sábado, 14 de setembro de 2019

DEVANEIOS-DE MEMÓRIAS E DE JUVENTUDE-(22/230913-231214)

Tenho Cara De Antigamente, Quando Bate A Saudade De Ser Criança
E A MEMÓRIA USA A VARINHA MÁGICA

terça-feira, 23 de dezembro de 2014


DEVANEIOS - DE MEMÓRIAS E DE JUVENTUDE

DE PREÁS
1940/1945-Parque Do Amorim-Boa Vista-1501

sábado, 21 de setembro de 2013


DEVANEIOS - DE PREÁS

    Entre meus seis e onze anos, 1941 e 1946, ai pelo meio.  Parque Amorim, 1501, Recife-PE.  Era um casarão antiquíssimo com térreo, onde morávamos e primeiro andar onde moravam o Pr. John Mein e D. Elisabeth. Tudo ali era antigo, grande e sólido.   Para se por à janela existiam degraus de cimento dentro da casa até a altura de por o busto à  vista.  No quintal com mangueiras copiosas de manga espada e manguito, que a família inteira não dava conta de consumir;  nós quatro, cascabulhos, como nos chamavam, vendiamos numa bacia enorme para cada um, aos operários passsantes quue iam para o Cotonifício da Torre. Nunca fomos enganados.  No quintal havia um antigo banheiro, sem uso, cujas bordas davam a parecença de uma banheira;  poi foi ali que aninhamos nossos preás;  não sei de quem ganhamos;  eram azeviches, alvíssimos ou rubros, ou uma média dessas cores;  quase nenhum barulho.  suas fezes não cheiravam mal, pois só comiam enormes folhas de bananeira e capim que iamos buscar até um pouco distante, num terreno baldio com muretas muito baixas. Mas como comiam esses roedores, valentemente e o tempo todo, do mesmo modo como se reproduziam; Os presentes que dele faziamos não davam refresco pela fartura da reposição.  Muito tempo alegrou nassas vidas;  Levantávamos pela manhã e lá estávamos para acarinhá-los  e isso sem canseira;  com uma comunhão de vida entre inocentes e animaizinhos, que creio eu  agradava muito o Nosso Senhor.  Tivemos que nos desfazer deles j;a que não eram viandas para se digerir, já que esgotaram-se nossos amiguinhos que já estavam com o mesmo problema que nós.  Não me lembro como fizemos, se talvez os tenhamos levado para soltar lá na fonte onde catávamos o seu alimento, mesmo os expondo a perigos de outro animais se alimentarem deles;  Deus deve tê-los provido, como bom Pai.  Está ai, sr. Jil, a vida na infância de seus três tios, ca sua mãe, que numa hora de enfado, quando tentávamos destruir o fundo de uma gaveta grande, atirando-lhe tijoladas, a tal moça resolveu mirar nos meus dedões dedinhos dos pés.  Esmigalhou-me a unha e sobrou para d. Maria da Venta Chata, uma querida negra agregada à nossa casa, com a carapinha branca, branquíssima, parecendo bom-bril, não fosse a cor e o fato de que naquele tempo isso nem existia. Esse Anjo devotado levou-me escanchado sobre os ombros, à pé, ida e volta, do Parque Amorim à Jaqueira, distância descomunal.  Oro por ela, hoje.  Assistiu meu clorofórmio e as denguices que deveriam ser ouvidas pelo pai ou pela mãe. Deus abençoe a todos.




1940/1945-E-Marlu-Ao Fundo O Secundãrio do CAB

domingo, 22 de setembro de 2013


DEVANEIOS - DE GUAIAMUNS

TENHO CARA DE ANTIGAMENTE, SOU DO TEMPO QUE JANELA ERA POSTIGO.
SOU DO TEMPO EM QUE CHICLETS ERA CHICLES.
SOU DO TEMPO EM QUE FECHECLER ERA RI-RI.
SOU DO TEMPO EM QUE SOUTIEN ERA CABEÇÃO.
SOU DO TEMPO EM QUE PARCEIRO ERA PARECEIRO.
SOU DO TEMPO EM QUE MENDIGO ERA ESMOLER.

