sábado, 30 de abril de 2016

DEVANEIOS - DE ÊXODO DE HEBREUS (300415)

Tenho Cara De Antigamente, Quando Judeus E Palestinos Viveram Em Paz Por Algum Tempo
EM TEMPOS MODERNOS JUDEUS SÃO OS EXTERMINADORES DE PALESTINOS

Tristeza Infantil

quinta-feira, 30 de abril de 2015


DEVANEIOS - DE EXODUS DE HEBREUS

Tenho Cara De Antigamente, Quando Não Existia Amor Sem Beijo
DA MESMA FORMA, DOR SEM ANALGÉSICO
Sertão-Três Pica-Paus no Pau Picado

Há um ano desse ensaio e nada mudou;  Esperemos para depois da guerra.

quarta-feira, 30 de abril de 2014


DEVANEIOS - DE EXODOS MALÉFICOS

NÃO EXISTE MENTIRAS, EXISTE A VERDADE DE CADA UM
A verdade global do embate israelo-palestino é que depois da queda do Império Turcomano a Liga das Nações dividiu o Oriente Médio em dois Mandatos:  A Síria e o Líbano aos cuidados da França e a Cisjordânia até o Mediterrâneo com fronteiras no Egito e acima, na Jordânia e ainda a Ilha de Chipre aos cuidados dos ingleses, esta dividida entre turcos e gregos.

Um visionário austríaco-akenás chamado Erzl devaneou criar uma pátria para o povo hebreu espalhado há seis mil anos pelo mundo, por serem fujões desde os tempos pré-mosáicos, tendo o primeiro êxodo acontecido quando uma severa seca assolou a Terra Prometida de Canaã e ai zarparam para o Egito deixando o Patriarca Abrahão chorando a orfandade de José.  Estabeleceram-se lá, cresceram e multiplicaram-se e já eram então uma ameaça para os Faraós.  Moisés, judeu-egípcio, lá nascido, por intervenção de Javé foi escrevendo a saga andarilha desse povo exclusivista, que não dividia nada seu, nem o seu Deus,  de difícil trato, que sugava tudo que podiam  de bens básicos para manter a raça e nada ofereciam em troca.  Quando a barra apertava, fugiam mas deixavam sempre alguma raiz  que terminava por germinar.  Milênios se passaram e do Extremo Oriente já estavam no contorno de entrada na Europa para encontrar-se com a adversidade nazista  a quem muito deu e de quem muito recebeu

Estava-se por 1939 e o bafo de Hitler pesava-lhe na nuca como pesou o de Ivan;  Começaram a retornar em conta-gotas e foram recebidos cordialmente pelos Edomitas, nome posterior de Esau, hebreu arabizado por conta da ambição de Jacó e Rebeca sua mãe, contra seu irmão, o real primogênito, que enganaram o esposo e pai.  Conviveram pacificamente por algum tempo, após o sepultamento de Isaque.

Agora, 1947, a Partilha do território Palestino em duas porções, na reaparição maligna de Jacó.  Ingleses mancomunados com americanos e israelos-sionistas passaram a perna nos milenares judeus-morenos, ficando com um pedaço maior de terra dos enganados, para uma quantidade menor de usurpadores.  É que no ano seguinte, 1948, o cansado Reino Unido entregou o bastão do maior Império Colonial do Planeta, com 58 posses nos cinco continentes, aos EUA, seus filhos étnicos.  Estes, em combinação com Jacó que tinha como exército três Entidades Terroristas:  O Irgum, o Haganah e o Stern, instituiram o maligno Estado de Israel.  Os árabes se uniram contra a armação Sionista mas foram derrotados pela força  bélica dos garantidores da façanha nazista e covarde, e hoje, sessenta seis anos depois, os Palestinos ultrajados não têm Estado. e se resolverem querer e puderem, terão menos de dez por cento do que teriam no momento contabilizado atrás.

EM TEMPO:  O Erlz sonhador pensava aboletar-se na Argentina, Congo-Belga ou em Chipre, porque o retorno à Terra Santa segundo os Cânones da Torá só seria permitido após a vinda do Messias tão esperado por eles.  A parição da ONU em 1948, nascida nos EUA e lá vivendo até hoje, foi urdida por Delano Roosevelt e instalada por Truman em mandato tampão por morte do primeiro, e primeiro Presidente judeu, dando vida a essa trama diabólica que levou os Palestinos à imolação por morte e expulsão dos seus de suas terras queridas nesses seis mil anos decorridos.

Não há força no mundo que dobre estes três filhos-do -cão e devolva por justiça o que é de direito desse Povo.  Israel é o Cérbero, cão de três cabeças e cauda de serpe guardador do inferno, agora guardador de americanos e ingleses naqueles campos de petróleo, e será o primeiro a ser triturado pelo Irã quando lá chegar, na apocalípitica terceira guerra.

sexta-feira, 29 de abril de 2016

DEVANEIOS - DE PAIXÃO SATÂNICA PELO PODER

Tenho Cara De Antigamente, Quando 270 Mil Pessoas Inocentes Não Abalam Um Tirano
QUE SEJAM 540 MIL E ELE VAI GOVERNAR QUEM OU O QUE

Criatura Alada Se Abrigando Da Chuva

Chama-se Assad, é médico, também tirano, é religioso alauita e também é sírio.  Vende sua pátria a um forasteiro, Putim, em troco de proteção para manter o traseiro pregado num trono ao custo até agora, nestes últimos cinco anos, de 270 mil vidas, sem contar os fugitivos e os imolados em morte perversa afogados num lago profundo chamado Mar Mediterrâneo que tem como símbolo o pequeno curdo, Alan, de cinco anos de idade.  Meu Deus, como pode haver tamanha cabeça que conceba tal aleijão!  Essa infâmia contagia várias nacionalidades por motivos vários.

