quarta-feira, 15 de abril de 2015

DEVANEIOS - DE "FOR ALL-1,2,3 E 4"

Tenho Cara De Antigamente, Quando Cascudo E CocoroteEram Aplicados Nos Cascos E Cocoruto Dos Cascabulhos
USAVA-SE O "MAIOR-DE-TODOS" NO CACHAÇO INOCENTE
Mais Uma Defuntinha Palestina

AQUI O "FOR ALL" AMERICANO 1944/1945 EM NATL-RN

segunda-feira, 14 de abril de 2014


DEVANEIOS - DE FOR ALL - COM JOSÉ WILKER (1)

FOR ALL - O TRAMPOLIM DA VITÓRIA - 1997
Filme feito há dezessete anos atrás.  Ação  em 1944/45, há setenta anos, traçando um retrato do pre-final da segunda grande guerra, e seus  acontecimentos no Brasil.  A intervenção de José Wilker no filme é contida e curta, muito interessante,ao contrário do seu comportamento, no geral.  Não importa  o valor profissional que tenha, que eu mesmo reconheço, com uma obra extensa na dramaturgia televisiva e de cinema, mas maculada pelo intenso ardor do mesmo pelo trio formado no Actor Studio, James Dean, Marlon Brando e o coadjutor perene Sal Mineo, exagerando nas performaces gestuais e vocais, derivando mais para caricatura que para atuação.

História da presença militar americana em Natal-RN, com quarenta mil habitantes, recebendo quarenta e cinco mil soldados estrangeiros em trânsito.  Mais gringos que nacionais.  Criada uma base aérea em Parnamirim, cidade que antecede Natal, pra quem lá viaja.  Lá foi onde Franklin Delano Roosevelt, paraplégico Presidente dos EUA passeou de jeep com Getulio Vargas, e onde Leonel Brizola numa sala anexa do hotel onde todos estavam, falou:  Estão ai os fiscais de Colônia.  Foi quebrado o paradigma de comportamento, principalmente das moças natalenses.  Diferentemente do Japão que invadiu a Coréia do Sul e até hoje são incompatíveis, para arrebanhar na maior força militar inimaginável, moças donzelas e senhoras jovens casadas, também, para servir de pasto sexual aos seus soldados no "front"  de guerra no Pacífico,  esses irmãos do norte sempre usaram, até hoje, o  poder de sedução corruptor da honra e dos costumes do infeliz Pais receptor.  As mocinhas menores de idade não resistiam ao tipo físico diferente dos intrusos, à lingua ininteligível mas com atração devastadora, às meias de seda, cena tão difundida no cinema e passada principalmente na Itália, aos perfumes, e dai à pouco aos dólares impudicamente inseridos sob as alças dos sutãs mirins.  Eram coagidas, vergonha à parte, a mostrar-se desnudas a um infame médico brasileiro que vasculhava suas intimidades e lhes dava um atestado-passaporte para o divertimento  no USO (United Service Organization), com entrada  exclusiva para estrangeiros mulheres, com transporte gratúito num ônibus militar chamado pelos rapazes brasileiros barbarizados de "marmita", aos gritos.  Este é um serviço militar americano institucionalizado, em todo o mundo onde andem esses milicos, para amenizar o furor dos que são chegados, na melhor paz sanitária já premeditada.  Num dia da semana esses senhores do mundo faziam um espetáculo "for all", isto é, para todos, e o populacho inclusive masculino se auto-autorizando se esborrachavam na poeira. Como se diz hoje, vocês louvam e a Som Livre toca, naqueles idos uma banda americana de marinheiros fardados lascava o Rock, o Swing, o Twist e o Boogie-Woogie, e o nosso xaxado e pé-de-serra foi pro brejo, numa desfeita nacional.  Muito cabaço infantil vôou e o nordestino brasileiro que zelava pela honra de suas filhas, não sei porque colocada no meio das pernas das infantas e em lugar às vezes mal cheiroso, que se bulida por qualquer afoito ele era dispensado da vida, nesse quadro nada se alterava;  as barrigas cresciam.os meninos nasciam já falando "ingrês" e tudo bem.  nordestino é muito frouxo.

