segunda-feira, 30 de novembro de 2015

DEVANEIOS - DE CAPITANIAS HEREDITARIAS

Tenho Cara De Antigamente, Quando Hera Era Aquela Gramínea Que Cobre As Paredes
NA VERDADE, TREPADEIRA

Clio, Euterpe E Thallie (1650)

Políticos Hereditários Geneticamente, uma herança do Brasil  no tempo das Colônias Hereditárias.  Esse nosso país parece que não evolui para a modernidade quando a coisa favorece a SAFADEZA.  O único português que não se dobrou à essa comilança chamava-se Fernando de Noronha e nunca veio aqui para receber o presente.  Assim, no mais longínquo torrão, no mais pequeno e desconhecido não deixa de haver um herdeiro do prefeito de plantão.  E essa é a fortuna da praga;  pra isso nasceu, pra isso vive e vai até as maiores das metrópoles, com sobrenomes parecidíssimos.

E a herança de serem corruptos os acompanham:  os barbalho, sarney, magalhães,  e uma infinidade  de filhos, sobrinhos, netos, irmãos e a família inteira no maior furdunço com a vitaliciedade do emprego;  e não satisfeitos com as regalias reais puxam dai o "por fora", porque é a praxe.  É uma pouca-vergonha acompanhada dos   de como "por exemplo" alardear que com a invenção macabra do tal "bolsa-família", ai inventa-se também um núnero estapafúrdio de peesoas, galgaram a classe acima, da sociedade.

Dia virá quando os políticos eletivos serão uma classe profissionalizada, bacharelada com um diploma de curso superior, como são dos Diplomatas.  Nenhum, além deles galgará as tribunas do Congresso e dos estados e municípios, também os Ministérios e Secretarias nas três estâncias do Estado.  Essa crisálida durará entre 16 à vinte anos porque a substituição  dos antigos mandatários se dará na proporção de 1/4 dos mesmos à cada quatro anos.  Qualquer vacilo no comportamento de um desses o levará a se enquadrar na atividade da vida privada, para sempre.

Teremos a decência e a cabal capacidade acadêmica dessa juventude sem os vícios anteriores e o temor transformado em respeito quando acreditarem ou virem o primeiro justiçado.  O respeito dos cidadãos em todas as classes pelo novo Estado em que estarão vivendo.  A chance para crescer oferecida à todos.  O orgulho de ver o respeito como nosso País será tratado entre as nações do Planeta.  A Paz Social já anteriormente alcançada com a reclusão nos CCA de todo indivíduo que não se enquadre no direito de se mover entre os homens de bem.


DEVANEIOS - DE LIVRO DE MÁGOAS (8)

Tenho Cara de Antigamente, Quando  Quem Mostrasse O Maior De Todos Iria Preso
ERA TACAPE NO CACHAÇO

Capela D Zodíaco

A MAIOR TORTURA

Na vida, para mim não há deleite.
Ando a chorar convulsa noite e dia...
E não tenho uma sombra fugidia
Onde poise a cabeça, onde me deite!
E nem flor de lilás tenho que enfeite
A minha atroz, imensa nostalgia!...
A minha pobre mãe tão branca e fria
Deu-me a beber a mágoa no seu leite!
Poeta, eu sou um cardo desprezado,
A urze que se pisa sob os és.
Sou como tu, um riso desgraçado!
Mas a minha tortura inda é maior!
Não ser poeta assim como tu és,
Para gritar em verso a minha dor!...

A FLOR DO SONHO

A flor do sonho, alvíssima, divina,
Miraculosamente abriu em mim,
Como se uma magnólia de cetim
Fosse florir num muro todo em ruína.
Pende em meu seio a haste branda e fina
E não posso entender como é que, enfim,
Essa tão rara flor abriu assim!...
Milagre... fantasia... ou, talvez, sina...
Ó flor que em mim nascestes sem abrolhos,
Que tem que sejam tristes os meus olhos
Se eles são tristes por amor de ti?!...
Desde que em mim nascestes em noite calma,
Voou ao longe da asa da minha'alma
E nunca, nunca mais eu me entendi...

NOITE DE SAUDADE

A noite vem poisando devagar
Sobre a terra, que imunda de amargura...
E nem sequer a benção do luar
A quis tornar divinamente pura...
Ninguém vem atrás dela a acompanhar
A sua dor que é cheia de tortura...
E eu oiço a noite imensa soluçar!
E eu oiço a soluçar a noite escura!
Por que és assim tão escura, assim tão triste?!
É que, talvez, ó noite, em ti existe
Uma saudade igual à que eu contenho!
Saudade que eu sei donde me vem!...
Que eu nunca sei quem sou, nem o que tenho!!


MAIS FLORBELA COM SEU DOM



















domingo, 29 de novembro de 2015

DEVANEIOS - DE APENADOS

Tenho Cara De Antigamente, Quando Esculacho Era Uma Grande Desarrumação
MENSAGEM MANDADA POR GENTINHA

Sem Identidade

Não existe ainda os CCA (Complexo de Casa de Apenados).  Área com espigões verticais com celas de 2.5mts. X 3, individuais e , indevassáveis para cumprimento integral de penas, acolhendo menores de idade e maiores, homens e mulheres, infratores e criminosos.  Os infratores serão apreendidos com autorização administrativa para cumprir pena de perda de liberdade, aliás única moeda para criminosos inclusive, com tempos de geometria ascendente, isto é, tempos em dobro para cada apreensão até a nona.  Na décima vez será indiciado como criminoso pelo Código Penal.

No caso de consumo de drogas, verificado no IML dentro do CCA.  O julgamento geral é feito sobre os atos ilegais, portanto sem privilégio algum, tipo idade senil, título superior acadêmico, funções políticas, etc.  Todos ali serão iguais em suas celas isoladas.  Os criminosos receberão um título especial de cidadania em submissão total ao Estado durante a apenação.  Raspagem de cabelo e barba uma vez por mês, faxina feita por funcionários uma vez por semana e vestimenta padrão nacional a mesma usada inclusive para apresentação no Fórum sito no CCA.

Será oferecido ao par em liberdade, a seu querer, o ato do divórcio, em razão de durante a apenação o vínculo afetivo e parental estarão permanentemente suspensos, com o total isolamento do apenado.  O CCA abrigará nosocômio, manicômio, IML, fórum judicial e atendimento de serviço social 365 dias no ano em três turnos de oito horas.  Terá todo o aparato de servidores com curso básico e técnico além de médio.  Qualquer contato com agentes carcerários terá atendimento por um pariato.  O encontro com advogados do Estado será em cubículo e por interfone exclusivamente.

Uma cela ao fim do corredor igual mas sem móveis e luz será usada para castigos por indisciplina, na mesma forma dos infratores.  Contensor lingual, a ser criado, será imposto ao apenado sempre que ele force a comunicação verbal além da necessária.  Botão visível à noite, para chamada emergencial em apelo de  saúde ameaçada.  Banho de sol sob indicação médica sita à frente da cela, com o tensor e algemas nos punhos atrás do corpo.  Semanalmente terão revistas, livros ou gibis para distração e espera-se adaptação do apenado para diminuir a ansiedade.