Turcos matam curdos para eliminá-los alegando estarem a possuir terras suas.  Russos matam sírios rebeldes ao Assad como pagamento pelo porto recebido de presente em águas do OM.  Iranianos compactuam com essas atrocidades porque precisam de aliados pra proteção contra a malignidade americana.  Americanos coadjuvam russos, não por amor à eles, mas para não deixá-los solos em terras sírias cobiçadas por Israel.  O EI fica maravilhado pelo tempo que tem para respirar e cometer sia malignidades atribuídas à sua fé.  É um torvelinho de maledicentes.

As vítimas são civis sírios em geral com todas as suas famílias com mulheres, velhos e crianças que diuturnamente abastece a fome do mar, a maldade dos povos que não lhes permite o passeio de fuga por suas entranhas.  É uma doença desumana alastrada mundo à fora, canibalisticamente agressiva.  São as bordas do inferno para quem está ali por infortúnio e não porque queiram.  Eu apoiava os russos por serem o anti-americanos, mas agora os abomino, igualmente. Ações com resultados iguais, por motivos iguais apenas discordantes entre si.  

Se o Mediterrâneo engole os sírios, engole também os africanos-líbios, fugitivos de ditadores, da mesma maneira.  É ele um imenso cemitério aquático, profundo, escuro e terrível.  Mas não há, gentes, quem de fato se condoa contra essas dores?  Triste mundo, criado para ser um planeta de apenações, mas extrapolando por consentimento de serem seus moradores o açoite e o chicote que enxota pro inferno seus iguais.  Não há solução;  quando se imagina cessado em um pedaço, está já ameaçando em outro.  E o furor das almas humanas estão se aquecendo para prazer do diabo.


DEVANEIOS - DE DIVÓRCIO DA VIDA (290415)

Tenho Cara De Antigamente, Quando Mistérios De Deus Jamais Serão Abordados
ALMA E ESPÍRITO

Brincadeira De Crianças

quarta-feira, 29 de abril de 2015

DEVANEIOS - DE DIVÓRCIO DA VIDA (290415)

Tenho Cara De Antigamente, Quando Cadillac Que Já Foi Carro, Hoje è Banheira
NUGET, GRAXA DE SAPATO ERA PARELHA NO TEMPO DO CADILAC
Saudades De Antigamente

Do divórcio da alma e do corpo, acontece a morte.  Com a morte o corpo se desfaz e a alma ganha a liberdade.  O corpo existe pelos sentidos que ora estimula a alma, ora é por ela estimulado.  Cumpridas suas obrigações, cada qual pro seu lado.  Imagine-se o Físico inglês cadeirante Stephen Howking, de inteligência super dotada, até agora aos setenta e três anos de idade, cujos sentidos são viventes, captam a vida mas não podem ser interpretados naturalmente pelo corpo.  Os gestuais do rosto não grifam o que os sentidos sentem.

A alma desse cientista, de altíssima abstratividade, absorve e interpreta mais que ninguém tudo que diz respeito ao Criador e à criatura, sem melar a razão com aspectos religiosos tão caros aos homens comuns.  A sua alma gere com sua falta de liberdade o acordo feito nas vésperas da sua união com o corpo, no exato momento  da absorção do óvulo pelo semen.  O mundo que aprenda essas lições, no hoje e no após, quando outra alma de valor similar à esta, se dedicar à estudá-la.  O Stephen capta tudo ao seu redor, mas não tem voz  nem transmite tensão ou cor às suas verdades.  

Ele viu e sentiu, passo a passo, a ruína do seu corpo que nasceu normal, tem filho natural, pois imaginem o tamanho e o valor dessa alma diante de Deus, para cumprir tal missão.  Usa óculos, portanto tem deficiência visual, talvez nem possa coçar o nariz;  e como conduz as necessidades do comer e descomer?  Como transacionar sentimentos de simpatias, agradecimentos e antipatias tão próprias nos humanos!  como suportar os manuseios que a intimidade humana se reserva só pra si?Calculem a grandeza magna dessa alma, quando de sua seleção.

Rompido o laço a que chamamos vida;  a alma cadenada agora liberta e proprietária única dos seus atavios, pronta para alçar voo e voltar à sua origem;  considerem as querências deixadas para trás quando aceitou tal investidura, agora no retorno para receber o galardão pelo sucesso obtido.  Que lugar privilegiado terá o Stephen diante do Criador Supremo?  Ou que nova missão lhe será dada?  Gentes, não chorem por um cabelo rebelde que lhes cai mal e é motivo para não ir à festa.  Porque uma espinha lhes nasceu na ponta do nariz, mas que amanhã não mais estará ai.





DEVANEIOS - DE REFORÇO AO "RESGUARDO CONTRA EMPRESAS INESCRUPULOSAS

Tenho Cara De Antigamente, Quando Empresas Impostoras Se Aliançavam Com Agentes Públicos
PARA AMBOS SE CAPITALIZAREM INIDONEAMENTE

Inocência

A inidoneidade de uma aliança desse tipo, onde os dois surrupiam os bens públicos, à exemplo do que foi feito com a maior empresa brasileira estatal, a Petrobras, caída agora de joelhos, com 60% de inoperância.  O espírito vil do empreendedor privado que nada e nunca perde, ela complementa o ardil, recebendo por serviços não prestados ou recebendo por valor de produto de primeira qualidade pelo entulho que seria descartado.  Não importa aos dois, até que essa sangria signifique ao fim, a perda de vida de pessoas outras envolvidas inocentemente, como empregados honestos.  

