terça-feira, 30 de agosto de 2016

DEVANEIOS - DE QUATRO TRONCOS

Tenho Cara De Antigamente, Quando À Deus Eu Agradecia O Que Me Dava  E O Que Tirava
E APRENDI QUE ELE NÃO ACEITA GAMBIARRA DE LOUVOR
Agrestino Enchendo Ancoretas Com A Água Sagrada

terça-feira, 30 de agosto de 2016


DEVANEIOS - DE QUATRO TRONCOS

Tenho Cara De Antigamente, Quando Qualquer Barulho Era Fuzuê De Crianças
MAS ÀS VEZES ERA MESMO UMA GRANDE CONFUSÃO
Confusão Feliz

Algazarra de crianças, gritos finos e agudos, alegria em expansão e sem explicação, a não ser a do encontro do grupo de meninos e de meninas dispostos a libertar energia.  E roda, e pula, e cai no chão até que uma dor incontida de um pé sobre um dedo fura a doideira e entre os sons a mãe do vilipendiado identifica a voz do filho querido.  O tira do meio da turba, com momices, e o rebanho revolto continua  com as doideiras inconscientes, dessa vez alegrando a banda infantil de Deus que sorri e futuca um, futuca outro e o borborinho de louvor vai subindo em agradecimento ao Pai criador.  Viva aos pequenos, anjos humanizados que cansados vão sucumbindo ao sono.  Amém.

Dia seguinte se vê os samboques tirados dos joelhos dos moleques alegrinhos.  Eles tão nem ai, nem dói.  Tinha?  Tinha uns da "pá virada" que tomava e dava baques, que andava andando como camumbembe, tinha uns cabritos e umas cabritas mas, era tudo brincadeira, era tudo sobre os vestidos da inocência.  Se fossem mais taludos, algum mais exibido ia querer dizer:  Tô entendendo tudo, tô mais por dentro do que talo de macaxeira, mas não tinha.  Mas tinha tonteira e tinha pereba.

Moravam tudo na baixa da égua, lá bem mais perto de onde Judas perdeu as botas, as meninas todas nascidas da costela de Adão, e os meninos, de barro feitos.  Todos, tudinho, filhos de Deus.  Eram mestres na embromação, eram levados da breca, eram uma "coisa séria", chamavam "sinhô" e "sinhá", mas todos tinha pai e tinham mãe.  Eram família.  Não tinham espinhela caída, não tinham cobreiro nem vista cansada, nem vista, nem respiração curta.  Não tinham boca azeda, nem ouvido mouco, não eram zureta nem zanoio.  Tudos e todas tinham boa saúde, viu?

E aqui nós damos quatro "Graças à Deus" por ter família grande, por ter zumbido ao redor, pelo prazer de acalentar um choro, de ver a gurizada crescer e até sentir a ingratidão da fuga do calor do lar.  Mas é o processo da vida.  Uns voam bem alto, outros nem tanto, uns viram pais dos antigos de quem eram filhos, outros continuam como filhos perenes.  Infelizmente, alguns caem fora dos trilhos e são sofrimentos perpétuos e Deus cobra dos pais em desalento que estejam em ponto fixo para quando forem procurados, porque esse dia chegará.



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