domingo, 21 de maio de 2017

DEVANEIOS - DE MATUTO, LAMBEDOR E "MUNACHA" (181115-16)

Tenho Cara De Antigamente, Quando Xarope Era Lambedor
E MINHA FILOSOFIA ERA "NÃO SEI, MAS ESTOU AI"
eu, edélvio-(2016)


sexta-feira, 18 de novembro de 2016


DEVANEIOS - DE MATUTO, LAMBEDOR E "MUNACHA" 

Tenho Cara De Antigamente, Quando Fazer Muxoxo Significava Desprezo
FELIZ É A CHINA POR TER IM AVIÃO INVISÍVEL A RADARES
Pintassilgo Cantante

terça-feira, 17 de novembro de 2015


DEVANEIOS - DE MATUTO, LAMBEDOR E " MUNACHA"

Tenho Cara De Antigamente, Quando Matuto, Lambedor e "Munacha" Existiam
MATUTO, LAMBEDOR, "MUNACHA", TABERNA, VENDEIRO, SAUDADES

Vez Em Quando Morrem Judeus

Estou falando de saudades. De um pintassilgo golado  com o biquinho arrebitado e a cabecinha virada pro céu, gogó tremelente, cantando como se tivesse dando graças à Deus.  Gaiolas por todos os lados da casa com todos os tipos de pássaros cantantes que se imagine.  O matuto que cuidava dele era o Cesário e eu não sei o que amor tem que ver com prisão perpétua e o impedimento de voar.  Será que o canto é o pagamento pala alpiste de cada dia, ou será a confirmação da submissão!  Lamento ter recebido de presente aquele passarito e o ter levado para a cidade grande.

Do lambedor me vem a imagem de minha tia Elima, mulher do Cesário e mãe do Cleanto.  A qualquer ameaça de dor de garganta o xarope grosso papável à língua e de uma doçura inebriante.  Pela manhã e pela noite "munacha" grande, branca e quebradiça que se desmanchava no café tirado do bule de dentro de um abafador.  Sentávamos  á uma mesa grandona com uma tábua inteiriça nas duas laterais à ela, pregadas.  Passávamos as pernas por cima e era uma festa, uma algazarra.  A minha vó Mãenascinha era a matriarca com 96 anos de idade.

Me dizia, vá na taberna, me traga um "fosco" e uma vela; e lá eu ia ao encontro do vendeiro, meu tio Dalmácio, o ômega da família com seu braço quebrado e desengonçado e trazia para Dala, Maia da Luz sua filha e minha prima, professora na Escola Municipal de Guarabira, na Paraìba, vizinha de Cabaceiras e Alagoa Grande.  A tia Amália, nossa querida Mala, branca, branca, com nariz grande, do tamanho da sua bondade, era enfermeira do Posto Médico, conhecida de toda a cidade.  Minha mãe Edeltrudes, a D. Tude, de nome tirado da folhinha do cromo do ano.

Meu tio Cleodon, o alfa, vendeu suas terras e se urbanizou.  Era auto-didata, dono de Cartório e  da única  livraria e tipografia da cidade.  Seu filho William foi ser marinheiro;  Sua filha Atenê largou dois anos de curso de medicina por um sub-oficial da marinha americana, durante a guerra.  E Tétis sua sucessora no Cartório.  Hoje não resta nenhum desses paraibanos para serem visitados.  É assim a vida de nós todos;  histórias de contar, saudades de chorar e uma capa grossa de livro pra fechar.  Daí pra frente só Deus conta e Deus é Mistério.  Nunca saberemos mesmo, por antecedência, nada.





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