Enquadre-se esses patifes em tudo que lhes confere o título de assassinos por saberem do risco iminente, acontecido.  Uma consequência boa por vias tortas será, já na existência dos CCA, (Complexo De Casa De Apenados), onde lá existirá junto com a sua rede capilar de 55 estabelecimentos verticais com celas de 2,5 mts X 3 , individuais e indevassáveis, hospitais ligados à Universidades, com alunos internos durante o ano inteiro, desenvolvendo técnicas de recepção e instalação de órgãos doados por apenados em busca do único meio de abreviação do castigo.

Isso será um grande ganho e salto em nossa área médica, uma novidade inserida na área jurídica e prisional, com todo o aparato que seja contra a lerdeza.  Ambulância, lancha, helicóptero e avião permanentemente em prontidão e o apoio incontestável da internet salvando vidas de muitos pobres de Jó, agora com amparo real.  O Brasil se exaltará diante do mundo passeando por várias ciências, com competência e seriedade.  Cidadãos com dificuldade de comportamento social adequado, retirados das ruas, na forma da lei, e pra lá voltando reajustado.

Bom senso. Vontade.  Orgulho nacional.  Educação de verdade com competência missionária.  Desenvolvimento como consequência de uma vasta rede de negócios fundeados no respeito ao outro. Vamos juntos, negros, pardos, bracos amarelos e mais cores que houver, prestando atenção na higiene exibida com sensação de bem-estar e perdoando pequenas imperfeições que são marcas no humano.  Beleza não é virtude quando às vezes uma feiurinha simpática ganha dela com vantagem.  Vem, vem pra cá, simpatia é viver a vida que Deus nos deu.

quinta-feira, 28 de abril de 2016

DEVANEIOS - DE RESGUARDO CONTRA EMPRESAS INESCRUPULOSAS

Tenho Cara De Antigamente, Quando Um Cliente Mau Pagador Era Evitado
ESSE É O MAIS DESEJADO PARA PRESTAR SERVIÇO AO GOVERNO

Pássaro Azul, Persona Rara

Em meus mais de 1500 ensaios falo constantemente sobre esse tipo de parceiro prestador de serviço, que como vimos na situação atual, quando o Brasil aparentemente está brindo os olhos para combatê-lo, tem até dentro de sua empresa, um departamento exclusivo, com administradores graduados e economistas com comendas, cuidando desse ato de negociação.  É a corrupção no seu mais elevado nível, para surrupiar o dinheiro que é tungado pelos inventivos impostos que pagamos.  A coisa está tão séria que no Jornal de hoje soubemos da suspensão da Mendes Jr, para contratos.

Espero, sinceramente desejo que como um Odebrecht que dá nome à essa empresa e está preso, de verdade, graças ao São Moro, que aconteça o mesmo com um eminente Mendes.  E que isso se espalhe, com seriedade, e que implicados do meio político, e como tem, que sejam arrebanhados com todo o rigor e sem privilégio. O meu alerta, embora quase sem voz, é que empresas formadas por familiares e administradores de alto coturno nas diretorias e gerenciamento, vendo o impedimento de um empreendimento seu já esteja correndo para oferecer o mesmo serviço,com outra sigla.

Eu o formulei assim:  Qualquer contratada pelo governo terá que o oferecer juntamente, para constar num index, a identificação completa de toda a cúpula dirigente, com os nomes, também de todos os parentes de toda a parentela ascendente quanto descendente até a terceira geração, com relação de bens, observando a entrada e a saída eventuais.  Que ações que resultem em danos facultem castigos em valores quanto em perda de liberdade.  Que os CCA já existam para abrigá-los em cela individual de 2,5mts X 3.  Serão cidadãos especiais durante a apenação integral, privados dos direitos parentais.

O divórcio sera oferecido ao parceiro em liberdade ou não, com urgência de um "zás".  Já terá ocorrido junto com a mudança prisional, também revisões legais de certos usos como privilégios no tempo da apenação que só será reduzida em permuta com doação de órgãos, indo até 1/4 da pena de acordo com a dificuldade do ato.  Relação oral unicamente com os da área médica, jurídica e de serviço-social.  "Espertezas" serão punidas em celas sem iluminação e pedagogicamente em escala geométrica de o dobro do tempo, à cada insistência.  Em qualquer espaço, estará sempre com a indumentária formal de apenado.

DEVANEIOS - DE MUNDINHA E DEMAIS ( 250215)

Tenho Cara De Antigamente, Quando Quem Contava Um Conto Aumentava  Um Ponto
NESSE CONTO FAÇO PATE DA FAMÍLIA DE MUNDINHA

Águia, Predadora Majestosa


Tenho Cara De Antigamente, Quando Tendo Coreto Tinha Retreta
MÚSICA É A VESTIMENTA DA POESIA

Palestino Torcedor

Mundinha, noiva do tempo.  O que só ela via.  Singular mulher.  Família em quinze.  Seu Lívio e d. Tude e seus mais doze filhos, os de maió e os de menó.  Semeão, Zaú, Helveço,  Colaço, Zaía e Birajara, mais Juvenço, Claudionô, Perera, Wili, Moisé e Daviu.  Tinham pois.o mais maió e o mais menó
    
Viviam  na labuta da terra, cada um com a sua lavoura:  arroz, feijão, milho, cará, macaxeira, vagem, repolho, banana-prata, banana d'água, alface, chuchu, cravo, canela e pimentão.  No centro e no alto da propriedade, Seu Lívio vibrava ferro com ferro numa argola, lingo-lingo,  lengo-lengo e parava o vibrato com suas duas possantes mãos.  Aí começava o longo dia de trabalho com os catorze soldados da retreta.  Doze horas de sol iluminando suas obrigações.  De seis da manhã, no primeiro vibrato até o segundo às seis horas da tarde.  Aí, marcha soldados com sete fuzis-enchadas, das grandes e o mesmo das menores, até o encontro com Mundinha na casa querida, para a última comida e o baque suspirado sobre cada das quinze  redes.


