quarta-feira, 27 de maio de 2015

DEVANEIOS-DE CAMBIOSES

Tenho Cara De Antigamente, Quando Dois Nunca FOI Um
O HUMOR VACILA E VOCÊ SEMPRE SERÁ DOIS

Um Pássaro-Narciso No Seu Espelho

A vida e as suas faces;  ora estou de frente, ora estou de costas;  ora estou em cima, ora estou em baixo;  ora estou feliz, ora estou amuado.  E o câmbio é o constante.  Tire proveito do que você não puder evitar;  Se estiver em cima, voe, se estiver em baixo, corra.  Se estiver  de frente, responda às caretas;  se estiver de costas, até carregue a quem se lhe encangotar.  Quando estiver feliz, cante, quando estiver amuado, se esconda.  De frente, em cima e estar feliz não tem boleto;  De costas, em baixo  ou amuado, considere-os passageiros.

Eu estava de frente e vi o filho chorar a morte do pai, vi o noivo beijar a noiva e também vi esses atores se esbofetearem.  Eu estava em cima e via o cocuruto suarento do careca, também vi o volteio da relva verde ao infinito;  Vi o Céu azul no azul do rio.  Eu estava feliz e cantava, mas de súbito emudeci. Estava de costas e não vi a cara de ira que me fizeram, estava amuado e não percebi três tapinhas de conforto como presente que me deram.  Mudei de posição na cama e interrompi uma dormência, Corria e parei e deixei que os outros passassem.  Morto, ressuscitei e todos sorriram.

De frente, em cima e feliz;  de costas. em baixo e amuado.  Essas condutas se amoldam infinitamente.  Trocam prazeres e sensações, se atraem e se compulsam, se amam e se odeiam e cambiando enchem o mundo de pernas.  Dou vivas ao estático ou ao ambulante?  Me apraz o descanso eterno ou o cansaço que alimenta a curiosidade?  Me parece que tudo é válido aqui fora do Éden.  A vida é por si um parangolé colorido, voluptuoso, barulhento, mas aqui e ali aceita a paz do silêncio, do sem cor e do "tô nem ai".  Bom é comer jaca e chupar manga, pular no rio e deitar na areia.

Encontremos a Paz da Virtude e do Pecado, multiplicados por dois e divididos por quatro.  Um bocadão de Paz e um tiquito de Pecado.  Quem não gosta de transgredir!  apenas se leve em conta não melar o vestido da donzela com lama.  Vamos, votemos mesmo sem saber pra quê, caprichemos na gramática sem abrir mão de uma cuspida nos S eno R, vez em quando.  Vamos ao Ceará dia desses, ver o que os cearensos fazem.  Vamos chutar o pau da barraca, vamos furar o zinco da morada, deixar a lua e as estrelas entrarem e vamos conversar com elas.  Que bom, que frio, que azul.




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