Esses clichês acima foram registrados num filme de cinema e foram fatos "venéreos".  Recomendo que vejam a fita, escrevendo no espaço do Google "For All - O Trampolim DaVitória",  ótimo como diversão, como arte e como Hisória, de fato.  No meu próximo ensáio, em continuação, vou lhes oferecer "memórias" do mesmo fato em Recife, comprtilhado por mim, justificando o Brizola, quanto ao colonialismo da emputecente "boa vizinhança".

terça-feira, 15 de abril de 2014


DEVANEIOS -DE FOR ALL - COM JOSÉ WILKER (2)

FOR ALL - O TRAMPOLIM PARA A VITÓRIA
Anteriormente, discorri sobre esse tema a partir do filme acima;  agora componho uma memória dos mesmos fatos vistos por mim aos nove anos de idade, em Recife.  A mesma referência à "sopa" (ônibus) citado em Natal, eu vi em Olinda, no baixo da rua do Amparo, quase ao romper do dia, quando os que esperavam a saida desse transporte, tomavam a sopa quente que deu nome ao veiculo.  Era uma peça grande com uma única porta de entrada e por fora, atrás, uma escada colada que subia até o teto todo murado com estêios de ferro para as bagagens dos passageiros.  Nada romântico.

Era guerra e no entardecer, já aprendêramos a nova palavra (blecaute), que era todas as lâmpadas das praças e dos postes na orla marítima que tinham as bandas voltadas para o mar pintadas de preto.  Isto dito, vamos para as mudanças verdadeiras e chamativas;  o mundão de marinheiros americanos que inundaram o Recife;  nâo havia soldados, como em Natal.  A farda branca e aquela cobertura redonda sujas por se sentarem no châo, bêbedos e mariscados de batom que era amarca do carnaval, na terra.  Eles eram atrevidos e soberbos como se fossem seres superiores invadindo uma província subalterna.  Nâo sei se desciam à pé ou de ônibus ou de bonde, do Savoy (bar em calçada), passando pela rua do Hospício, Faculdade de Direito, Soledade, Parque Amorim onde morávamos, e num sábado à noite, entraram de roldão no Clube Português onde havia um baile de formatura de universitários em trajes de gala.  Os estudantes e seus convidados os enfrentaram em demasiada desigualdade física, e de nossa casa ouvíamos o xarivári.  Devemos ressaltar a modernidade e o poder desse pais coator.  Seus vasos de guerra e eram muitos, ancorados no porto, após a Ponte Velha, em plena zona de prostituiçâo, levava consigo bandas de música para os "for all", como policiais, marinheiros parrudos com uma faixa no braço com a sigla "MP" e desembarcavam jeeps e iam ao encontro dos seus meninos enfezados.  Era de supor que tinham prisões nos navios(?), mas nunca consegui entender como cinco PMs podiam carregar, um  que fosse e em que espaço!  Eis o mistério.

Uma "chegada" paraibana do interior, rica e falsa loura, boinitíssima e inteligente, hospedou-se por poucos dias conosco, depois de uma ginástica arrepiante, quase juntando a cabeça aos pés, derramando uma meia garrafa de água oxigenada nos cabelos e se tornando airosa e arrebatadora nos espaços do CAB(Colégio Americano Batista).  Tinha como colega e amiga a filha do Diretor do Colégio Presbiteriano Agnes Erskine que namorava com o seu irmão;  o irmão da morena era meu colega e num futuro próximo, dos primeiros pilotos da novíssima Varig.  A loira americanizada frequentava a "Bible Class" e descobriu uma tal (ACM) Associação Cristã de Moças, tipo albergue, existente em  todo o mundo, acho que até hoje.  Pra lá foi morar, com liberdade, e frequentava o USO, em BoaViagem,   aquele Clube que os americanos montam em todos os lugares onde suas tropas pousam.  Aos domingos, no "for all", no Jardim Botânico em Dois Irmãos, lá estava ela e o irmão pra lá se mandou, e a volta em sopapos foi dramática.  Mais tarde alguns anos, no segundo ano de medicina, coisa raríssima para mulheres no Brasil, só falava-se em (Ézie, pronuncia de Az), seu noivo, o Azevedo, sub-oficial de submarino, filho de português com inglesa e cidadâo americano, foi-se e fez-se atroca de uma médica por uma doméstica e nova cidadã americana.  Fizeram o périplo tão  conhecido por brtasileiros, de Orlando, Miami, as duas Virgínias, New York e Massachusetts.