Serviço pesado, benção de Deus. Todo sábado, fileira de jumentos para carregar seus 14 tipos de mercadorias até à feira grande na cidade de gente educada.  Iam na embaixada, além do Seu Lívio, o Semeão e o Daviu, pra aprenderem o ofício.  

E a seca e o agreste?  De Luiz Gonzaga, "Mandacaru quando "fulora" na seca, é o sinal que a chuva chega no Sertão...".   O mandacaru adulto é uma árvore de madeira retorcida, cheia de nódulos, que responde à batidas com pedras ferrosas com som parecendo ferro sobre ferro.  Assim sendo, nos parece que não tem seiva.  Mentira.  O anúncio de água, de chuva, no Agreste é anunciado por essa árvore pelo aparecimento de sua flor lindíssima, com o caule verdíssimo e a profusão de pétalas com a base de amarelo-gema e a postura branca-virginal e abundante.  As folhas se revertem em espinhos como a defender a princesa no castelo.  Ela só se abre ao anoitecer.
Flor do Mandacaru (mais linda impossível)

"Lá detrás daquele morro tem um pé de Manacá, nós vai casá, nós vai pra lá.  Cê qué?  Cë vai?

Lindo Manacá para Mundinha

Coisas do Agreste, coisas do Sertão.  Coisas do Ceará. Coisas de Uruburetama.  

Mundinha no seu mundinho, com seu cabo de "puliça" parecendo com São Jorge.  Noiva da noite.  Esperta nas suas obrigações temporais e com seu interior velado como são as coisas sagradas.  Mistérios inalcançáveis para estranhos.  Ela é feliz com sua verdade só sua?  Deixem-na em Paz com suas mentiras- verdadeiras.  Enfeitemo-la com a flor Mandacaru, demos à ela uma coroa de Manacá, que ela penetre à fundo seus verdes olhos nas águas do Mundaú.  Que se despeça dos seus quando eles forem pra suas lidas e os receba na volta, com o cansaço extenuante do bem-fazer Divino, os alimente e os ponha nas redes como uma mãe que nunca será, velando doze irmãos e os pais como faria a Virgem no seu amor por Jesus.  Gente, oremos por Mundinha até a hora do seu chamamento.

Cenários disponíveis para a mitigação da vida:  Poesia, Drama, Tragédia e Circo.  Cada um tem sua escolha, ou cada um petiscará uma bandinha desse cardápio?  Essa disponibilidade é gratuita ou é compulsória?  

Eu sempre penso que na estrada da vida a escolha e a compulsão é bem dividida.  Metade é comandada por nossa vontade e a outra pertence a engenharia do "ação e reação", instrumento de Deus na gerência do Universo.  Sua justiça é ai aplicada na medida certa, nem demais nem de menos.  É Deus usando o Seu poder;  não pode ser contestado.

Mundinha cumpre seu fado

d. Tude, sua missão

Seu Lívio, seu mandato

De semeão à Daviu,  carregam o fardo muito próprio dos humanos

A Flor do Mandacaru alivia o Clima

O pé de manacá indica a consolidação da Paz

O MUITO É A VÉSPERA DO NADA

(SEM A PERMISSÃO DE ALTAIR DE ANDRADE CRUZ, POR CRIAR EM CIMA DA CRIAÇÃO DE MUNDINHA)


(SE FALTAR NITIDEZ NA LEITURA, DÊ DOIS TOQUES LEVES PARA CADA PARÁGRAFO)









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DEVANEIOS - DE REFORMA CARCERÁRIA E MAIORIDADE JUNTAS (280415)

Tenho Cara De Antigamente, Quando A Reforma Carcerária Coexistir Com A Menoridade
CELAS INDIVIDUAIS NO COMPLEXO DE APENAÇÃO

Árvores Florais

terça-feira, 28 de abril de 2015


DEVANEIOS - DE REFORMA CARCERÁRIA E MAIORIDADE JUNTAS (280415)


Tenho Cara De Antigamente, Quando Avoante Era Ave De Arribação
NA VERDADE, POMBA PEQUENÍSSIMA
Sertão- Ata ou Pinha

No programa na TV Brasil, inda há pouco, sobre o tema deste título.  Os debatedores, todos, contrários à baixa da maioridade para responsabilidade comportamental;  que não se pode jogar menores de idade em mistura com maiores-bandidos, para que eles sofram especialização acadêmica no mundo do crime.  Esses senhores não Vêem que para que não ocorra isto, paralelamente deverá estar sendo cuidada a reforma carcerária, isto é, cada macaco no seu galho, pena de perda de liberdade, rígida, em celas de 2.5mts X 3, cumpridas individualmente.

Quando focamos a Paz Social, queremos diminuir os riscos ao máximo, por que a morte ou mutilação de qualquer bem, vindas de maior ou menor de idade, produz o mesmo resultado.  Atacaremos três alvos ao mesmo tempo:  o bem estar do homem de bem;  a impossibilidade de aumentar a malignidade do apreendido ex-menor;  e dar a chance, à este, de escolher com seus recursos a possibilidade de reaver a liberdade, condicionando-se ao comportamento social aceitável.  Ele se tornará homem de bem pelo esforço de querer ser livre.