DEVANEIOS - DE ANJO MALAQUIAS

Tenho Cara De Antigamente, Quando Domínio Público Era Tudo O Que Perdia O Dono
COMENTÁRIO É UM EXEMPLO DISSO

Não Identificado

Estou apenas divagando sobre o imaginário de Mário Quintana de um anjinho recém-nato deitado de bruço e ameaçado como manjar por um papa-figo muito mau.  Atendia pelo nome de anjo Malaquias e na emergência foi acudido por Nossa Senhora que sapecou-lhe duas asinhas, mas na pressa de tirá-lo da garfada do energúmeno,  infelizmente foram pregadas na sua pequenita bunda.  A criaturinha sem sequer saber o que era a vida, já a estava defendendo.  Voava como barata-tonta, mas sempre de cabeça para baixo e atendendo à luz na janela, por lá enfiou-se.

Pobrezito do anjinho passando entre nuvens de quinas aguçadas dirigidas por outros anjos maiorzinhos que sem maldade simulavam atropelá-lo.  Nem anjo-da guarda ele tinha ainda mas Nossa Senhora dos Desvalidos cuidou dele o tempo inteiro.  Muita coisa ela não podia fazer pois ele com sua cômica atrofia se movia como se pendurado mas achando muito divertida aquela primeira traquinagem.  Anjo com asas na bunda era motivo para gargalhadas abusadas dos seus fraternos que nunca tinham visto aquilo.  A Compadecida tinha que dar um jeito.

Pois ela própria embarcou numa nuvem maior, fez um gesto contrito para cima e o céu se escureceu com grandes pingos de chuva.  Providenciou abrigo para os dois malcriados inocentes e amparou a queda do Malaquias  com suas asinhas pesadas.  Segurou-o nos seus braços abençoados, agasalhou-o e o fez dormir.  Arrancou-lhe com cuidado de mãe aquela coisa grotesca e com infinita paciência postou-as nos ombrinhos gorduchos.  Dormiram os dois na Paz do Senhor.  Dia seguinte estavam de volta à casa onde nascera o Malaquias e grandes festas aconteceram.

Desculpe-me o Quintana, louvada seja a Santa Mãe, seja o Malaquias um bom menino com suas asas invisíveis.  Deus que continue dando aos seus filhos o dom que cada um merece, como a invencionice sadia do Mário pensando em causos que a maioria nem está ai.  Qual a idade do anjinho agora?  E o seu criador, agora lá na Céu como estará?  Outros aqui virão, farão poesias, encherão de músicas todas as veredas, inventarão dramas, comédias e novelas como pinturas da vida que se leva.  Outros serão os protetores surgindo nas horas amargas dos solitários viajores.












sábado, 28 de novembro de 2015

DEVANEIOS - DE "PAI"


Tenho Cara De Antigamente, Quando Abano Auricular Era A Zurêia Grande De Um Infeliz
PAI

A Lindeza Da Criação


Muito mais que dois grandes amigos
Pai e filho talvez

Pai
Pode ser que daí você sinta
Qualquer coisa entre esses 20 ou 30
Longos anos em busca de paz

Pai
Pode crer eu tô bem, eu vou indo
Tô tentando vivendo e pedindo
Com loucura pra você renascer

Pai
Eu não faço questão de ser tudo
Só não quero e não vou ficar mudo
Pra falar de amor pra você

Pai
Senta aqui que o jantar tá mesa
Fala um pouco tua voz tá tão presa
Nos ensina esse jogo da vida
Onde vida só paga pra ver

Pai
Me perdoa essa insegurança
É que eu não sou mais aquela criança
Que um dia morrendo de medo
Nos seus braços você fez segredo
Nos seus passos você foi mais eu

Pai
Eu cresci e não houve outro jeito
Quero só recostar no teu peito
Pra pedir pra você ir lá em casa
E brincar de vovô com meu filho
No tapete da sala de estar

Pai
Você foi meu herói, meu bandido
Hoje é mais muito mais que um amigo
Nem você, nem ninguém tá sozinho
Você faz parte desse caminho
Que hoje eu sigo em paz
Add a playlist
Cifra
Baixe no celular
Imprimir
Corrigir

Quem tiver pai que o ame e louve enquanto pode porque dia virá em que a saudade servirá de cataplasma para substituir uma coisa já sem jeito. É verdade, pai já foi bandido, já foi herói, do contrário seria Deus, e desse modo, cada macaco no seu galho e em cada galho a sua dor.  Se o seu pai foi-lhe bom agradeça por isso, mas se ruim ele foi, agradeça ao Pai Criador por estar-lhe dando a matéria prima pela qual você pode se beatificar.  Um choro amargo purifica a alma, mas um riso tardio  de uma lembrança embaçada apenas dói e nada mais.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

DEVANEIOS - DE RECANTO DAS LETRAS

Tenho Cara De Antigamente, Quando ser estrábico Era Ser Zanoio
RESTAVA SABER SE ERA PRA DENTRO OU PRA FORA

Tor

Não estou escrevendo um prefácio para livro, mas uma explicação de intenção que se for incompatível para vocês, desculpem-me a ousadia.  Presumo que postando três formas literária por dia hora virá que terei uma obra para ser editada.  Pretendo apresentar um texto como comentário, crônica, conto, ensaio, memória, crítica, humor classificado todos como Diversão, seguido por um arrazoado político sobre deleção, criação e reforma de leis que pautam a administração do País, experiência inusitada por interesse de atrair leitores inusitados, uma politização popular.  

O foco principal são naturalmente as Reformas Políticas, prisional, judicial, maioridade penal, eletiva, ministerial, fazendária, educacional, segurança pública, saúde com minucias em cada texto.  Eu procuro, com o título:  "Segurança Pública Igual A Paz Social", editado, pela singeleza da apresentação do tema e a mistura do Sério(?) com o leviano(?) provocar buchichos em todas as classes e em todos os meios de tal forma a abrir janelas midiáticas como Jô, Gabi, Roda Viva por exemplo, e colunas importantes em jornais e revistas, não esquecendo o rádio.

CCA-Complexo De Casa De Apenados, na vertical com celas individuais de 2.5mts X 3, comprimento integral da pena, acolhendo homens, mulheres e menores sem que jamais se vejam por serem uma nova identidade cidadã sem vínculos afetivos nem parentais;  Redução de pena unicamente contra doação de órgãos com tabelas percentuais a serem discutidas.  Ali constando Fórum Judiciário, nosocômio e manicômio IML comungado por faculdades de universidades.  Brasil com rede de 53 unidades dessas geridas por um Ministério.

Políticos eletivos profissionalizados como são nossos Embaixadores.  Todos jovens e se bacharelando por opção.  Infratores com larga possibilidade de retorno, por escolha, ao seio social.  Bandidos trancafiados e o espaço livre para os homens de bem.  O Brasil em metamorfose numa crisálida para ser um Édem.  Bom tenho 80 anos até 30 de janeiro próximo e estimo ir até os 82 ou 83 e espero jogar à luz estas jóias.  Sou jornalista com diploma e nunca testado e vou aguardar essa chance de ser plenamente útil.



quinta-feira, 26 de novembro de 2015

DEVANEIOS - DE LIVRO DE MÁGOAS (7)

Tenho Cara De Antigamente, Quando lugar De Pastor Era Na Igreja
AGORA SÃO POLÍTICOS OU EMPREENDEDORES

Atlas

NEURASTENIA

Sinto hoje a alma cheia de tristeza!
Um sino dobra em mim Ave-Maria!
Lá fora, a chuva, brancas mãos esguias,
Faz na vidraça rendas de Veneza...

