sábado, 28 de maio de 2016
DEVANEIOS - DE CONTRASTES
Tenho Cara De Antigamente, Quando Ter Cambitos Não Indicavam Um Bom Corredor
UMA COMENDA EM TERRAS INDICA UM BOM COMENDADOR
A Lua Sendo Ameaçada Pela Tempestade
sábado, 28 de maio de 2016
DEVANEIOS - DE CONTRASTES
Tenho Cara De Antigamente, Quando da Palidez ao Rubor Era Como
IR DA AMIZADE AO AMOR
Contraste Do Azul Ao Lilás
Da palidez ao rubor, do azul ao lilás, é como ir da amizade ao amor. Jogo de cores, tremores e delírios, o bordejar da noite e a escuridão má-conselheira. Pensamentos cambiantes do não ter. A covardia da lacraia como morder com a cauda. Cantar um mantra para desnortear o entendimento. Empoderado como um coronel. Acompanhar alguém como se fosse uma novela. Trocar um noro por uma genra. Bancar um estafermo quando se é um gatolino. Trocar um lá-lá-lá por um rum-rum. Declamar uma exclamação entre duas estrofes iguais. Obedecer a distância do respeito.
Pra que servem os contrastes? Pra provar que somos duais! Eu não sou convertido, que nem falou a Baby Consuelo, agora Baby do Brasil, pastora evangélica entre dois "intermezzos". Sou intuitivo, fisiológico, racional e às vezes melancólico. Não ao ponto da Espanca portuguesa, suicida angustiada desde a mais distante infância, por isso poeta de escol, chorosa e mui molenga. Os contrastes destravam mistérios, uma luz indiscreta expluindo da escuridão total. Um som esbravejador arrotado do mais tenebroso silêncio. Um cheiro petulante de inferno em meio à buquês floridos.
Um fundenga com uma guimba de cigarro molhada e preta presa num risco de lábios "ad perpetuam", esperando ser posto num andor e da berlinda acima da multidão, caminhar deitado, dela zombando, à caminho da eternidade. Esse duo de gente e alienado da minha pequenez, está gravado na minha mente como uma tatuagem, com seus sapatos trocados em pés diferentes qual Carlitos da vida, só, inocente, invisível e incapaz de maldades. Morreu como o Zé e a Zefa, em idade avançada, sem ter vivido. São anjos disfarçados, viajores em missão de quem nem desconfiamos.
Chutei minha bola, a bola furou, fez um arco e caiu. Corri, peguei-a, era de borracha, nos idos de 40, no campo do cavalo morto. Amassada, punhei-a debaixo do sovaco e te-re-rê, solito me escafedi e já em casa me sentei em baixo de um pé de manga a imaginá-la gorda, grande e feliz. Olhava pro meu pé e via aquela formigona vermelha subindo na minha perna, sem importunar-me, mas desviando -se das cascas grossas de perebas de tantos arranhões que a vida dá. Meu pensamento frivolitava, eu rindo amarelo sem mostrar os dentes pensava em meu galo-de-campina que o gato comeu.
Postado por Edélvio Coelho Lindoso
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