A religião é um bem fisiológico, por isso mal usada em penitenciárias sobrepondo-a ao auto-aprendimento de conduta civil apropriada.  Caberá aos Assistentes Sociais, obrigatoriamente usados à cada saída e volta da  cela, o dever de explicitação do fenômeno de mudança comportamental, ao seu paciente.  Digo que a apropriação pelo Estado do cidadão maior ou menor de idade, na condição de infrator, é-lhe inteiramente favorável.  A apenação em progressão geométrica de tempo até a nona, quando será considerado criminoso, sujeito ao Código Penal, lhes dará 18 alertas para se reverter.

Aqui estão em quatro parágrafos de seis linhas cada, a minuta racional de comportamento para se emigrar da qualificação do mal para o bem. Bom comportamento em troca de liberdade, uma negociação deveras interessante, e de repente do inferno ao paraíso, vivendo-se numa sociedade liberal, mas com responsabilidade moral impecável.  Pêsames para alguns, pois haverão, que não alcançando a magnitude dessa educação, deixou escapar-se-lhes pelos dedos a chance de viver a vida, objeto dos humanos.

DEVANEIOS - DE MEMÓRIAS DO TEMPO QUE A VIDA CONTA (280415)

Tenho Cara De Antigamente, Quando A Recordação Era Alimento
ALTAIR DE ANDRADE CRUZ

Pelo Bico Deve Ser Um Colibri

terça-feira, 28 de abril de 2015


DEVANEIOS - DE MEMÓRIAS DO TEMPO QUE A VIDA CONTA

Tenho Cara De Antigamente, Quando Tropicar Era Tropeçar
É TAMBÉM UMA VARIANTE DE TOPAR
Lindo Pássaro Sem Nome E Sem Origem

