Tenho Cara De Antigamente, Quando Fulano, Cicrano E Beltrano São Todos Zé-Pinóias
SÃO USOS ACEITOS E LOUVADOS
Casa De Fazenda, Ao Amanhecer
Não esta, mas podia ser. Guarabira-Pb, 1947, eu puxando os meus 12 anos e minha prima Maria Da Luz, Dala, prá mim, me entregando de presente para seu noivo que a contra-gosto lá me acolheu por uma semana. Comprei na feira um chapéu de palha e uma faquinha com bainha em couro, com um cheiro bom e embarquei num ônibus velho no rumo da roça. Lá, pouca gente. Uma senhora, sua mãe, uma irmã, êle e seu roceiro que veio em minha companhia. Na 1ª noite dormi sòzinho num espaço enorme que servia para armazenar colheitas que todos os sábados eram levados sobre gegues para a capital. Uma rede grande e um pinico.
Dia seguinte, depois do café com tapioca, o noivo arreiou o cavalo de estimação e me recomendou que fosse para onde fosse e na volta bastava virar a cabeça do animal em contrário que êle voltaria cer tinho para sua casa. Fiqui esperando e nada aconteceu. Eu queria o paramento completo, as esporas, para me sentir completo. Contrariados me trouxeram e me puseram nos tornozelos. Dei adeus, ainda não havia os "ciao" e saí esporando o pobrezinho. Laranjal no entorno da estrada, repletinho de laranjas. Parei, sentei na borda e na sombra e coloquei quantas coube no chapéu, e as fui consumindo. Usei a espora, o chapéu, a faca e quase mato o animal.
Pois é, o cavalo tinha as 4 ferraduras de metal, tinindo, e lá ia eu sobre lages enormes, pedras puras. Incauto e atrevido forcei-o e começou o desgaste, as derrapagens incesssantes e eu, pequenino, não conseguia virá-lo em marcha ré. Via a hora que as 2 patas dianteiras se abrissem para cada lado e o peito e o coração explodissem. Eu orava em balbucios e Deus me atendeu.Acabou a festa, trouxe-o até a barreira, me aboletei em cima e não agitava as rédeas, mas o maltratava com as esporas. Estava aflito e só queria chegar ao abrigo da casa, receioso da recepção. Queria Daluz; Ele olhava e acariciava os vincos sem pelo, me devorava com os olhos.
Não me reprimiu mais do que isso. Eu pensava, vai olhar as patas, vai ver a desgraceira, vai entender o quase assassinato. Despiu o animal e falava mudamente com a mãe e eu traduzia: "vaou acabar o casamento". Que desgosto meu, minha Dala desamparada quando já estava preparada, estava quase dando o tiro na macaca e de repente, de repentemente iria era ouvir o grito: caritó, vitalina bota pó, bota pó e não sai mais do caritó. E tudo por culpa de eu. Mercadoria rara e difícil, um homem pra casar, naqueles ermos. Fui dormir e o rangido da rede me encasquetava. Esqueci de pedir o pinico. É tudo tão ruim como o beleléu do casamento desa prima.
Esta Foi Pedida Em Casamento
Dia seguinte, depois do café com tapioca, o noivo arreiou o cavalo de estimação e me recomendou que fosse para onde fosse e na volta bastava virar a cabeça do animal em contrário que êle voltaria cer tinho para sua casa. Fiqui esperando e nada aconteceu. Eu queria o paramento completo, as esporas, para me sentir completo. Contrariados me trouxeram e me puseram nos tornozelos. Dei adeus, ainda não havia os "ciao" e saí esporando o pobrezinho. Laranjal no entorno da estrada, repletinho de laranjas. Parei, sentei na borda e na sombra e coloquei quantas coube no chapéu, e as fui consumindo. Usei a espora, o chapéu, a faca e quase mato o animal.
Divagações
Pois é, o cavalo tinha as 4 ferraduras de metal, tinindo, e lá ia eu sobre lages enormes, pedras puras. Incauto e atrevido forcei-o e começou o desgaste, as derrapagens incesssantes e eu, pequenino, não conseguia virá-lo em marcha ré. Via a hora que as 2 patas dianteiras se abrissem para cada lado e o peito e o coração explodissem. Eu orava em balbucios e Deus me atendeu.Acabou a festa, trouxe-o até a barreira, me aboletei em cima e não agitava as rédeas, mas o maltratava com as esporas. Estava aflito e só queria chegar ao abrigo da casa, receioso da recepção. Queria Daluz; Ele olhava e acariciava os vincos sem pelo, me devorava com os olhos.
Não me reprimiu mais do que isso. Eu pensava, vai olhar as patas, vai ver a desgraceira, vai entender o quase assassinato. Despiu o animal e falava mudamente com a mãe e eu traduzia: "vaou acabar o casamento". Que desgosto meu, minha Dala desamparada quando já estava preparada, estava quase dando o tiro na macaca e de repente, de repentemente iria era ouvir o grito: caritó, vitalina bota pó, bota pó e não sai mais do caritó. E tudo por culpa de eu. Mercadoria rara e difícil, um homem pra casar, naqueles ermos. Fui dormir e o rangido da rede me encasquetava. Esqueci de pedir o pinico. É tudo tão ruim como o beleléu do casamento desa prima.