O vento desgrenhado chora e reza
Por almas dos que estão nas agonias!
E flocos de neve, aves brancas, frias.
Batem asas pela natureza...

Chuva... Tenho tristeza!  Mas por quê?!
Vento... Tenho saudades!  Mas por quê?!
Ó neve que destino triste o nosso!

Ó chuva!  Ó vento!  Ó neve!  Que tortura
Gritem ao mundo inteiro esta amargura,
Digam isto que eu sinto que eu não posso!...

PEQUENINA

És pequenina e ris...  A boca breve
É um pequeno idílio cor-de-rosa...
Haste de lírio frágil e mimosa!
Cofre de beijos feito de sonho e neve!

Doce quimera que a nossa alma deve
Ao céu que assim te faz tão graciosa!
Que nesta vida amarga e tormentosa
Te fez nascer com um perfume leve!

O ver o teu olhar faz bem a gente...
E cheira e sabe, a nossa boca, a flores
Quando o teu nome diz suavemente...

Pequenina que a mãe de Deus sonhou
Que ela afaste d e ti aquelas dores,
Que fizeram de mim isto que sou!

Florbela Espanca Passeia Com Sua Morbidez










DEVANEIOS - DE LIVRO DE MÁGOAS (6)

Tenho Cara De Antigamente, Quando Viado Era Pederasta
NO CEARÁ ERA BAITOLA

Asklepios-Deus Da Medicina

DIZERES ÍNTIMOS

É tão triste morrer na minha idade!
E vou ver os meus olhos, penitentes
Vestidinhos de roxo, como crentes
Do soturno convento da Saudade!

E logo vou olhar (com que ansiedade!...)
As minhas mãos esguias, languescentes,
De brancos dedos, uns bebês doentes
Que hão de morrer em plena mocidade!

E ser-se novo é ter-se o paraíso,
É ter-se a estrada larga, ao sol, florida
Aonde tudo é luz e graça e riso!

E os meus vinte e três anos...  (sou tão nova)
Dizem baixinho a rir:  "Que linda a vida!..."
Responde a minha Dor:  "Que linda a minha cova"

AS MINHAS ILUSÕES

hora sagrada dum entardecer
De Outono, à beira-mar, cor de safira
Soa no ar uma invisível  lira...
O sol é um doente a enlanguescer...

A vaga estende os braços a suster,
Numa dor de revolta cheia de ira,
A doirada cabeça que delira
Num último suspiro a estremecer!

O sol morreu...  E veste luto o mar...
E eu vejo a urna de oiro a balouçar,
À flor das ondas , num lençol de espuma.

As minhas ilusões, doce tesoiro,
Também a vi levar em urna de oiro,
No mar da Vida, assim...  uma por uma...

Florbela Espanca, Mais Uma Vez

















quarta-feira, 25 de novembro de 2015

DEVANEIOS - DE LIVRO DE MÁGOAS (5)

Tenho Cara De Antigamente, Quando  Inserido Era Inxerido
TAMBÉM PODERIA SER METIDO

Apolo E Dafne

TORRE E NÉVOA

Subi ao alto, à minha Torre esguia,
Feita de fumo, névoas e luar
E pus-me, comovida, a conversar
Com os poetas mortos, todo o dia

Contei-lhes os meus sonhos, a  alegria
Dos versos que são meus, do meu sonhar,
E todos os poetas, a chorar,
Responderam-me então:  "Que fantasia,

Criança doida e crente!  Nós também
Tivemos ilusões, como ninguém,
E tudo nos fugiu, tudo morreu!..."

Calaram-se os poetas, tristemente...
E é desde então que choro amargamente
Na minha Torre esguia junto ao céu!...

A MINHA DOR

A minha Dor é um convento ideal
Cheio de claustros, sombras, arcarias,
Aonde a pedra em convulsões sombrias
Tem linhas de um requinte escultural

Os sinos têm dobres de agonias
Ao gemer, comovidos, o seu mal...
E todos têm sons de funeral
Ao bater horas no correr dos dias...

A minha Dor, é um convento.  Há lírios
De um roxo macerado de martírios
Tão belos como nunca os viu alguém!

Nesse triste convento aonde eu moro,
Noites e dias rezo e grito e choro,
E ninguém ouve...  ninguém vê....  ninguém

Florbela Espanca Com Versos Sofridos E Chorosos













DEVANEIOS - DE LIVRO DE MÁGOAS (4)

Tenho Cara De Antigamente, Quando Implicar Era Inticar
E FRANJA ERA PASTINHA

Apolo

TORTURA

Tirar dentro do peito a Emoção
A lúcida Verdade, o Sentimento!
--E ser, depois de vir do coração,
Um punhado de cinza, esparso ao vento!...

Sonhar um verso de alto pensamento
E puro como um ritmo de oração
--E ser, depois de vir do coração
o pó, o nada, o sonho num momento!...

São assim, ocos, rudes, os meus versos
Rimas perdidas, vendavais dispersos,
Com que eu iludo os outros, com que minto!

Quem me dera encontrar o verso puro,
O verso altivo e forte, estranho e duro
Que dissesse, a chorar, isto que sinto!!!

LÁGRIMAS OCULTAS

Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi em outras esferas,
Parece-me que foi em uma outra vida...

E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!

E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja e marfim...

E as lágrimas que eu choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as Vê cair dentro de mim!

Florbela Espanca Em Dois Sonetos Com Rimas E Choros De Oração







DEVANEIOS - DE LIVRO DE MÁGOAS (3)

Tenho Cara De Antigamente, Quando Parceiro Era Oereceiro
JANELA ERA POSTIGO

Apolo E Dafne


vozes do mar



Quando o sol vai caindo sob as águas
Num nervoso delíquio d´ouro intenso,
Donde vem essa voz cheia de mágoas
Com que falas à terra, ó mar imenso?

Tu falas de festins, e cavalgadas
De cavaleiros errantes ao luar?
Falas de caravelas encantadas
Que dormem em teu seio a soluçar?

Tens cantos d´epopéias? Tens anseios
D´amarguras? Tu tens também receios,
Ó mar cheio de esperança e majestade?!

Donde vem essa voz, ó mar amigo?...
...Talvez a voz do Portugal antigo,
Chamando por Camões numa saudade!


FLORBELA ESPANCA....
Nocturno


Amor! Anda o luar, todo bondade,
Beijando a Terra, a desfazer-se em luz...
Amor! São os pés brancos de Jesus
Que anda pisando as ruas da cidade!

E eu ponho-me a pensar... Quanta saudade
Das ilusões e risos que em ti pus!
Traças em mim os braços duma cruz,
Neles pregaste a minha mocidade!