E que estão lá, no centro da minha cidade em uma linda casa que eu amava, na Rua Castro e Silva de número 305, que antes teve o nome de Rua das Flores. Hoje aquela casa que era grande porque eu era pequena daquela rua boêmia do centro da cidade que destrói edificações históricas e se envergonha de ter memórias, bem junto ao mar, não é mais a minha casa. Uma rua pequena e curtinha que nasce ou morre, tanto faz, entre a Igreja da Sé e o Cemitério São João Batista, bem atrás da Santa Casa de Misericórdia, no centro histórico de Fortaleza. Horas avançadas da noite, faço uma viagem no tempo, até às primeiras reminiscências, indeléveis, plenas de detalhes. Mergulho... Estou na bacia de alumínio Ironte. Dispostos carinhosamente sobre o espaldar da cadeira de vime estão a toalha de felpo Artex, o sabonete Lifebuoy e o talco Gessy. Devidamente enxuta e perfumada, chega a vez de vestir a fralda de murim, comprado nas Casas Novas, famoso armazém de tecidos. A papinha de “leite-de-gado-puro” já fumega e sobe no papeiro esmaltado branco de ágate, sobre a trempe do fogão de tijolo e barro acionado a carvão vegetal adquirido no Depósito do “seu” Pergentino e para o qual era indispensável o abano de palha de carnaúba. É lá, onde havia no centro da minha cidade, uma linda casa que eu amava. Tinha uma porta e um janelão alto de postigo de tariscas e o telhado muito alto, de madeira de carnaúba e começava ou terminava, tanto faz, na sala ornamentada por um cortinado duplo de renda, que se abria de par em par para a gente passar por ele para então entrar no corredor muito compriiiidooo. Uma camarinha, a segunda camarinha, mais uma sala, mais outra sala de área aberta e mais outra área aberta onde ficava a cozinha, depois outra área muito compriiiidaaa e o banheiro soltinho lá no final. Duas palmeiras não do mesmo tamanho, perfiladas davam entrada ao quintal que encontrava o céu, largo, grande, comprido, profundo, estavam lá marrecos, patinhos, galinhas e seus pintinhos, o galo que cantava bem alto de manhã, gatas escondendo gatinhos nas acumulações de tijolos, e roupas de bonecas penduradas no varal. O luar criava fantasmas assustadores nas folhas das bananeiras. Foi lá onde eu compreendi a dor eterna da morte. A primeira vez foi na hora do almoço ao voltar da escola. Minha mãe chorava na beira do fogão de barro. Um cheiro de comida boa estava no ar, vinha da panela. Por que minha mãe chorava? Por “daqui-aquela-palha”, ou por nada, ou talvez por muita vontade de fazer sofrer, o pai do qual nada cito, obrigou-a a matar a minha galinha “Branquinha”. Era a “Branquinha” que seria o almoço naquele dia. Mas, naquele dia e em muitos outros daquela semana não houve almoço. Só muita mágoa e silêncio. A panela criou mofo e foi jogada no lixo na outra semana. Nunca mais comi carne de animal na vida. A segunda vez que vi de novo a morte naquela casa foi o ataque fulminante do coração que levou meu pai às 5 horas da manhã quando ele se levantou para ir trabalhar em um júri. Foi desse episódio, em 1 de janeiro de 1966 que passamos da classe social alta para a mais sórdida e deprimente miséria. O meu irmão Babí foi assassinado na "Bandeira 2" madrugada, por três latrocidas. Fomos para a “Vila Ocelo”, nós duas. Lá encontramos gente pérfida, invejosa do nada que se tem, gente muito má. Dificuldades imensas, mas vencidas pela minha mãe com grande heroísmo. Mas, isso fica no denso véu do nada dizer.
Metade dos anos 50. Minha casa. Primeiros raios da manhã. O rádio Minerva Tropic Master (USA de 1941) tocava na PRE-9 a marchinha Chiquita Bacana “lá da Martinica se veste com uma casca de banana nanica” do ano de 1949, autoria de João de Barro e Alberto Ribeiro na voz de Emilinha Borba. Meu pai se aprontava para ir trabalhar no armazém Casa Cruz na Avenida Pessoa Anta, 108. Ele importava e exportava bebidas e fumos. Tinha nível de escolaridade superior, era advogado rábula, teólogo, candidato a cargos políticos, maçom expulso, jornalista, escrevia nos jornais Unitário; Correio do Ceará; Gazeta de Notícias; O Povo, era “alto comerciante”. Todos conheciam Humberto Cruz, frequentador assíduo da roda intelectual dos bancos da Praça do Ferreira onde discutia política e divulgava o espiritismo Kardecista. O cheiro da loção Quina-Petróleo, que segundo as indicações evitava a calvície e a canície, inebriava a hora da saída e um acréscimo de Lavanda Atkinsons completava os másculos aromas. O café-da-manhã estava na mesa, coberta com toalha de linho branco bordada com flores em Ponto-de-Cruz, o café Walkan aromático e saboroso, fazia par com as bolachas Cecí, a manteiga Lírio, o pão da Padaria Duas Nações e o leite natural (in natura) de Maranguape colocado na janela, sem que nenhum transeunte, trabalhador matinal mexesse, pelo ‘Seu’ Pêdo, o leiteiro que abastecia as famílias desde o raiar do dia.
O tempo prossegue a sua marcha. Em meio às doces cenas matinais revejo a beleza da minha Mãe, (recordo muito as manhãs), o trio cosmético Regina, sabonete, talco e água-de-colônia, estão sobre a penteadeira de cedro com amplo espelho que ‘engorda, entorta ou afina’ levemente e conforme o ângulo em que a gente se posiciona, ela cheira à refrescância do banho, sua cosmética consiste em Creme de Alface Brilhante, óleo de côco da Perfumaria Eva, desodorante Odo-Ro-No, esmalte Cutex, Loção Camélia do Brasil (para evitar cabelos grisalhos), o rouge e o batom Naná, o pó Coty não compacto e as fragrâncias de Helena Rubinstein, da Coty ou da Mirurgya, há também o pequenino Perfume Quatro Rosas, a linha Caschemyre Bouquet, o perfume de frasco com meio litro de perfume Parisiana. O perfume Royal Briar é considerado de mau gosto e usado por pessoas vulgares. Então ela veste o califon, as três anáguas, a calçola de pernas rendadas, o vestido de Tafetá, calça as meias 3/4 Kendall e o sapato Luiz XV comprado na Sapataria Pio. Seu perfume preferido é Madeiras de Oriente, no frasco vintage de luxo em madeira sândalo ou então o perfume de marca Madame Rocha’s importado.
Os filhos do período pós- guerra são eufóricos, o mundo retorna a florescer. Meu irmão é uma figurinha de cabeça raspada à máquina estilo nazi, veste calças curtas de suspensórios e um quépi dá o toque final ao visual paramilitar. Eu sou uma figura esvoaçante vestida de Organdi branco literalmente ‘engomado’ e com anáguas de seda róseas detalhadamente uma sobrepondo-se à outra partindo do comprimento de cada uma, que dão a nuance do rosa suave, as meias de crochê compradas na loja O Gabriel e os sapatos Cara-de-Boneca, comprados na Sapataria Primavera. Recendemos a Lavanda York. Pasta de couro, cadernos Avante com o Hino Nacional escrito no verso, o meu livro é o Livro de Lili, de Anita Fonseca em 1958, e o do Babí é o livro Infância Brasileira de Ariosto Holanda. Eu estou no Jardim da Infância e Babí no 1º Ano Forte no começo dos anos 60.
