domingo, 20 de outubro de 2013

DEVANEIOS - DE MAL-AGRADECIDO-(1) (201013)

Cada Povo Tem  O Governo Que Merece
PARA JIL
    1980 - Minha primeira e única experiência de ser despedido de um emprego.  Tinha quarenta e seis anos.  Estava em Belém, já tendo passado por João Pessoa e vindo de Recife.  Ali estava como Gerente da Empresa onde antes eu e ele eramos supervisores de venda  o Albânio Leal.   Era meu compadre por ser eu padrinho de batizado do seu filho. Tínhamos muitas afinidades.  O meu amigo me estendeu a mão como faria um Samaritano e me chamou de volta ao lar antigo.  Eu trabalhava num Laboratório no setor de agro-pecuária  como vendedor e com o apelo do Amigo, tive mais dois.  Um outro Laboratório queria uma entrevista comigo mas deveria ser em Goiania-GO.  Acatei o acerto e embarquei ao encontro.  Se aceitasse a proposta  iria com ela a barba de luto que eu portava.  Voltei à Belém e a barba continuou comigo.  O outro convite foi para o setor de vendas de um Empreendimento Belenense que estava sob a Gerência do ex vendedor do Laboratório de onde eu estava saindo e o substituía.  Voltei com o meu Compadre e Amigo e acertamos.  Voltaria a Multi-Nacional de onde saíra, coisa raríssima principalmente em Empresas estrangeiras, mas não como Supervisor de Vendas que fui de Natal até  Belém, mas como Vendedor em  Manaus-AM, partilhando o Estado com um colega.  Vim para a Capital amazonense em companhia de Gil, filho mais velho depois do finado Thomzinho.  Ficamos em um hotel e depois passamos a uma pensão com alojamento duplo para uma família de oito pessoas, de pois sete, porque a filha seguinte quis ficar em Belém, em internato no Seminário Batista.  Pusemos cinco filhos e a mulher num avião e pra cá viemos  e onde estamos desde 1980, ha trinta e quatro anos.  Compramos um Maverick Zero, para ver o tamanho da auto-confiança e em anos depois  recebi da Empresa  convite para ser Representante- Comercial dela no Amazonas e Roraima.  Recebi todas as idenizações como empregado, instituí uma Empresa Ltda que fez um contrato com a minha ex-patrona.  Nova audácia de assumir minhas despesas de locomoção e hospedagem, mensalmente, em lonjuras inacreditáveis.  Fiz isso, selecionei Clientes probos em cada Praça e substitui avião por FAX, numa economia grandiosa, salvo em situações de risco que exigissem minha presença.  Nesse contrato, as Empresas representadas pela minha contratante, eram também minhas co-representadas.  Umas dez mais ou menos, mas algumas de vulto grandioso, como a GE e a Nadir Figueredo, esta depois afogada pelo advento de plásticos (copos) a substituindo.  Mas, Deus foi generoso comigo e de fato fui um vendedor classe A, aqui no Amazonas.  Mas  Deus dá e Deus tira.  O dia do muito é a véspera do nada.  A SWIFT-ARMOUR encerrou atividades no Brasil e hoje continua na Argentina.  Recolhi-me, encolhi-me mas me contenho com  Plano Saúde, e Plano de morte, que por mais que me disponha a servir amigos com o meu mausoléu, eles não querem.  Parecem que são bestas.  Dia virá  em que virão buscar a oferta  mas eu, lá de dentro grito, daqui   não saio, daqui ninguém me tira..

    Caro Jil, essa arenga é um momento descontraído mas verídico, muito meu, de encarar as diversidades que nos espionam.  Que você com o estro inventivo e sagacidade encontrará seu Samaritano e saberá agradecê-lo  como eu acho que não fiz suficientemente com meu amigo Albânio.  Não esqueça de se dobrar humildemente mas com sinceridade  ao Deus que não vê, não ouve, não olfata, não oraliza e não tateia  porque prescinde dos sentidos com que nos presenteou  e para não ficarmos bestas deu esses mesmos sentidos as aves, peixes e feras, a estes, menos a inteligência e a capacidade de dizer sim ou não.  Não desespere nem depressive suas andanças.  Em qualquer esquina poderá estar o Samaritano que lhe observa e ali foi posto em sua intenção.  Não faça promessas que com Deus não se barganha, nem carnavalize sua ansiedade porque à Deus isso não sabe bem.  Quando quiser papear, sempre me encontrará.
    




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