DEVANEIOS - DE TEMPERANÇA

Tenho Cara de Antigamente, Sou Do Tempo Em Que Refresco Era Gelada

REFORMA POLÍTICA PODE SER DESOBRIGAÇÃO DO VOTO

Eu era pequeno porque a idéia era grande, após 1940, e ouvia e frequentava reuniões com o tema acima, sem saber o valor da coisa.  Temperança é o sabor do meio, como todas as coisas, que devem estar à altura do fulcro se quiserem ser consideradas sãs.  Exageros para mais ou para menos, estão mais para morbidez.  E é verdade;  adoecem o corpo do exagerado, como deprimem o olhar do observador.  

Se se quiser a Paz, há de se estar preparado para se defender quando for agredido, mas não estar  em prontidão permanentemente, ao ponto de de perder prazeres como se relaxar, ou de produzir criações para enriquecimento espiritual. 

Não ser percebido numa reunião por estar vestido de encarnado-hmorragia, ou por ter feito um pré-aviso como uma ventania aromática de flores dementes e com validade vencida. 

Não ser lembrado por ter estado metido num "pega-pra-capar", mas por ter sido visto numa cena samaritana amparando alguém cambaleante numa rua qualquer.

Que não faças doações berrantes, como não deixes de cobrar o que lhe é devido, embora com argumentos convicentes, mas sem barulho.

Que sejas agradecido com unção só percebida por teu protetor, como protejas alguém sem alimentar o retorno do agradecimento.

A temperança é a moderação em tudo, é o caminho plano, é o jogo direto e sem enganações, é a recepção de um rosto sereno, sem expressões que lembrem uma falseta.  O tempero da verdade é a omissão da mentira.  A temperança incita o "venha", como o exagero exorta o "corra".

Modere o seu falar e a sua apresentação e receba de volta uma voz agradável e uma visão respeitável.

A temperança é anti-guerra, o exagero é anti-Paz.  A temperança é como um barco sob vento brando com suaves e pequenas ondas.  Os exageros são os rebuliços de uma nave grande sob ondas bravas, o medo e a incerteza de um retorno, o susto e a aflição de uma pré-morte.