Minh'alma que eu te dei, cheia de mágoas,
É nesta noite o nenúfar de um lago
Estendendo as asas brancas sobre as águas!

Poisa as mãos nos meus olhos, com carinho,
Fecha-os num beijo dolorido e vago...
E deixa-me chorar devagarinho...




E assim caminha a Florbela poetando a noite, a cruz e a solidão

DEVANEIOS - DE CURTIR/DEBOCHAR

Tenho Cara De Antigamente, Quando Menino Impossível Era Impulsivo
E AO FIM DE UMA TAREFA SE FALAVA:  PRONTO

Apolo E Dafne

Tenho ojeriza à palavra curtir, que ao meu ver está mais para deboche.  É um desrespeito à quem está querendo interação, que é o objeto desses instrumento e o que dá a entender a expressão rede social. Dá-me a a impressão, se eu puder desenhar uma imagem das falácias sociais,quando antigamente todo homem usava chapéu e ao menor movimento parecendo ser em sua direção, automaticamente o incomodado levantava o braço e com o indicador futucava o baixo da aba de sua cobertura. Cumprindo com altivez e arrogância o desprezo para quem ousou incomodá-lo.

Quando se espera uma pergunta, uma sugestão, um interesse de trocar ideias, lá vem a curtição.  E o curtidor sempre confia no seu carisma e imediatamente entrega ao desdourado  um documento para seu conhecimento de quanta estupidez e parvoíce cabem na cachola de um desabilitado para o uso de cartola. E lá vem a gabação de que têm 2 mil amigos etc e tal.  Você está é mal, Juvenal.  Sai da frente que atrás vem gente, larga de mutretagem que até em casa trocamos os nomes dos irmãos.  Se alguém merece sua atenção é que o miolo mostrado é bom, não por que seu nome seja importante.

No seco, o curtir serve para medir números, mas não qualidades.  Eu exponho minhas produções sem fotos para os curtistas e lego o mesmo trabalho com a figuração de um blog com fundo marrom e letras brancas, com todas as ilustrações coloridas ou não, para quem queira se confraternizar e fruir vantagens recíprocas.  Daqui por diante será assim e me sentirei mais confortável e creio que o bate-bolista, também.  Na falta de respeito e de curtição há a alternativa de cancelar a "amizade" (?) e de apreciar números menores, mas reais.

Que mania de falsidade, a mesura de um gigante de cartola pontuda que quando retirada apresenta um anão. De sobrancelhas tão lindas mas, quando chove sobram dois riscos de lápis.  De redondezas e saliências que carecem da fofura terna de carnes reais.  De peles lisas com a advertência precoce de futuras dermes masculinas.  De dois seios com a consistência de duas bolas de futebol no colo de um goleiro.  De veias ou artérias salientes  porque estão adiposas ou porque as paredes do pescoço estão finadas, além de um indisfarçável gogó de galo.






terça-feira, 24 de novembro de 2015

DEVANEIOS - DE ANJO COM ASAS NA BUNDA

Tenho Cara De Antigamente, Quando Casuísmo Era Calhordismo De Advogado
HOMEM DESCENTE COSPE PRA FRENTE

Dafne

O anjo Malaquias

O Ogre rilhava os dentes agudos e lambia os beiços grossos,
com esse exagerado ar de ferocidade que os monstros gostam de
aparentar, por esporte.
Diante dele, sobre a mesa posta, o Inocentinho balava, imbele.
Chamava-se Malaquias – tão pequenino e reconchudo, pelado,
a barriguinha pra baixo, na tocante posição de certos retratos da
primeira infância...
O Ogre atou o guardanapo ao pescoço. Já ia o miserável devorar o
Inocentinho, quando Nossa Senhora interferiu com um milagre.
Malaquias criou asas e saiu voando, voando, pelo ar atônito...
saiu voando janela em fora...
Dada, porém, a urgência da operação, as asinhas brotaram-lhe
apressadamente na bunda, em vez de ser um pouco mais acima,
atrás dos ombros. Pois quem nasceu para mártir, nem mesmo a
Mãe de Deus lhe vale!
Que o digam as nuvens, esses lerdos e desmesurados cágados
das alturas, quando, pela noite morta, o Inocentinho passa por entre
elas, voando em esquadro, o pobre, de cabeça pra baixo.
E o homem que, no dia do ordenado, está jogando os sapatos dos
filhos, o vestido da mulher e a conta do vendeiro, esse ouve, no
entrechocar das fichas, o desatado pranto do Anjo Malaquias!
E a mundana que pinta o seu rosto de ídolo... E o empregadinho
em falta que sente as palavras de emergência fugirem-lhe como
cabelos de afogado... E o orador que pára em meio de uma frase...
E o tenor que dá, de súbito, uma nota em falso... Todos escutam,
no seu imenso desamparo, o choro agudo do Anjo Malaquias!
E quantas vezes um de nós, ao levantar o copo ao lábio,
interrompe o gesto e empalidece... – O Anjo! O Anjo Malaquias! –
... E então, pra disfarçar, a gente faz literatura... e diz aos amigos
que foi apenas uma folha morta que se desprendeu... ou que um
pneu estourou, longe... na estrela Aldebaran...

(Melhores poemas Mario Quintana, São Paulo: Global, 2003, pp. 87-88)
Mario Quintana

DEVANEIOS - DE DESNORTEIO DE COALIZÃO ANTI-EI

Tenho Cara De Antigamente, Quando Sim Era Sim
QUEM É QUEM

Apolo E Dafne

Ontem, 241115, a Turquia aliada americana detonou uma aeronave russa sobre território sírio que teve seus dois pilotos ejetados, metralhados e mortos em pleno ar pelos guerrilheiros anti-Assad, todos enfim, inimigos em guerra conta o EI.  Não dá sequer para entender tamanho nó-cego.  Uma coligação feita entre inimigos capazes de se matar como pode atuar contra um opositor comum?  E mais enrolador, o Erdogan sai correndo e vai se queixar à OTAM extensão dos EUA e seu protetor e chefe que deverá explicar como a aeronave abatida sobre aquele país, foi cair na Síria.

Vejam:  Turquia, Reino Unido, EUA, França Bélgica, Alemanha, Irã, Russia com o apoio da OTAM unidos para destruir o EI, califado do islã-sunita montado em terras tomadas da Síria e do Iraque.  Esse carnaval imenso de aliados faz-de-conta, cada um com cada história e gente tola e inocente morrendo em troca de que?  À turquia interessa matar curdos candidatos eternos a terras em sua cabeceira, pensando que milagres como o de israel acontece com qualquer plebeu!  A Arábia Saudita fornece petróleo ao EI que vende as sobras à Turquia.

EUA e RU junto de israel é um osso à parte que eles não dividem nem com cachorro grande.  França, Bélgica e Alemanha são massagistas dos ovos dos americanos decadentes.  O Irã deve ter poder embutido, vai-se saber, mas ainda não é hora de mostrar.  E no fim a Russia competindo e ganhando status em cima de americanos.  Antes só do que mal acompanhado já diz o dito popular.  Não se ganha guerra no grito.  Antes uma unidade bélica sólida de um do que um aglomerado de escoteiros-alertas abilolados como são os jogos infantis.

