou o cutilicida e receitou colírio, bom pra qualquer tipo de olho e umas espanadas de mastruz com leite pra perfumar a flatulença.  Ralhou com a mulher do filho, perguntando:  Nunca ouviu dizer que sentar em calçada quente dá morróida, não, bichinha?  Arre égua!...









quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

DEVANEIOS - DE HISTÓRIA DE UM CÃO

Tenho Cara De Antigamente, Quando Se Media O Tempo Para A Primeira Safadeza do Jô
Ô BOCA SUJA

Ipê Amarelo

Luiz Guimarães

 Remetente Luiz Pimenta Neves Júnior - peper@unix.horizontes.com.br

História d’um cão

Eu tive um cão. Chamava-se Veludo:
Magro, asqueroso, revoltante, imundo,
Para dizer numa palavra tudo
Foi o mais feio cão que houve no mundo
Recebi-o das mãos dum camarada.
Na hora da partida, o cão gemendo
Olhava-o ... o sol nas ondas se abismava....
Não me queria acompanhar por nada:
Enfim - mau grado seu - o vim trazendo.
O meu amigo cabisbaixo, mudo,
«Adeus!» - me disse,- e ao afagar Veludo
Nos olhos seus o pranto borbulhava.
«Trata-o bem. Verás como rasteiro
Te indicarás os mais sutís perigos;
Adeus! E que este amigo verdadeiro
Te console no mundo ermo de amigos.»
Veludo a custo habituou-se à vida
Que o destino de novo lhe escolhera;
Sua rugosa pálpebra sentida
Chorava o antigo dono que perdera.
Nas longas noites de luar brilhante,
Febril, convulso, trêmulo, agitado
A sua cauda - caminhava errante
A luz da lua - tristemente uivando
Toussenel: Figuier e a lista imensa
Dos modernos zoológicos doutores
Dizem que o cão é um animal que pensa:
Talvez tenham razão estes senhores.
Lembro-me ainda. Trouxe-me o correio,
Cinco meses depois, do meu amigo
Um envelope fartamente cheio:
Era uma carta. Carta! era um artigo
Contendo a narração miuda e exata
Da travessia. Dava-me importantes
Notícias do Brasil e de La Plata,
Falava em rios, árvores gigantes:
Gabava o steamer que o levou; dizia
Que ia tentar inúmeras empresas:
Contava-me também que a bordo havia
Mulheres joviais - todas francesas.
Assombrava-me muito da ligeira
Moralidade que encontrou a bordo:
Citava o caso d’uma passageira...
Mil coisas mais de que me não recordo.
Finalmente, por baixo disso tudo
Em nota breve do melhor cursivo
Recomendava o pobre do Veludo
Pedindo a Deus que o conservasse vivo.
Enquanto eu lia, o cão tranquilo e atento
Me contemplava, e - creia que é verdade,
Vi, comovido, vi nesse momento
Seus olhos gotejarem de saudade.
Depois lambeu-me as mãos humildemente,
Estendeu-se a meus pés silencioso
Movendo a cauda, - e adormeceu contente
Farto d’um puro e satisfeito gozo.
Passou-se o tempo. Finalmente um dia
Vi-me livre d’aquele companheiro;
Para nada Veludo me servia,
Dei-o à mulher d’um velho carvoeiro.
E respirei! «Graças a Deus! Já posso»
Dizia eu «viver neste bom mundo
Sem ter que dar diariamente um osso
A um bicho vil, a um feio cão imundo».
Gosto dos animais, porém prefiro
A essa raça baixa e aduladora
Um alazão inglês, de sela ou tiro,
Ou uma gata branca sismadora.
Mal respirei, porém! Quando dormia
E a negra noite amortalhava tudo
Sentí que à minha porta alguem batia:
Fui ver quem era. Abrí. Era Veludo.
Saltou-me às mãos, lambeu-me os pés ganindo,
Farejou toda a casa satisfeito;
E - de cansado - foi rolar dormindo
Como uma pedra, junto do meu leito.
Preguejei furioso. Era execrável
Suportar esse hóspede importuno
Que me seguia como o miserável
Ladrão, ou como um pérfido gatuno.
E resolvi-me enfim. Certo, é custoso
Dizê-lo em alta voz e confessá-lo
Para livrar-me desse cão leproso
Havia um meio só: era matá-lo
Zunia a asa fúnebre dos ventos;
Ao longe o mar na solidão gemendo
Arrebentava em uivos e lamentos...
De instante em instante ia o tufão crescendo.
Chamei Veludo; ele seguia-me. Entanto
A fremente borrasca me arrancava
Dos frios ombros o revolto manto
E a chuva meus cabelos fustigava.
Despertei um barqueiro. Contra o vento,
Contra as ondas coléricas vogamos;
Dava-me força o torvo pensamento:
Peguei num remo - e com furor remamos
Veludo à proa olhava-me choroso
Como o cordeiro no final momento,
Embora! Era fatal! Era forçoso
Livrar-me enfim desse animal nojento.
No largo mar ergui-o nos meus braços
E arremessei-o às ondas de repente...
Ele moveu gemendo os membros lassos
Lutando contra a morte. Era pungente.
Voltei à terra - entrei em casa. O vento
Zunia sempre na amplidão profundo.
E pareceu-me ouvir o atroz lamento
De Veludo nas ondas morimbundo.
Mas ao despir dos ombros meus o manto
Notei - oh grande dor! - haver perdido
Uma relíquia que eu prezava tanto!
Era um cordão de prata: - eu tinha-o unido
Contra o meu coração constantemente
E o conservava no maior recato
Pois minha mãe me dera essa corrente
E, suspenso à corrente, o seu retrato.
Certo caira lém no mar profundo,
No eterno abismo que devora tudo;
E foi o cão, foi esse cão imundo
A causa do meu mal! Ah, se Veludo
Duas vidas tivera - duas vidas
Eu arrancara àquela besta morta
E àquelas vís entranhas corrompidas.
Nisto sentí uivar à minha porta.
Corrí, - abrí... Era Veludo! Arfava:
Estendeu-se a meus pés, - e docemente
Deixou cair da boca que espumava
A medalha suspensa da corrente.
Fôra crível, oh Deus? - Ajoelhado
Junto do cão - estupefato, absorto,
Palpei-lhe o corpo: estava enregelado;
Sacudi-o, chamei-o! Estava morto.


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *