sábado, 28 de março de 2015

DEVANEIOS - DE VIDA (280315)

Sertão-Flor do Mandcaru

É, ela está protegida dentro de uma caixa óssea, flutuando sem dever tocar em suas extremidades sob pena de ser alterada.  Muitos a chamam, juízo,  alguns, de cérebro.  Daquele sítio, tendo o controle dos cinco sentidos ela dá ao homem que conduz, com o nome de alma, o poder de viver, de ser ou não ser, do sim e do não.  Ela vai colecionando conhecimentos, sem falar de uma herança anamenésica pouco esclarecida que equivaleria às suas vidas passadas.  Ela se vale muito da memória de fatos antes acontecidos, recentes ou antigos, para compor um futuro que em um minuto após ser usado já pode se considerar passado.  Reparem numa característica tipicamente humana, de compor os passos, um a um, do que se pretende fazer daqui à pouco.  No retorno, na anamnese, coisas não são feitas, outras são alteradas, mostrando o quanto é de nosso controle e do quanto não é.

A cabine de comando está cheia de artefatos espalhados pelo chão.  Maniqueu avalisou que humanos são duais, que tudo no mundo é dual.  Nosso comando abedece ao eu ou ao outro eu.  Somos dirigidos pelo ego e alter-ego.  Carlo Collodi foi um psicólogo aleatório quando criou Geppetto, que criou Pinocchio que tinha no Grilo Falante, sua consciência, que o aconselhava, que o repreendia, a figura parelha que se assemelha ao alter-ego.  Quem já não se surpreendeu falando sòzinho?  Diante desses dois e das coisas ao redor arrebanhadas durante o périplo ascendente, chegamos à seguinte conclusão.  Alguns aparatos têm vida própria e fogem de nosso comando e outros apenas aceitam sugestões.  Portanto, não se amofinem caindo em processo de culpa e muita vez perdendo o juizo, podendo consertar-se ou não, o que foi feito nestas circunstâncias.  

Deus trabalha com substantivos e essa mania de qualificá-los dá consequência à baratinagem de um comando duplo em que muitas vezes se fazendo o bem, está-se procedendo um mal.  Os adjetivos atrapalham a perfeita localização do certo;  eles embelezam, odorizam, cromoficam, tornam as coisas palpáveis em várias dimensões e também as saponizam.  Se diz disso, que algo está cheio de vida, e com ela o perigo dos desvarios.  O preto e branco é mais saudável, embora menos retumbante.  vivemos em meio à escolhas e por isso erramos, às vezes.  Nossos irmãos animais, instintivos, são sempre os mesmos, milênios à fora, e não erram, também não escolhem.

Vamos pegar os gadanhudos assassinos da Petrobras e torcer-lhes os pescoços?  Vamos nós, preto- e- brancos, acabar com os coloridos?  Vamos ficar estéreis contra câmbios, se iso for possível.  Fulgor ou chatice?  Ser ou não ser, eis a questão.  Submeter-se à filosofia shakespeariana.  Este é o sentimento de viver.  Fazer orações ou cantar mantras?  Ser hipócrita de salão ou afetivo na intimidade dos servis?  Que dor, causa o escolher.  Digo-lhes, bom-senso, quando convier.  Temperança;  Fiques chamando Vera e vais ver como vai terminar essa cantiga.






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