Meus brinquedos eram bonecas rígidas, sem articulações nenhuma, da Trol, mas meu padrinho alagoano Júlio do Carmo chegou de viagem e me presenteou com uma boneca Pierina. Tinha o corpo de pano, cabelos de nylon, e toda sua “vistosidade” estava no luxuoso vestuário. Ela jazia na caixa, só a mim entregue na ocasião do semestral vermicida Panvermina, horrorosas cápsulas amarelas gelatinosas que, aos berros, eram trituradas na boca e exalavam nauseante sabor de mastruço e que iriam propiciar a expulsão dos áscaris lombricóides em formato natural. Purgante realizado eu fungava sentida e olhava a Pierina, (eu não tinha lhe batizado sequer, com outro nome), loura, de bochechas róseas, luxuosa, mas falsa, eu não gostava dela, detestava aquele cheiro de boneca guardada, associava-a ao purgante, ela não era realmente “minha”, era da caixa, agora ali, tendo-a tão perto, via seus olhos azuis, a boca fria, e com raiva, dava uma olhada na calçola dela: de seda, pernas de renda! Ainda bem que logo ela retornava à embalagem e voltava para o fundo da mala. Um dia dei uma topada porque quis e quebrei a cara de porcelana da Pierina.
Eu amava era o meu Neguzinho pequinês, (irmão da Faisquinha da minha mame), um cãozinho pretinho de raça zero, de olhos dulcíssimos que sorriam para mim, morri também quando ele amanheceu enforcado atrás do armário querendo abocanhar uma ratazana. Ao lembrar dele as lágrimas embaçam estas letras...
Também havia o uso profilático diário de Emulsão de Scott, terrível sabor de peixe, o laxante de Leite de Magnésia de Phillips que emborrachava nos beiços, e o Iofoscal – a melhor de todas as odiadas medicações, eu lia os rótulos de todas elas.
Lia fotonovelas dos anos sessenta: Capricho, Grande Hotel, Destino, Ilusão. Assistia rádio novela, (adaptações de clássicos da literatura): A Cabana do Pai Tomás; O Morro dos Ventos Uivantes; ou as peças radiofônicas: Vladimir – O Rei dos Ciganos; A Madona das Sete Luas; O Direito de Nascer ( que parava a cidade ao meio-dia quando ia ao ar); Jerônimo – O Herói do Sertão, cujo ator principal era Cauê Filho, muitas das adaptações para o rádio eram feitas por Ivani Ribeiro ou Giuseppe Guiaroni. O patrocínio era de Colgate-Palmolive ou de Gessy-Lever, e o elenco era o dos atores da Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Esse elenco dramatizou a Vida, Paixão e Morte de Jesus Cristo sob a supervisão de Guiaroni e cuja radiofonização vai ao ar, ainda, em algumas emissoras AM (amplitude modulada), no período da Semana Santa, do meio-dia às três da tarde. Lia revistas: A Cigarra; Filmelândia; Cinelândia; O Cruzeiro; Manchete; Seleções do Reader's Digest; as revistas dedicadas às leitoras infanto-juvenis como Primavera em Flor e todas as coleções de Walt Disney, inclusive as historinhas pelo rádio no programa Histórias da Vovó alguma coisa que não lembro. Uma tarde, mame me levou e a ela mesma, para conhecer a Vovó do programa, lá na emissora, Rádio Uirapuru, cujo prédio é em formato de rádio e está ainda em frente à Praça Clóvis Beviláqua ou Praça da Bandeira, ignorado do público e abrigando algo do governo. Esperávamos nos deparar com Ali Babá e os Quarenta Ladrões, com Aladim e a Lâmpada Maravilhosa, com Alice no País das Maravilhas, com o Gato de Botas, mas o que vimos decepcionou: um lugar de trabalho, pessoas comuns, atarefadas, amassando folha de flandres para simular as tempestades, apertando banda de coco para simular o galope dos cavalos, que nem sequer nos deram atenção, a partir daí nos desinteressamos pelo programa. Mesmo porque, já conhecíamos todas as histórias.
No Brasil por volta de 62 a 64 em meio à efervescência política e da ditadura militar, surge o CPC da UNE, um movimento cultural e ideológico de inspiração Marxista, criado pelos estudantes, na Guanabara. Esse processo de tomada de consciência na história da cultura brasileira trazia a ideia de que os intelectuais deveriam organizar a cultura popular, para tanto, o intelectual teria de ser parte integrante do povo. Desses estudantes vieram Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Zé Ramalho e outros. As suas músicas insinuavam a realidade e eram de protesto, do outro lado a ditadura colocava as músicas água-com-açúcar e sem comprometimento do movimento Jovem Guarda, para suplantar e alienar as mensagens das músicas de protesto. No exílio Caetano compôs para o amigo Roberto Carlos, então estudante de medicina, “Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos”. Muito depois eu entenderia a realidade desse período, mas sentia falta dos programas de televisão O Céu é o Limite, com perguntas e respostas a um inscrito (que receberia um prêmio milionário), sobre determinado tema, sob a apresentação de Blota Jr., ou o Programa Flávio Cavalcante... Os artistas aderiam aos movimentos de “esquerda”, eram torturados, exilados, assassinados, muitos morreram no exílio sob as ordens do regime ditatorial que eclodiu. Depois vieram os luxuosos programas para exportação, (da rede Globo), Programa Black & White; Fantástico - O Show da Vida; Chico City, bem como, dentre outras, as novelas O Bem Amado; Gabriela Cravo e Canela; Saramandaia; Roque Santeiro. Não era mais na minha casa, mas eu e minha mãe assistíamos TV na casa da Mãe Júlia Condante, filha de escrava e senhor.
O Sítio do Pica-Pau Amarelo, nos anos 70 fazia com que se viesse “voando” do Colégio, permanecendo de farda com saia azul e blusa branca, com logomarca no bolso da blusa, munida de biscoitos Cream Cracker Fortaleza e guaraná Kacique da Monteiro Refrigerantes e viajava nas asas da melodia. Nesse tempo o movimento Hippie pregava “a paz e o amor”, adotava profusão de margaridas e a liberdade de comportamento. Havia aqui em Fortaleza nos anos 70, jovens que nas suas residências nas noites dos sábados realizavam as Tertúlias. Instalavam a “luz negra”, (cobriam a lâmpada com papel de cor azul e demais cores) e as garotas de meias da novela “Dancing Days”, com perfume Vertige, ou Vetiver, dançavam soltas com os rapazes de calças Pantalonas e perfume Lancaster ao som da voz de Tina Turner das nove até meia-noite...


