quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

DEVANEIOS - DE "BOA INFORMAÇÃO" E ÇIFRAS

Tenho Cara de Antigamente, Sou Do Tempo Em Que Munição Era Bala
CASQUETE ERA UM PANO REDONDO CERCADO DE ABA COM BAINHA COM BARBANTE QUE COMPUNHA A FARDA DO PELADEIRO
1985-D-edélvio-Retorno de São Carlos/Guarulhos

Reforço reclamos de "Boa Informação" e mais principalmente de  Cifras pelo colonato de adonação do sagrado espaço do malfadado Facebook.  Revolução de costumes que está vindo para ficar, esterilizando uma área de lazer e de alegres interações entre estranhos que às vezes proporcionavam possibilidades de sólidas amizades.  Vocês próprios estão cavando sua fatídica sepultura e quando olharem pra trás, apenas verão a nuvenzorra de poeira dos últimos pasteiros em debandada.

Falamos de pastos verdejantes, de ambiente fresco e cativante, de possíveis paseantes ansiosos por novos encontros, e no fim a gigante decepção de um espaço vazio, estático e estéril de quadros com repetição tripla de mesmo tema ou o deslizar sem freio de prosas ensopadas de falso poetar,  que enfadonhas emprestam satisfação a cabeças burras, mas deixam ao relento outro tantos mais acesos.

Saudoso orkut, trocado por contratos secos de negócios.  O ativo e o passivo se esquecem de uma coisa chamada temperança ou, nem tanto à leste, nem tanto à oeste.  

Lembro-me da descrição da seca desenhada por Zé Lins do Rego, em "A Bagaceira", em que os retirantes paraibanos desciam ao pé de serra de Alagoa Grande, para fugir da dor da fome.  Era o verde se tornando amarelo desidratado e quebradiço, a flor de maacujá, trepadeira de beleza insultante, arrimada no alto da porteira rude de uma propriedade rural cujo dono estava com sua troupe na casa de engenho, falava por notícia de um retardatário quando perguntado, que por lá passando sua cabrita ia terra à fora debaixo do sovaco de outro sofredor, e que àquela altura já era buchada.  Disse aquele senhor, agora servo, que suas posses pareciam coisas do governo, que não tinham dono.

Tempos depois, em viagens incessantes que esse escrevinhador fazia por aqueles sertões, na Grande Serra, que culminava em São Benedito, algo igual acontecia:  Como um sino que toca chamando de volta os arribados, um pingo de água, um único pingo tocando o chão, dá um choque elétrico que se repete nas lonjuras do outro lado da serra e, automàticamente tudo se enverdece, é uma verdura sem descontínuo.  Lá no cimo de uma porteira, a mesma flor trepadeira da Paraiba estava esparramada e num salto se arrimou;  A linha antes verde que a ligava à terra do maracujá nascente entumeceu-se ato contínuo,  e deu passágem à seiva que é vida, embranqueceu a flor maviosa que virou rainha.

O que ficou em segredo é que a gramínea verdejante perdeu sua virilidade, assumiu o sabor de corda e virou o Belo Antônio.  Eu lhes mostro aqui e agora a parecença das duas histórias.  O risco que a "Boa Informação" e a Çifra correm o risco de ver esvaziado o seu pasto porque beleza não põe mesa.  E os pastejantes ludibriados, agora voejantes, se perdendo no horizonte, em busca do que quer.

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Alô Jade, obrigado pelo sopro de sua presença; se você quiser me adcione no seu Face, ou faça o contrário e sou eu que a adciono.

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  3. Alô Jade, obrigado pelo sopro de sua presença; se você quiser me adcione no seu Face, ou faça o contrário e sou eu que a adciono.

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  4. You yourself are digging your grave and fateful when you look back, just see the nuvenzorra dust of the last pasteiros in disarra boa informação

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