Antes, perambulou pela ONU como tradutora.  Fez o mesmo percurso que um ancestral seu, Artor Coelho, nordestino embarcadao pros "States" como tradutor e fazedor de legendas dos filmes da Paramont.  Notaram a profusão de siglas, nesse texto?, novo invento abrasileirado.

Como isto está ficando longo, vos prometo um terceiro "round"

terça-feira, 15 de abril de 2014


DEVANEIOS - DE FOR ALL - COM JOSÉ WILKER (3)

FOR ALL - O TRAMPOLIM DA VITÓRIA
O Brasil  era dominado por galicismos copiados da Cidade Luz, depois que esta foi salva à duros custos e graças à entrada dos "states" de fato na guerra, lutando em duas frentes:  no Pacífico, a partir de "pearl harbor" que é o mesmo Havaí, território norte-americano assaltado pelos nipons e diretamente da Inglaterra, com ela e parte do exército francês lá instalado sob o comando de De Gaulle, fugido de seu território quando da invasão alemã.  Ai de fato começou a colonização ianque.

Se não estivessemos sob ditadura e essa ditadura não estivesse sob Vargas, presumo que seriamos americanizados.  Sete entre dez missionários eram maçons;  em Sabta Bárbara do Oeste, SP, o primeiro pastor brasileiro foi ungido no salão de uma Loja, porque não tinhamos templo próprio;  Todo missionário americano tinha dupla formação:  a religiosa e outra liberal qualquer;  a bíblia numa mão e um microscópio ou macroscópio na outra e assim por diante;  mas, a  escolhida era a educação instalada em amplas áreas imobilárias, de tamanho ás vezes semelhando um bairro.  Dolares não faltavam. Fui alfabetizado ao som do "God Bless América", "is not mole".  A miss Cozzens despudoradamente abria uma caixa retangular preta, tirava um pescoço  desengonçado pra fora, aplicava umas voltas na manicaca e a gurizada se  esguelava repetindo o que ouvia, mas o Pai dos Pobres e ditador Gegê não ouvia nem sabia nada disso.  Eu tinha seis anos e era o meu primeiro ano de estudo, o primário.  Num determinado mês havia uma tal de exposição e nós brasileiros, judeus e libaneses que haviamos muitos, montavamos toda a variedade de tabas indígenas, desde os apaches até os sioux, navajos, comanches, cheyenes e lá vai...  Quantas seitas protestantes, não sei, mas tinha para todos os gostos..  Aprendemos o que era "mershandising", "todo magro quer engordar, todo gordo que emagrecer, para o gordo não tem que fazer, para o magro biscoito Pilar".  É mole ou quer mais?   Figurinhas como as da Copa, agora, mas do tamanho retangular do chocolate vetor e com o retrato de todos os tipos de aviões americanos e seus nomes;  iam-nos envenenando com tamanha admiração pelas coisas que não tinhamos.  Em todas as paredes dos três quiosques  do tabuleiro da baiana em frente ao CAB, cartazes com caras feias de nipos com olhinhos espremidos e dentro deles a suástica alemã.  Eram bambas na sedução.  Lembro apenas duas revistas em quadrinhos:  O Globo e Gury, mas os super-heróis, todos americanos, com escudos ou capas com a badeira eram uma obra de arte no poder corrosivo de colonizar sentimentos;  Palmas por até isso ser inventado e usado por eles para assegurar seus futuros vassalos.  Capitâo América, olha o nome usurpado de todo o continente;  Capitão Marvel, Homem Morcego, Homem Submarino, Tocha Humana, O Fantasma, Super-Homem.!  Era um sem fim de super- deuses, nenhum brasileiro.  Eu delirava e nâo tinha dinheiro, era abastecido por Maurício semanalmente, devolvendo uma revista e pegando outra.  Me abismava os desenhos, o delineio da anatomia muscular dos heróis;  de baixo pra cima, de cima pra baixo com um rosto em frente, em perfil, em meio dos dois;  eu os olhava e tentava decorar, tentava copiá-los, nâo levava jeito, até hoje.  Depois elas vieram em cores;  Cristopher, aportuguezado como Cristóvão, colega americano da minha idade, filho de missionário americano, me mostrava sua coleçâo em inglês e colorida e eu me alimentava só com as figuras, os balões eu não sabia ler.  Assistia em sua casa a confecção da árvore de natal, tal e aual eu via vez ou outra no cinema, igualzinho.  Assim ó, de marinheiros americanos e na sua casa um bau enorme e preto repleto de cigarros cheirosíssimos;  Look Strick com frações em vermelho vivo era o que mais me atraia, Chesterfield e o mais popular, Camel.  A fartura desses gringos era inacabável.  Esses cigarros eram os marinheiros que traziam e jogavam ali, e o seu Estado não contabilizava isso.  Um dia fomos eu e o Cristóvão, irmão da Tame, mais velho que ele, para o pomar do CAB, ao lado do campo de basquete e em baixo do refeitório dos internos.  Tinha lá goiabas vermelhas e brancas, abacates, mangas rosa, espada e comum, carambola e tudo mais;  trepados nas árvores cada um com um Look Strick na boca.  Tra-la-la, fui embora, bem pertinho de casa e meu pai que nunca estava, naquele dia estava;  sentiu o cheiro do cigarro, pra mim tão gostoso, mas não pra ele;  mandou-me bafejar;  não gostou;  exigiu-me a confissão e eu crente em Deus, confessei.  Ele, pastor ungido sapecou-me tantas pancadas com palmatória de esfregar casemira que  não tinha sensibilidade para quando estivesse na hora de parar.  Eu, sempre pensador, me perguntava porque crente brasileiro não podia  e crente americano podia fazer certas coisas, Eles iam pro céu com cheiro de cigarro e tudo e eu, palmateado, com a boca escovada ia passear no inferno.