Pelo visto então, o EI é o rei do momento, infernizará no varejo o mundo inteiro em conta-gotas, esgotando a paz no universo.  Assim é e assim será.  Se o comunismo morreu em plena infância, o capitalismo não parece ter sido um bom sucessor.  Vamos barganhar, mas vamos viver em paz.  Pra que vasos de guerra e porque não grandes navios cheio de prazeres, parando de porto em porto, ouvindo RC e EC mas proibindo funqueiros de qualquer pouca idade.  Cantora só as que cantam com a boca, por isso podem vir bem vestidas e muito bem agasalhadas.  Valerão o quanto cantam.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

DEVANEIOS - DE LIVRO DE MÁGOAS (2)

Tenho Cara De Antigamente, Quando A Pinto De Azul E Roubo Você
FLORBELA POETA AMADA

 Raphael

VAIDADE

Sonho que sou a Poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade?

Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo!   E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!

Sonho que sou alguém cá neste mundo...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a terra anda encurvada!

E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quanto mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho...   eu não sou nada!...

CASTELÃ DA TRISTEZA

Ativa e couraçada de desdém,
Vivo sozinha em meu castelo:  a Dor!
Passa por ele a luz de todo o amor...
E nunca em meu castelo entrou alguém!

Castelã da tristeza, vês?...  A quem?...
--  E o meu olhar é interrogador --
Prescruto ao longe, as sombras do sol-pôr...
Chora o silêncio... nada...  ninguém vem...

Castelã da tristeza, porque choras
Lendo, toda de branco, um livro de horas,
À sombra rendilhada dos vitrais?...

À noite, debruçada, pela ameias,
Porque rezas baixinho?...  porque anseias?...
Que sonho afagam tuas mãos reais?...


















DEVANEIOS - DE LIVRO DE MÁGOAS (1)

Tenho Cara De Antigamente, Quando Conto  Da Carochinha Era História Infantil
CATINGA DE SACERDOTE ERA DE DOER

Gaza E Israel

FLORBELA ESPANCA

ESTE LIIVRO

Este livro é de mágoas.  Desgraçados
Que no mundo passas, chora, ao lê-lo!
Somente a vossa dor de torturados
Pode, talvez, senti-lo...  E compreendê-lo

Este livro é para vós.  Abençoados
Os que sentirem, sem ser bom nem belo!
Bíblia de tristes...  Ó desventurados,
Que a vossa imensa dor se acalme ao vê-lo!

Livro de mágoas....   Dores... Ansiedades!
Livro de sombras... Névoas e Saudades!
Vai pelo mundo...  (Trouxe-o no meu seio...)

Irmãos na dor, os olhos rasos de água,
Choram comigo a minha imensa mágoa
Lendo o meu livro só de mágoas cheio!...

Florbela Sempre Chorosa






domingo, 22 de novembro de 2015

DEVANEIOS - DE PEDRA NO SAPATO

Tenho Cara De Antigamente, Quando O Crente Era O Não Católico
O FRUTO É FILHO DA FRUTA

Distorção Entre Área Israel X Palestina

Pedra no sapato é coisa incômoda, é uma coisa hoje identificada e chamada legalmente de Alienação Parental.  Prevista em lei e sujeita a apenação legal.  Por exemplo uma pessoa da família atacada de um surto chamado de insensibilidade moral pela necessidade de aceitação, à qualquer preço, pelo outro.  Descobre uma candidata à vítima e se projeta através dela reduzindo-a à nada, tamanha a humilhação que lhe despeja constantemente perante outras pessoas.  Isso também acontece em outros círculos sociais.  Pode ser elaborando uma biografia desconfortável do outro e a espalhando.

Funciona da seguinte maneira:  Conta a tal falseta que sempre desconstrói o infeliz e fica observando no ouvinte as mudanças de fisionomia como o arregalar dos olhos, a abertura da boca, a compressão dos sobrolhos, etc...  Quanto mais modificações maior o sucesso da empreitada, maior o farrapo que impõe ao ausente sem defesa.  Ás vezes o abordado empurra à frente o pescoço junto com o rosto desfigurado ao ponto de deixar pra traz  uma omoplata em forma de corcunda, e   isso é o ápice da deterioração do biografado.

Á favor da contante está seu inesgotável crédito, moral ou religioso.  É no geral uma mulher insana e mal resolvida.  Os destinatários da "bio" em número grande, parentes e irmãos do boicotado, moram   no exterior e sequer já viram pessoalmente o desbundado, salvo sabendo o seu nome.  Na primeira oportunidade em que o desavisado se apresenta às pessoas tão diletas, fisicamente, percebe o arredio da recepção.  É que não há um encaixe entre este e aquele impresso de longe e à tanto tempo por gente tão creditada.  Impossível a presença vencer a figura da memória.

Que má sorte o enxovalho  poder se fazer uma pessoa tão infeliz, tão só, tão desvalida e tão miserável.  Olhe, camarada, é melhor se divorciar de qualquer parentesco com essa camarilha, porque jamais lhe será concedida a possibilidade de você ser quem é.  Quanto à sibilina, a língua de serpe, esta quando for informada que a vítima não conseguiu enganar seus informados se sentirá coroada e entrará no céu pra se sentar à destra de Deus por prestação de tão glorioso serviço.  Pense na alegria da maroca que tanto mal fez às duas partes, prêmio para uma e castigo para o outro.


sábado, 21 de novembro de 2015

DEVANEIOS - DE TOCANDO EM FRENTE

Tenho Cara De Antigamente, Quando O Homem Dizia Suba Vou Lhe Usar, A Mulher Subia
OS CONTRASTES SE COMPLETAM

Judeus Ortodoxos

Na verve musical de Almir Sater e da poesia de Renato Teixeira eu profetizo que os desencontros se complementam.  Na "Tocando Em Frente", pico da genialidade da dupla, eles confessam:  "Ando Devagar Porque Já Tive Pressa" e  "Se Sorrio É Porque Já Chorei".  Altair Andrade Cruz in memoriam fala:  "Minha Casa É Grande Porque Sou Pequena".  Na filosofia de caminhão em algum para-lama se lè: Viajo Porque Preciso E Volto Porque Te Amo".  Imaginem o bom do "Quando O Muito è Pouco"". e o ruim de "Quando O Pouco É Muito".  

"Todo O Dom Tem Seu Dim".  E eu nunca digo que "Vou Mas Não Volto Mais".  "Já Cansei De Retirar, o Que Eu Quero É Retornar".  "Vai Chalana, Estás Levando A Minha Dor, Volta, Vem, Tra Pra Mim OMeu Amor".  "Toda Braza Vira Cinza E Até Esquece Que Já Foi Carvão".  "O Que É Luz Já Foi Água na Cachoeira".  "O Vento Vira Tufão E A Chama Vira Fogueira".  "O Planalto Afunda No Vale".  "O Rio Se Joga No Mar".  "O Amor Vira Paixão E A Morte Vira Saudade".  "O Nascimento É Alegria, A Criança É Cuidado, O Adulto É Suspence E O Velho Profissão".  

