segunda-feira, 17 de outubro de 2016

DEVANEIOS - DE RESPEITO À AVÓ NA PESSOA DO NETO (200115)

Tenho Cara De Antigamente, Quando Fantasia De Criança Era Real
CALÇANDO UM BORZEGUIM, JÁ SE ERA UM MILICO
Meninos Palestinos Guardando Salvados Do Assalto

terça-feira, 20 de janeiro de 2015


DEVANEIOS - DE RESPEITO À AVÓ NA PESSOA DO NETO

Tenho Cara De Antigamente, Sou Do Tempo Em Que Calendas Gregas Eram o Dia Do São Nunca_
EU TIVE UM PESADELO ENQUANTO IM PASTOR NEGRO-AMERICANO TEVE UM SONHO
1979-Belém-Pa-d. Lourdes-edélvio e Glauce
Sogra, Genro e Filha

Memórias de 1940/1944, neste período entre os seis e os dez anos em Guarabira-PB.  Minha avó materna, mãe-Nascinha, nos recebia com um quarto grande e úmido em sua casa, que guardava frutas, onde até as bananas cheiravam fortemente.  Essa lembrança parece  carimbo duro em miolo mole, tamanho o cheiro, a cor e o clima imantados.  Nosso vizinho, Sr. Firmino, um homem de cabelos brancos na sua atividade rústica de receber aos sábados em sua cocheira quantos cavalos, burros e jumentos chegassem, como gerente para banhar e alimentar seus inquilinos.  Eu passeava empostado pelo respeito recebido, entre os animais amigos, sob o cheiro pra mim maravilhoso, de fezes e urina de herbívoros alimentados à capim e milho.  Como nobre visitante, podia circular por onde quisesse e simular com meu adjutório.  Lavava   cavalos onde minha mão de inocente não passava da barrigueira.  Já que não alcançava a altura de um animal desse porte, observava a postura do embornal, um saco até à metade de milho, com duas alças por trás das orelhas que não o deixava cair.  Eu apenas espremia com as mãos o fundo da sacola para sentir o reclamo do milho incomodado.

Arrodeava a cocheira e entrava num grande quarto onde estavam selas de couro, cangaços de palha, arreios vários e até chapéus e eu escolhia o assento que quisesse e rodopiava sobre a cabeça o chicote que eu zumbia, e a mente trabalhava e companhia não me fazia falta.  Alfredo, o serviçal do Seu Firmino com um burro encangalhado e quatro latas vazias de querosene, grandes, duas de cada lado, me chamava e íamos ao rio buscar água que ele vendia na volta, para quem não tinha cacimba.  Eu viajava encarapitado no cimo dos aparatos e com os pés sobre as latas, sem firmar-me nelas.  Assistia a tudo, observava tudo e gravava tudo e hoje, mais de setenta depois dou à vocês essa história cheirando a nova.  

"Você é como água de cacimba, limpa, doce, saborosa, todo mundo quer beber", do cancioneiro de Nando Cordel, filho de Ipojuca mas egresso de Ponte dos Carvalhos, entre Recife e Cabo de Santo Agostinho.  

Quem podia tinha uma vaca com bezerro no fundo da casa,  era o santo leite que axigia isso como medida sanitária.  Essa vaca só vivia deitada, à meu ver, e lá vai o menino da cidade grande com segundas intenções;  Me baixei, isso eu fiz, mas, parece era pouco ato para aquela vaca;  era uma vaca mesmo.  Tentei fazer o que um bezerro faz mas a louca se eriçou;  parece que é besta;  segurei-lhe o peito com firmeza e com firmeza ela meteu-me o pé sem sequer levantar-se.  Foi a glória dela e a minha maior vergonha;  cai sentado num lençol de merda verde, mas o pior foi o meu choro;  meu choro?  meu berro;  e eu não queria berrar.



Nenhum comentário:

Postar um comentário