ESTÁ DE MAIS  ESTE PROSEAR;  ACHO QUE VOU PARA O (4), PRA TERMINAR A GUERRA
Escrevam no Google ""For All - O Trampolim da Vitõria (1977) e assistam o filme

quarta-feira, 16 de abril de 2014


DEVANEIOS -DE FOR ALL - COM JOSÉ WILKER (4)

FOR ALL - O TRAMPOLIM DA VITÓRIA (4)
Mais ferramentas de sedução para um colonato de sucesso.  A literatura em revistas e em livros.  Quem não leu, naquela época, a "seleções" de Reader Digest?  Mais louvor para a inventividade americana, em ocupar um espaço jamais percebido por nós e quiçá o mundo inteiro.  Revista curta, historietas curtas, bem encadenadas, inteligíveis e interessantes.

 Eu lia:  na França ocupada pelos alemães e comandada pelo general Petain, colaboracionista, de quem meu pai dizia "pé tem, cabeça não", os resistentes, no campo agrícola, vendo os paraquedistas lançados passarem com seus equipamentos às costas, e lá o rolo de papel higiênico, e no capacete circundado por uma rede, nela os Look Strick ou chesterfield, e o também o inseparável chiclets, que nós colonizáveis chamávamos chicles.  Quero dizer que nessa literatura prendia nossa atenção em coisas de nós desconhecidas e de profundo ímã de louvação.  Ofereciam e nós assinávamos livros-romances, quatro em um, com uma capacidade de condensação da história, formidável e funcional, sem prejudicar o entendimento de quem lia e despertar um possível desinteresse.  Essas coisas aconteciam e passados setenta anos delas enho em minha biblioteca muitos desses livros,  as revistas, não tenho mais.  Essas duas ferramentas mais a nova seita eram eficazes para o trabalho de sedução.

Nada ea dscartável para consolidar a submisão louvatícia do assediado, até a goma de mascar em forma de tira, seu cheiro e estalido eram por nós venerados.

Assistam o filme "For All - O Trampolim da Vitória (1977), registrando esse nome no Google 




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