Nunca queira saber tudo, o mistério faz parte do viver.  O sonho é a mentira desejada, mas só quando embala um bom final;  já o pesadelo assanha os cabelos, destrói a paz do sono, inferniza o porvir e te mostra o quanto tu não te pertences.  Se a vida não permite que se tenha poder no que se pensa, se esse tal pensamento zomba do seu dono, não aceita corda que o amarre e quando muito permite que apareça um tal de arrependimento, de que?  Se você não foi consultado pra nada!  É difícil "mon-ami" você não saber quantos você é ou quantos vocês são!

DDEVANEIOS - DE RETIRANTES

Tenho Cara De Antigamente, Quando Migrantes Eram Retirantes
RETIRANTES ERAM FUGITIVOS DAS SECAS 

Palestinos Roubados Por Israel

Retirantes eram os chamados fugitivos das secas dos sertões do nordeste brasileiro carregando nos braços o nada que era o que tinham de seu:  suas desilusões, suas tristezas, suas dores, suas fomes e sedes, suas incertezas, sem futuro, sem terra, sem casa sem amor, com muita dor, com vergonha de pedir porque sempre tiveram, e agora um lixo incômodo chutado por pés alheios sem dó, com empáfia, aos gritos e misturados aos animais também famintos e magros como a miséria é.  Que pena, meu Deus, das minhas crianças, dos choros que lavavam suas carinhas sebosas.

Os retirantes agora na amplidão dos tempos sã chamados de migrantes e fazem a mesma epopeia em países de línguas toscas com frios enregelantes, com mares bravios que afogam e matam, com as mesmas incertezas dos matutos da Paraiba, com a mesma igualdade que as misérias têm.  São sombras sem voz, sem rosto, sem respeito, são empurrados a correr quando mal podem andar.  Deus do Céu, como se explica os que têm o calor de um lar serem indiferentes ao rugir da fome de outros  que já foram gente!  Não se comoverem ao ver a cara da necessidade.

Pai, dá um ponto final nessas agruras.  De repente uma cobertura com aspecto de segurança, o estômago apascentado sem o chamamento da fome, as bocas não mais secas mas agora molhadas pela água que dessedenta.  O abrigo de uma roupa de dormir e uma palha para deitar e também, o sono para sonhar que está voltando para a antiga casa que sempre o agasalhou.  Pai Santo, acolhe-os, que brinquem nas suas inocências as crianças onde ainda não impregnou-se a maldade calejante dos velhos donos do lugar.  Que as mulheres descansem, que os homens criem forças para as guiar.

Que todos se acordem e vejam o cenário de um paraíso, sem que nunca tenham visto um antes.  Pai, concede-lhes essa loucura mansa de ver o que não é, de sentir o que não há e de se transportarem voando no espaço que é só seu porque foste Tu quem o deu.  Santo Pai, que morram sem sentir dor e sem reconhecer o medo, que antes vejam nela a Tua glória redentora, que riam e Te festejem pela libertação recebida.  Que seja esse seu galardão ao cabo de tanta sofrença.  Paz para o velho, paz para a criança, paz para a mulher e para o homem.  Deus, paz para todos.  

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

DEVANEIOS - DE AINDA PECADOS

Tenno Cara De Antigamente, Quando Ave De Arribação Era AEvoante
E O SONOPLASTA , O ENGANADOR

Palestinos Sob Israel

Para fechar a trilogia, mais um fato dito pela minoria, como pecado, o que não passava de um folclore, um espetáculo popular-religioso onde pastorinhas saudavam a próxima apresentação do Cristo-Salvador.  Um auto de Natal interessante, lúdico e de fundo maravilhoso que só enaltece o espírito da Divindade.  Vinte e cinco mocinhas entre dez e doze anos de idade, com metade vestidas em azul e a oura em vermelho e a Diana vestindo esse duplo.  E as canções evocativas de uma religiosidade inocente e muito aplaudida.

Mais tarde, evoluiu para Pastoril com moças de quinze anos, orgulhos de pais e mães, como se fosse um "debut" juvenil, com as duas alas em fileiras desde a mais baixinha até a maior, no final.  Músicas de metal, com marcação de ritmo e o perfume dos parentais em prestigioso volume de pessoas.  Isso mexia com o ego dos envolvidos e com a vaidade dos projetos de mulher e seus pais em clima de competição de beleza e de apresentação teatral daquela peça.  Maldito os que, ainda que por ignorância ou presunção, quiseram macular a pureza das alegrias ali presentes.

O peito do rapazinho de doze anos ali metido como se escondendo com medo de que seus familiares a quem chamavam de "crentes"  o soubesse.  O sentimento de culpa, a sensação de que estava desagradando o seu Deus, que provavelmente seria um outro Deus ali presente.  A aflição desse descompasso, as preces noturnas com pedidos de perdão por tamanho infausto, são coisas para fazer adoecer a alma desse inocente.  Nunca deveria haver situações fabricadas assim, capazes de infelicitar caráteres em formação.  Coisas de bem ou mal onde realmente não há cabimento.

Eu, esse rapazinho, queria sair um pouco antes de terminar o culto na Igreja, para pegar um bonde e saltar na Cruz Cabugá, sede da PRA-8 e conseguir lugar na platéia da Rádio e ver aquela festa que me emocionava.  Nada, não podia, mas de repente, pode.  Eu não podia abrigar na minha mente essa discussão, do não poder e agora do poder. Prejudicaria o fartar de minha vista para coisa tão desejada.  Sufoquei o não, prevaleceu o sim, e deixei pra depois a ansiedade mortífera que me acompanharia ao adormecer.  Até hoje desconheço a força oculta que me favoreceu nesse sonho infantil.



quinta-feira, 19 de novembro de 2015

DEVANEIOS -DE MAIS PECADO

Tenho Cara De Antigamente, Quando Passarinho Que Come Pedra Sabe O Fiofó Que Tem
QUE PECADO MATA:  O DE SONHO OU O AO VIVO!

Protesto Palestino

Outro domingo, tarde dengosa, pouco barulho, paisagem mortiça, convite ao avesso.  Depois de ter descido a rua do Amparo na cidade velha de Olinda, no páteo abaixo da Igreja numa descida, o Bom Sucesso.    Logo adiante num aclive suave ficando as casas acima, bem arredadas, e então o Circo.  Que pobreza, era chamado de "tomara que não chova".  Lonas furadas e os poleiros com tábuas escorregadias e brilhantes pelo uso, nem pregadas, apenas encostadas umas nas outras.  Ao ar livre um bacião com água, um menino nu ao banho e a mãe, estrela mais tarde, o esfregando.

Era um cheiro de tristeza e a impulsão de estar começando o meu quinhão de pecado.  Era uma família inteira, pai, mãe, filhos, filhotes e etc...  Todos enfatiotados com roupas coloridas, lustrosas, no capricho, caras pintadas e com nariz de palhaço.  Era o esforço brasileiro unido para a luta pela  sobrevivência.  Aquela mulher desgraciosa acocorada e com as saias jogadas no meio das pernas estava agora radiosa, com culote e calção apertadíssimos e mais um saiote mínimo, sobre.  Ela, no alto, mordendo valentemente o cabo de uma sobrinha rodopiante, artista fulgurante.