    MAS VAMOS FALAR DE GUAIAMUNS.  NÃO DE CARANGUEIJO. AQUELE PRETO E CABELUDO QUE VIVE NA LAMA, MAS DE SEU PRIMO  DE CASCO AZULADO, ÀS VEZES RAIADOS DE AZUL,E MUITO LIMPO.  ESTAMOS EM 1947, BAIRRO DA TORRE, RECIFE, PELAS CERCANIA  DA NÃE DE VASIGUINTON, UM POUCO DISTANTE DO RIO CAPIBARIBE, NUMA CAMPINA PLANA E COBERTA POR UMA HERBÁCEA PERFUMADA QUE PARECE QUE ANDA, LEVANTANDO A PARTE POSTERIOR ACIMA E DEPOIS BAIXANDO COMO SE POR FORÇA DE ATRAÇÃO E IMEDIATAMENTE PÊLOS COMO PEQUENAS RAIZES SE ENCRAVANDO  SOBRE QUALQUER COISA QUE LHE ESTIVESSE ABAIXO.  A CADA VEZ QUE ÉESMAGADA PELO PISOTEIO, MAIS RESCENDIA AQUELE CHEIRO MUITO AGRADÁVEL.  EU ANDAVA MUNIDO DE QUATRO OU CINCO LATAS DE ÓLEO DE SOJA USADAS, RETANGULARES, AO MODO DE RATOEIRAS, TENDO DENTRO NO FUNDO E NO GANCHO DE  ARAME UM PEDAÇO DE CASCA DE ABACAXI AINDA SUCULENTA, QUE QUANDO PUXADA PELO ANILMAZINHO, FECHAVA A BOCA POR ONDE ELE ENTRAVA, E AO MORRECER DO SOL, JÁ QUE O EXERCÍCIO DE SEMEAR A PERDIÇÃO DOS MESMOS ERA AO NASCENTE, EU VOLTAVA PARA RECOLHER AS PRISÕES DOS INFORTUNADOS.  QUE DEUS ME PERDOE POR FAZER DA DESGRAÇA ALHEIA  MEU MOMENTO DE LAZER.  ANTES DA SEMEADURA DA ENGENHOCA TRAIÇOEIRA, ABAIXADO EU EXAMINAVA CADA LOCA CAVADA POR ELES  A VER SE TINHA NA ENTRADA SEUS DEJECTOS, MESMO ASSIM, NUM AMBIENTE MUITO LIMPO.  ENCONTRADO O CORPO DE DELITO  ALI EU INSTALAVA A REBIMBOCA IMPEDINDO A SAIDA DO INOCENTE, SALVO PARA DENTRO DELA.  RECOLHIDA A CEIFA  VOLTAVA PARA CASA ASSOVIANDO  COMO SE NÃO FOSSE UM RENEGADO E NO MEU QUINTAL DESPEJAVA DE CADA ARMADILHA OS INOCENTES DENTRO DE UM QUADILÁTERO DE TIJOLOS PARA A ENGORDA.  QUE MALDADE;  SEMPRE, SEMPRE ALGUM ANIMAL, GATO TALVEZ, DERRIBAVA  AS MURETAS MAL AJAMBRADAS, E EU NUNCA TINHA GUAIAMUNS GORDOS, PARA AUMENTAR O CONTENCIOSO DOS MEUS PECADOS  DIANTE DO PAI, QUANDO O TEMPO ESTIVESSE NO SEU "T".

    ERA ESSE O MEU VIVER, POR FALTA DE HABILIDADES PARA OUTRAS ATIVIDADES.  NÃO SABIA JOGAR PIÃO;  NÃO TINHA FIRMEZA NOS DEDOS PARA AS BOLAS DE GUDE, NÃO TINHA DESTREZA PARA FABRICAR PAPAGAIOS;  APENAS JOGAVA BOLA DE BORRACHA FURADA E POR ISSO EU ANDAVA SEMPRE COM UMA RAIZ SÓLIDA E FURANTE, PARA ENFIAR NO FURO DA IMPRESTÁVEL E CONTINUAR O JOGO, JÁ QUE A BOLA ERA MINHA.  NA VERDADE EU ERA UM SEMI-SOLITÁRIO, MESMO QUANDO ESTAVA ENTURMADO.  BOM, VOS PROMETI FALAR DE GUAIAMUNS E FALEI, JÁ MAIS NADA DEVO, ENTÃO ME DEIXEM NA MINHA SOLEDADE.








1940/1945-dDe Branco-Edgar(nosso primo)-D-Marlu e Sônia
Fundo e-Tabuleiro Da Baiana-D-Nosso Casarão

domingo, 22 de setembro de 2013


DEVANEIOS - DE JUVENTUDE

Quem não ten o que quer, segure o que tem
No Brasil as mulheres nãoenvelhecem, elas ficam louras
Dorian Gray tinha  um retrato seu que envelhecia,  poupando-o dessas agruras
"La Juventud se va"

    Eis ai o patrimônio mais volátil do ser humano, no entanto sua grande maioria luta constantemente para  enclausurá-lo.  Não tem como e o resultado é sempre de ridículo, como se qualquer atrevimento de disfarce não fosse de pronto percebido.  Cãs que valorizam a beleza do rosto quando as gelhas são discretas, são agredidas com uma demão de azeviche impertinente e indiscreto.  Barbas brancas sdão pinceladas ora aqui, ora ali, como se o rasto fosse um mural para exposição de obra de grande satanagem.  As mulheres dispensam os sobrolhos em troca de dois riscos de lápis perfeitamentes flagrados como um corpo de delito.  Imagine, pela manhã, na mesma cama , surge uma intrusa descabelada e sem nada na testa acima dos olhos, o ameaçando com um bom-dia!  E a esclerótica já não inteiramente branca, com frisas tEnues de cor escura ou até amarronzadas!  Que fazer?  Ou a conjuntiva palpebral abertamente oferecida à curiosidade alhêia, numa indiscrição criminosa!  Que acontece?  Os dois espaços sub-orbitais esvaziados de colágenos, e duas pregas visíveis indicando o furto que a natureza lhe pregou!  Como fica?  A boca, horizontal, agora como uma linha com um lado alçado e outro em declive;  Deve-se colocar escoras?  








.













Nenhum comentário:

Postar um comentário