sexta-feira, 9 de agosto de 2013

DEVANEIOS - DE DEVANEIOS

    Não estou falando de Devaneios, agora;  só do assunto do momento, da imputação do Marcelo como autor da chacina da família e de si própro.  Que Deus receba os Espíritos de todos os imolados, por sua Graça.  Todos queremos, mas não podemos entender os mistérios que ensombrecem essa tragédia.  À ser o responsável por isso o Marcelo, garoto de treze anos de idade, Deus do Céu, que malignidade poderá ter atingido essa criança, ao ponto de protagonizar coisa tão hedionda?

    Agora, sim, vou falar de Devaneios.  Não sei por quê insisto em querer que a música e letra de "Felicidade, foi embora, e a saudade que me mata, não vigora...  O pensamento parece uma coisa à toa, mas como é que ele voa, quando começo a pensar...".  A isso se chama Devaneio.  Estou em Manaus e me desloco, em alma, para Guarabira, cidade do interior da Paraiba, numa lembrança de setenta e três anos atrás.  Ah, eu ia dizendo que atribuo essa canção a Luiz Gonzaga, mas ao mesmo tempo acho que não é verdade.  Retifico, esse gênio é de Lupiscínio rodrigues.    Não importa, por quë a harmonia e a letra da canção são embalos para sonhos que acalentam a alma.  Deus dá à nós, homens, essa sensibilidade de passear no espaço, como se ele fosse nossa casa.  A alma, um ex-espírito temporário, que é chama de vida e anima um corpo, usa os cinco sentidos que Deus a ele deu, para se comunicar.  Vejo os cenários com minha visão corpórea,  sinto o cheiro acre, mas gostoso, dos cavalos abrigados aos sábados de feira, pelo vizinho de minha vó Inacinha, e lá circulava como um reizinho.  Simulava, com um coité banhar os animais;  depois, num quarto ao lado, sentava nas selas disponíveis, rodava o relho sobre a cabeça, e soltava grunhidos infantis.  Ia ao rio, com Pedro, empregado do Seu Firmino, dono do abrigo, sentado no alto da cangalha de um burro, com duas latas de querozene vazias de cada lado do animal, para apanhar água.  Ouvia o zurro do muar, como me advertindo que cuidasse para não cair.  Ia e voltava, na Paz de Deus.  Como é bom sonhar, como é bom recordar, como é bom viver.  Seu Pedro, Seu Firmino, Mãenascinha, Tia Amália, D. Tude, minha mãe e pastor Lívio, meu pai, já partiram;  eu, em breve irei, e assim é o processo de viver.  Quem tem isso, tem saudade, quem tem saudade, tem alegria de rever.  Viva Guarabira, no meu Devaneio, viva o hoje e o amnhã.

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