O espetáculo começara, um dos parentes com uma corneta enfezada, o menino do banho com cartola no seu tamanho minguinho puxando um gato do mato silvestre maior do que os comuns e a assistência apavorada, em pé nos poleiros, no auge do desespero.  Eu, tristezinho e amedrontado, com minha calça curta sem cuecas, com meus ovinhos presos por das tábuas.  Eu gritava e ninguém ouvia:  Sentem, sentem, o leão é manso.  Me deu um desfalecimento, um comichão e eu desabei do pau mais alto indo até o chão macio e mal-cheiroso, castigo de Papai-do-Céu.

Mais uma vergonha, um pavor de ir para o inferno, com minha "dormingueira" branca, agora amarelenta, voltando, correndo para a casa onde me homiziava.  A dona, "membra" da minha Igreja, enrolou-me numa toalha, puxou-me as calças e meteu-a no sabão, depois no ferro de engomar, soprando-lhe no fundo com a lhe castigar.  Branca não ficou, mas digamos que amarela "fraca",  apertando minhas economias, chamando minha atenção e me passando carão.  Votes, minha gente, prometi nos meus ouvidos, me comportar como crente, até o próximo domingo.


quarta-feira, 18 de novembro de 2015

O TAMANHO DO PECADO



Memórias de infância e interpretações doentias de pecado.  Comportamento próprio entre minorias, seja do que for.  1947.  Eramos os crentes.  Tinha eu doze anos.  Íamos a família, seis pessoas, do arrabalde da Torre, em Recife, para cidade de Olinda onde meu pai era pastor na Igreja Batista.  Seis famílias acolhiam cada um de nós até o retorno à noite.  Eu ficava no Varadouro na casa de uma senhora bastante idosa, onde tinha um menino bastante pequeno e à tarde sem nada o que fazer começavam os demoniozinhos as suas tentações.

Eu saia e na praça Duarte Coelho tinha um cinema, antro do pecado para nós.  Eu lutava para não ceder e ir para o inferno.  Comprava um, não dois, embrulhozinhos de "bidubin", um torrado e outro cozinhado, e enfrentava aforça do mal. Meninos da minha idade e até menores ficavam em pé na frente da primeira bancada em baixo do telão.  Era uma gritalhada, entulho de papeis e cascas dos amendoins no chão,  Cheiro forte e zumbido mais forte ainda.  Todos de cabeças erguidas para ver a imagem destorcida e nem interessava o bang-bang do bandido, do xerife, do mocinho...

Eita pecadão.Á noite no culto, primeira semana do mês, a comunhão.  Eu já pertencia à membresia e até hoje não reconheço a responsabilidade.  Ficava inquieto mas sabia que  não estando em condição moral com o meu Deus mediante tão grande pecado de ter entrado em tão pecaminoso lugar, não poderia comungar.  Meu pai ria saber se não me escafedesse.  Que sofrimento.  Saia e me escondia num lugar fora do templo e cometia neste dia meu segundo pecado,  Pai do Céu!  E o fogo do inferno doía muito?  Aflição, dor na consciência, medo da perdição.  

Não sei o resultado desses conflitos em que prejuízos ou benefícios me valeriam.  O reconhecimento da infração contra o Criador era bom sinal;  a escapada sutil e covarde era indiciadora e fatal.  E nesse balanceio o que sobraria para formação do meu conceito de homem do bem?  Uma infelicidade só, um desnorteio, uma pequeneza de caráter.  Choramingava à sós, temia o satanás, mais do que ao Deus.  Não era bom na bola de gude, no papagáio, pior ainda;  Jogava com minha bola furada, certamente porque ela era minha.  Bom, ia pegar guaiamum com umas ratoeiras que fazia.  Pronto.
  


DEVANEIOS - O DESEJO ANTECEDE A VONTADE

Tenho Cara De Antigamente, Quando Sofrença Era Um Ato Continuado
DESEJO É POTÊNCIA, VONTADE É FATO

Judeus Com Fogo, Palestinos Com Pedra

O Desejo vira adulto quando já é Vontade.  O Desejo é Potência e a Vontade é o Fato.  O Desejo é Devaneio, o Fato é a Verdade.  Um processo Ruim:  Collor desejou ser Presidente do Brasil.  Devaneou, criou as bases fundamentais, fez as ligações necessárias, usou a oratória, mentiu as mentiras que o povo gosta, e apresentou a figura indômita de uma juventude madura.  Seduziu, corrompeu e estuprou.  Um processo bom:  Juscelino Devaneou, planejou e arquitetou Brasília para ser a sede de  um Governo Federal numa nova cidade e assim foi.  Construiu e lá morou.

Como já foi dito, a vida é um cesto de possibilidades.  Rompida a amarração, mil achas cada uma com a sua forma se apresentam à escolha de quem queira empreender.  Uma única orientação:  Não seja seletivo para não incorrer em desprezar, num impulso muito próprio dos humanos, o prêmio certo.  Pegue uma acha aleatoriamente e tantas outras até achar a que lhe serve, e esta que seja guardada com respeito e sobretudo usada com precisão a cada necessidade.  Tenha essa acha  sempre pronta para ser sua vontade personificada.

Desejo-Vontade, Potência-Fato, Devaneio-Verdade.  Esse é o processo, Cada um deles é sempre o mesmo.  Esse é o caminho seguro para o sucesso.  Seja feliz jornaleiro e faça felizes os estradeiros que for encontrando.  Essa sociedade que mostra só o vulto, é coletiva e não tem identidade, é no entanto o teu habitat comum.  Cortesia, sinceridade, harmonia, empatia são virtudes que amaciam o caminhar, diminuem as distâncias, apetitam os cumprimentos, fazem bem à vista e acalmam a ansiedade.

Ajunta as cores menos agressivas, jornadeia nos horários de menos calor, aprecia as sombras e os bons ventos, te dessedenta o bastante para não ficar aflito, tempera o coração com bondade, usa o sorriso como cartão de visita.  Se houver um banco à beira mar ou um tamborete no beira-rio qualquer dos dois te confortará os pés.  Se quiseres arrisca um passeiozinho entre as águas, banca uma criança, chuta sem agredir quem te acolheu, rebola, ri, desconversa, pega um bocado d'água com as conchas das mãos, molha as faces e os lábios e agita um tanto para mostrar confiança.


terça-feira, 17 de novembro de 2015

DEVANEIOS - DE MATUTO, LAMBEDOR E ," MUNACHA"

Tenho Cara De Antigamente, Quando Matuto, Lambedor e "Munacha" Existiam
MATUTO, LAMBEDOR, "MUNACHA", TABERNA, VENDEIRO, SAUDADES

Vez Em Quando Morrem Judeus

Estou falando de saudades. De um pintassilgo golado  com o biquinho arrebitado e a cabecinha virada pro céu, gogó tremelente, cantando como se tivesse dando graças à Deus.  Gaiolas por todos os lados da casa com todos os tipos de pássaros cantantes que se imagine.  O matuto que cuidava dele era o Cesário e eu não sei o que amor tem que ver com prisão perpétua e o impedimento de voar.  Será que o canto é o pagamento pala alpiste de cada dia, ou será a confirmação da submissão!  Lamento ter recebido de presente aquele passarito e o ter levado para a cidade grande.