I LOVE TO LOVE:

DANCE LITLE LADY DANCE:

A minha rua começa na catedral metropolitana ou Igreja da Sé e termina no cemitério São João Batista ou vice-versa. É a Rua Castro e Silva. Nós tínhamos um telefone fixo de número com quatro dígitos, os primeiros telefones da cidade. Meu pai tinha dois Jipes, um comprado a um militar, era verde oliva, por isso chamado “jipe de guerra”; um Ford “de bigode” e uma caminhonete toda torta. Era na caminhonete que meu pai trazia água da Pirocaia. Era no jipe de guerra que meu pai nos levava (eu; meu irmão Babí; minha mamãe; a loura-papagaio; a galinha branquinha; faísca e neguinho, os dois pequineses), para desfilar no corso quando era carnaval, e no Ford de bigode ele passeava com a gente aos domingos, na praia do peixe, hoje Meireles e nos bairros distantes. Naqueles tempos ainda moravam as últimas famílias no centro. Não é possível dizer com exatidão, mas, de um lado morava a “dona Norina”, e sua filha Olenca (que enquanto minha mãe e a dela conversavam na porta, Olenca me dava grandes beliscões e puxava um fio só do meu cabelo por vez) do outro a “dona Lídia” e a sua prole: o Bebé; e muitos outros, talvez uns oito, meninos e meninas. Do outro lado da calçada morava a “dona Izaíra” e o “seu Mílton”, muito católicos e donos de uma lojinha de miudezas, como botões, fitilhos, etc., sendo parte constante a “tia Emília” irmã de um dos dois, e os filhos: Socorrinha; Elias e Izairton. O restante da rua era já muito comercial. Havia o Restaurante Olinda, três casas depois da minha, de comida requintada e acebolada, cujo dono-pai era o “seu Leônidas” e seus dois filhos iniciantes na administração, um deles o “Delzinho”, funcionava dia e noite. Uma noite “seu Leônidas” derrubou com uma vara de levantar as portas do restaurante, o “Mata-Sete” que esmolava comida aos clientes. Tempos depois “Mata-Sete”, que era “um menino” perigoso marginal ladrão e assassino, foi morto a facadas, foi quando foi revelada a idade dele, aquele “menino” que aparentava uns 8 anos de idade tinha de fato quase 30. De frente para a minha casa ficava o restaurante do “Toinho”, que fornecia comida para os comerciários, funcionava até ás 6 da tarde. Havia “O Rei dos Pneus” cujo dono era o “Bebê”, moreno gordo e simpático ornamentado de muito ouro, que atraia ‘multidões’ dos poucos abastados proprietários de carros da cidade. Também na outra calçada estava a Western Telegrafhic Co., empresa telegráfica, empregava os estafetas (rapazinhos que entregavam os telegramas); a Marcosa, indústria e comércio de Caterpillar ou tratores. Lá as senhoritas que trabalhavam eram muito elegantes, acompanhavam a moda das “Elegantes da Bangu”, coluna que saia numa revista, não sei qual. Duas lembranças, do mesmo lugar ficaram na minha memória, a da casa do lado direito: é que tempos depois, a “dona Lídia” saiu da casa. Nela se instalou a “Agência Tejuçuoca” cujo proprietário era o Alfredo Coelho. Na frente da minha casa de número 305, naquele sobrado, hoje emparedado, ficava o “Ginásio Apolo” de Halterofilismo, o único da cidade. Frequentado pelos rapazes da alta sociedade, incluindo dentre os demais os denominados “rabos-de-burro”, um grupo de rapazes de cabelos longos, muito atléticos, belos e ociosos, onde o chefe da turma era o “filho de papai rico” Ivan Paiva, morador em Parangaba, os quais iam para a frente dos colégios das moças para pegá-las, com um laço de corda. Eles eram o terror de Fortaleza dos anos 60. Até uns anos atrás se sabia que ele estava ancião numa cadeira de rodas. Ele citava essa frase que ficou famosa, “não sou o dono do mundo, mas sou o filho do dono”.
De uma ponta à outra da minha rua, do lado da minha calçada, na esquina do lado da Sé ficava a Padaria Duas Nações (Portugal X Brasil) e na esquina do cemitério ficava o “bar Corre-Frouxo”. Aberto dia e noite, sem portas, quando começava uma briga de bêbados dentro do bar o dono empurrava os brigões para fora e cercava o estabelecimento redondo, porque na esquina, com as mesas. Nos sons da minha rua estavam as músicas tocadas na vitrola com luzes coloridas do bar “Corre-Frouxo”, como esse xote e baião: “Gente olha a Zefa como dança o xaxeado / eita nêga da moléstia prá dançar côco e xaxado”. As músicas e as mensagens da radiadora do atual bairro Arraial Moura Brasil, nesse tempo o “curral” (gueto) que começou com o cortiço dos sertanejos retirantes da seca de 1932 e se transformou em lugar do baixo meretrício. De lá o vento trazia nas tardes de cristal a voz de Núbia Lafayete: “Seria tão diferente se a gente que a gente gosta / gostasse um pouco da gente / seria tão diferente”. E as mensagens na voz pomposa (exposta vaidosamente) do locutor: “Alôr, alôr Brigite Bardot! Alguém lhe manda esta ‘musga’ com muito amor e carinho!”. Brigite foi uma loura mariposa que numa noite foi assassinada a tiros, na calçada da minha casa, por ciúmes, pelo seu amante policial civil. Quando era carnaval vinha nos sons e nos aromas da noite o cheiro e o tilintar dos copos de cerveja dos bares, das boates, dentre outras a Boate 80. Dos clubes como o clube Guarani. O cantor mais requisitado era Nozinho Silva. Sua voz enchia a noite de marchinhas. “Êêêêê! Índio quer apito / se não der pau vai comer!”.
Esse é um depoimento para a Web, para complementar tantas outras narrativas de boa vontade e de significativas expressões histórico-documentais. Hoje aquela casa que era grande porque eu era pequena daquela rua boêmia do centro da cidade que destrói edificações históricas e se envergonha de ter memórias, bem junto ao mar, não é mais a minha casa. Até trocaram os números. A verdadeira 305 é a loja do lado direito de quem chega. E eu anonimamente todas as tardinhas chego lá.


LEMBRAR DE CASA - Antoine de Saint-Exupèry

Havia, em algum lugar, um parque cheio de pinheiros e tílias e uma velha casa que eu amava.

Pouco importava que ela estivesse distante ou próxima, que não pudesse cercar de calor o meu corpo, nem me abrigar, reduzida apenas a um sonho.

Bastava que ela existisse para que a minha noite fosse cheia de sua presença. Eu não era mais um corpo de homem perdido no areal. Eu me orientava. Era o menino daquela casa, cheio da lembrança de seus perfumes, cheio da fragrância dos seus vestíbulos, cheio das vozes que a haviam animado.
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