Tenho Cara De Antigamente, Quando Dois Nunca FOI Um
O HUMOR VACILA E VOCÊ SEMPRE SERÁ DOIS
Um Pássaro-Narciso No Seu Espelho
A vida e as suas faces; ora estou de frente, ora estou de costas; ora estou em cima, ora estou em baixo; ora estou feliz, ora estou amuado. E o câmbio é o constante. Tire proveito do que você não puder evitar; Se estiver em cima, voe, se estiver em baixo, corra. Se estiver de frente, responda às caretas; se estiver de costas, até carregue a quem se lhe encangotar. Quando estiver feliz, cante, quando estiver amuado, se esconda. De frente, em cima e estar feliz não tem boleto; De costas, em baixo ou amuado, considere-os passageiros.
Eu estava de frente e vi o filho chorar a morte do pai, vi o noivo beijar a noiva e também vi esses atores se esbofetearem. Eu estava em cima e via o cocuruto suarento do careca, também vi o volteio da relva verde ao infinito; Vi o Céu azul no azul do rio. Eu estava feliz e cantava, mas de súbito emudeci. Estava de costas e não vi a cara de ira que me fizeram, estava amuado e não percebi três tapinhas de conforto como presente que me deram. Mudei de posição na cama e interrompi uma dormência, Corria e parei e deixei que os outros passassem. Morto, ressuscitei e todos sorriram.
De frente, em cima e feliz; de costas. em baixo e amuado. Essas condutas se amoldam infinitamente. Trocam prazeres e sensações, se atraem e se compulsam, se amam e se odeiam e cambiando enchem o mundo de pernas. Dou vivas ao estático ou ao ambulante? Me apraz o descanso eterno ou o cansaço que alimenta a curiosidade? Me parece que tudo é válido aqui fora do Éden. A vida é por si um parangolé colorido, voluptuoso, barulhento, mas aqui e ali aceita a paz do silêncio, do sem cor e do "tô nem ai". Bom é comer jaca e chupar manga, pular no rio e deitar na areia.
Encontremos a Paz da Virtude e do Pecado, multiplicados por dois e divididos por quatro. Um bocadão de Paz e um tiquito de Pecado. Quem não gosta de transgredir! apenas se leve em conta não melar o vestido da donzela com lama. Vamos, votemos mesmo sem saber pra quê, caprichemos na gramática sem abrir mão de uma cuspida nos S eno R, vez em quando. Vamos ao Ceará dia desses, ver o que os cearensos fazem. Vamos chutar o pau da barraca, vamos furar o zinco da morada, deixar a lua e as estrelas entrarem e vamos conversar com elas. Que bom, que frio, que azul.
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