Do lambedor me vem a imagem de minha tia Elima, mulher do Cesário e mãe do Cleanto.  A qualquer ameaça de dor de garganta o xarope grosso papável à língua e de uma doçura inebriante.  Pela manhã e pela noite "munacha" grande, branca e quebradiça que se desmanchava no café tirado do bule de dentro de um abafador.  Sentávamos  á uma mesa grandona com uma tábua inteiriça nas duas laterais à ela, pregadas.  Passávamos as pernas por cima e era uma festa, uma algazarra.  A minha vó Mãenascinha era a matriarca com 96 anos de idade.

Me dizia, vá na taberna, me traga um "fosco" e uma vela; e lá eu ia ao encontro do vendeiro, meu tio Dalmácio, o ômega da família com seu braço quebrado e desengonçado e trazia para Dala, Maia da Luz sua filha e minha prima, professora na Escola Municipal de Guarabira, na Paraìba, vizinha de Cabaceiras e Alagoa Grande.  A tia Amália, nossa querida Mala, branca, branca, com nariz grande, do tamanho da sua bondade, era enfermeira do Posto Médico, conhecida de toda a cidade.  Minha mãe Edeltrudes, a D. Tude, de nome tirado da folhinha do cromo do ano.

Meu tio Cleodon, o alfa, vendeu suas terras e se urbanizou.  Era auto-didata, dono de Cartório e  da única  livraria e tipografia da cidade.  Seu filho William foi ser marinheiro;  Sua filha Atenê largou dois anos de curso de medicina por um sub-oficial da marinha americana, durante a guerra.  E Tetis sua sucessora no Cartório.  Hoje não resta nenhum desses paraibanos para serem visitados.  É assim a vida de nós todos;  histórias de contar, saudades de chorar e uma capa grossa de livro pra fechar.  Dai pra frente só Deus conta e Deus é Mistério.  Nunca saberemos mesmo, por antecedência, nada.





segunda-feira, 16 de novembro de 2015

DEVANEIOS - DE ESFACELAMENTO ASSEMBLEÍSTA

Tenho Cara De Antigamente, Quando  Se Falava Nos 430 Anos Dos Judeus No Egito
SÓ DE LÁ SE ARREDARAM NA BASE DO CHUTE

Israelenses Civis Pedindo Com Lennon Uma Chance à Paz

Este ensaio é o fechamento da trilogia "De Triteísmo No OM - Islamismo-Judaísmo-Cristianismo".  Na explanação sobre a última revelação religiosa com o Cristo na Cruz, o espanto de ver o espasmo de uma fé se espalhar para além das centenas de interpretações e "modus vivendi" que serão mais do agrado do Criador.  Na década de quarenta do século vinte, durante a segunda guerra mundial, estadunidenses, novos donos do mundo aqui, desembarcaram trazendo todas, ai por uma dúzia, talvez, de seitas protestantes, uma bandeja para a escolha dos chamados "crentes".

Isso não lhes sabia a pecado porque, pragmáticos colonialistas, era isso o que lhes interessava.  Eram os antagonistas da Santa Igreja Católica que reinava absoluta e que tinha seus adeptos naquele momento, chamados de "incrédulos".  A vastidão da oferta afetou o aparecimento de classes sociais diversas contra apenas duas que haviam aqui anteriormente.  Assim, como lá, batistas, igreja de negros, aqui, além disso, pobres.  Presbiterianos, classe média.  Metodistas, classe alta. No roda-pé a Assembleia de Deus e os pentecostais.

Hoje essa Assembléia junta com a IURD disputam a classe social "A".  A Assembleia sofreu uma metástase, ao ponto de ser identificada por números, principalmente depois da invenção das "células".  Os congregados mais sóbrios expõem nas suas portas a explicação de igreja Histórica.  A Igreja moderna tem templos com oito mil assentos e todo o aparato da informática para serem vistos em intersecções dentro do templo, através de telões.  São na verdade empreendimentos com mídias de Rádio, Imprensa, Televisão, Agência de Propaganda e atuam na área de Turismo.

Qual a Igreja protestante não tem convênio com Israel para visitar o patrimônio Cristão na Terra Santa ocupada?  Pastor, Apóstolo, Irmão ou qualquer outro título estapafúrdio acompanham em lugar de destaque as aeronaves fretadas, hospedam-se em hotéis cinco estrelas por conta do governo do Estado Terrorista, e o Cristo vendo tudo isso, com tristeza.  O dinheiro que corre por estas instituições laicas, na verdade, só não é visto pela Fazenda do Brasil que está entretida com outros roubos que afundaram, por exemplo, a  Petrobras.





DEVANEIOS - DE TRITEISMO NO OM-CRISTIANISMO

Tenho Cara De Antigamente, Quando Para Paz Era Cada Um Com Cada Outro
QUERES PAZ, PREPARA-TE PARA GUERRA

Bandeira Palestina Frente à ONU
Cristianismo terceira religião uniteista nascida no OM, cujo Deus também não tinha nome.  A datação em que vivemos é contada a partir do nascimento de Jesus, o Cristo há 2015 anos atrás.  Adeptos conquistados por convertimento às novidades dos Evangelhos e a promessa de vida eterna após a morte.  Espalhou-se pelo mundo sendo a segunda maior em representatividade, com o nome de Igreja Católica (Universal) Apostólica Romana, depois de abraçada pelo Imperador Constantino, com sede em Roma.  Lá floresceu e permanece até hoje.

Na sua história muitas vezes turbulenta pois era na verdade uma teocracia imperial, como estado fez de tudo, inclusive guerras.  Perseguiu o islamismo e o judaísmo com mortes por fogueira e espada e mais recentemente, contra diverticações,  numa disputa sangrenta onde nem crianças se safavam, na grande briga entre católicos e protestantes, no Eire.  Fiquem atentos e vejam ai interferências entre o sagrado e o temporal, na verdade lutas entre Inglaterra e Irlanda, hoje dividida.  Triste memória principalmente por se tratar de fato no século vinte.

Desmembramentos em seitas eram comuns, com exceção na religião mosaica, com conotações de fundamentalismo e outras alterações, e o abundante esfacelamento no cristianismo aparentando um bafo carnavalesco com suas centenas de  escolas de samba.  Clima, mesmo, de carnaval, de espetáculo sórdido e desrespeitoso, de ofertas cavilosas de milagres onde cabem benzinho a interferência policial contra crimes de falsidade, de cheiro de comércio escandaloso, de empreendimento não produtivo para o Estado que está dando uma de João-Bobo.

O Cristo agora é vendido no grosso e a varejo como uma vianda exposta num mercado de carne mal cheiroso, disputado por moscas e vermes.  Multiplicaram-se os nomes destas agremiações e os seus donos, jã que são casas de negócio, vão de apóstolo, irmão, pastor, obreiro e avacalhações outras, num descaramento tão hostil, com o Governo inerte por conveniência para práticas políticas as mais  indecorosas e criminosas, onde os púlpitos dos templos servem para comícios de indecentes irmãozinhos.  E a faixa na rua, do teto ao chão, com "aqui faz-se milagres".  Que nojo.