sábado, 1 de junho de 2019

DEVANEIOS-DE CHUVA COM SOL-(100614)

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

DEVANEIOS - DE CHUVA COM SOL (190614)

Tenho Cara De Antigamente, Quando Camarão Que Dormia No Mar A Onda Levava
ALEGRIA DE POBRE DURA POUCO
edélvio-1963-28 a. E Cara de18


segunda-feira, 20 de junho de 2016


DEVANEIOS - DE CHUVA COM SOL

Espetáculo Da Naueza

A NATUREZA BELA

quinta-feira, 19 de junho de 2014


Tenho Cara De Antigamente, Quando Me Maravilhava Com Esse E

DEVANEIOS - DE CHUVA COM SOL (190614)

(M E M Ó R I A)
1985- São Paulo-SP-(eu)edélvio aos 50 a. Há 31 anos atrás

Tenho Cara De Antigamente, Sou Do Tempo Em Que Inserido Era Enxerido
POR QUÊ A MATA É VIRGEM?  PORQUE O VENTO É FRESCO

"Chuva com sol, chuva com sol, casa raposa com seu Rouxinol".  Essa cantiguinha de criança acompanhava cada chuvinhada com sol claro;  era o delírio multicor de uma cortina de água semelhando uma cabeleira molhada com marrafa correndo de alto a baixo, toda bem penteada.  Seriam os cabelos da Virgem Santa?  Reflexos rosa e azul-claro, roxo brando também, branco às vezes, reluzentes sem empanar a luz do sol.  Apareciam os riscos dentados do pente e se ondulavam ora à direita, ora à esquerda, ora jogavam uma perna à frente,ora a outra e era esse espetáculo que Deus me dava.  Algum chuvisco me beliscava a cara;  eu queria mais, além das cores, dos movimentos e do terma, quando vi aquela paredinha fina como uma tela descer até o chão duro da terra;  subiu uma fumaça se sorrindo, o solo amarelo foi se empretecendo, estava matando a sede e absorvia a água colorida, muito alegremente;  foi ai que senti o cheiro de terra molhada, fraquinho, me foi tomando e  eu o aspirava profundamente.  Deus motorava meus sentidos.  Resolvi ver melhor o sol brilhando e devagar para não partir a linha do pano-d'água, com os dedinhos de leve,os abri e olhei de frente o sol morno mas não ardente;  ele olhou pra mim e se riu, desespremeu os lábios e sorriu;  que dentes brancos;  eu também sorri e acenei a mão; ele marotamente me piscou um olho, encheu as bochechas e assoprou;  balançou a cortina corrente e ela remexeu alegremente, como agradecendo a brincadeira, e ai, meninos, eu vi;  os cabelos do sol eram loiros e ele os balançava pra cima e pra baixo, da cabeça até os ombros.  Juntei tudo, o cheiro da terra, o mormaço do sol e recuei deixando aqueles cabelos me açoitarem;  os meus, amarfanhados, foram pregados na minha cabeça e no rosto.  Delirei com aquele presente e me assustei com o grito esganiçado da mãe! -- menino, sai da chuva que tu vai se constipá.  Mas eu, nem ai;  queria mais era brincar com Deus, com a chuva miudinha e com o deboche do sol;  ah, ia me esquecendo;  com o ar cheiroso que entrava de venta à dentro.

Hoje, quando chove, fecho a janela;  se venta, levanto as abas e se o sol me quiser dizer alô, taco uns óculos "ribânio" em cima dos olhos, agora já azulando;  não cheiro o ar, o nariz tá entupido.  Por quê as crianças sempre estão perto de céu e nós no nosso outono, complicamos tanto esse achego?  Ah pureza, inocência, carinho, riso-frouxo, confiança, tristeza de criança que faz adulto chorar.  Se as crianças não crescessem, se fossem sempre um menino Jesus;  se ficassem um pinóquio com seu grilo falante;  se parassem como o Pequeno Príncipe regando suas plantinhas!  Ah, se fosse assim!

Nenhum comentário:

Postar um comentário