Tenho Cara De Antigamente, Quando O Tártaro Era O Inferno, No Rio Estinge, No Hades
BOTINA OU BORZEGUIM NÃO SÃO APROPRIADOS PARA SE IR À CAMA
Rainha Da Jordânia
BOTINA OU BORZEGUIM NÃO SÃO APROPRIADOS PARA SE IR À CAMA
Rainha Da Jordânia
segunda-feira, 29 de agosto de 2016
DEVANEIOS - DE QUATRO TRINCAS
Tenho Cara De Antigamente, Quando À Vista De Um Trincado O Valor De Um Negócio Desaba
UMA TRINCA DEBAIXO DA ROUPA DESMANCHA CASAMENTO
Não Há Desconforto Na Hora De Falar Com Deus
JOÃO CABRAL DE MELO NETO
EXCERTO DE
VIDA SEVERINA
JOÃO CABRAL DE MELO NETO
EXCERTO DE
VIDA SEVERINA
O nome próprio com o significado explícito de coisa feia, nome de gentinha, de gente pobre, da classe social do mais baixo baixo roda-pé, da ralé, das misérias e das desgraças.
...Somos muitos Severinos, iguais em tudo na vida. Moremos de morte igual, mesma morte Severina, que é a morte que se morre, de velhice, antes dos trinta, de emboscada, antes dos vinte, de fome, um pouco por dia; de fraqueza e de doença. É que a morte-Severina ataca em qualquer idade. e até gente não nascida...
Nascer pobre e nascer feio é uma trinca no nascimento, é dor no presente e no futuro, é vida curta, é uma vivência Severina. Pode ser nascido no mangue, no meio de uma maré, numa imitação de ilha onde preto é o sapé. É lama aflorando na água, concisa, socada, escorregadia onde os severinos levantam paredes de barro com buracos na vez de janelas e porta, com molambos, papelão e plástico para não entrar o vento frio, e não entrando o vento também não entra ladrão, que não há nada que roubar. Os jereré, roda de cipó com trapo pendurado e no fundo uma cabeça de peixe, caindo.
À noite são puxados, siris são aquentados e os severinos alimentados. Gilberto Freire, primeiro sociólogo aoto-didata do Brasil chamou à isto o ciclo da "merda". Os mortos à fome, dentro do castelo, sobre folhas de jornais velhos tomados aos ventos se aliviam e jogam com as fezes, tudo de volta ao mar pra alimentar os siris e caranguejos, que acalentados pelos dejetos , voltam nos fundos dos jererés para novamente prover os desgraciados com essa infâmia. É nesse ciclo vergonhoso que nasce e cresce algum brasileiro-Severino pra aos 19 anos, soldado, ir salvar a Patriamada.
Esta é uma rasteira que a vida costuma dar, sem pedir licença para a brincadeira. É uma tapeação e nunca faz rir quem nela está envolvido. Havia um homem chamado Sartre, na França, filósofo, que tinha um casamento aberto com a Simone de Beauvoir e inventaram o Existencialismo. Cada um, dormia com quem queria e voltava pra casa para terminar o sono juntos. Uma máxima de sua autoria era: "o inferno É o outro". Que tal? Poderia ter encarado o que vemos hoje, principalmente na política nacional: È ladrão, saindo pelo ladrão. "Ninguém" é a ausência do sujeito (gramática).
À noite são puxados, siris são aquentados e os severinos alimentados. Gilberto Freire, primeiro sociólogo aoto-didata do Brasil chamou à isto o ciclo da "merda". Os mortos à fome, dentro do castelo, sobre folhas de jornais velhos tomados aos ventos se aliviam e jogam com as fezes, tudo de volta ao mar pra alimentar os siris e caranguejos, que acalentados pelos dejetos , voltam nos fundos dos jererés para novamente prover os desgraciados com essa infâmia. É nesse ciclo vergonhoso que nasce e cresce algum brasileiro-Severino pra aos 19 anos, soldado, ir salvar a Patriamada.
Esta é uma rasteira que a vida costuma dar, sem pedir licença para a brincadeira. É uma tapeação e nunca faz rir quem nela está envolvido. Havia um homem chamado Sartre, na França, filósofo, que tinha um casamento aberto com a Simone de Beauvoir e inventaram o Existencialismo. Cada um, dormia com quem queria e voltava pra casa para terminar o sono juntos. Uma máxima de sua autoria era: "o inferno É o outro". Que tal? Poderia ter encarado o que vemos hoje, principalmente na política nacional: È ladrão, saindo pelo ladrão. "Ninguém" é a ausência do sujeito (gramática).
Nenhum comentário:
Postar um comentário