sexta-feira, 21 de novembro de 2014

DEVANEIOS - DE CASTRO, GONÇALVES E DE HEBREUS

Tenho Cara De Antigamente, Sou DoTempo Em Que Refrigerante Era Gazoza
LEIAM NO BLOG "CAFÉ HISTÓRIA" DE 170313, ALTAIR ANDRADE CRUZ

quinta-feira, 18 de julho de 2013


DEVANEIOS - DE CASTROALVES

    Poeta Negreiro, anti- escravidão, baiano em Recife, morto aos vinte e quatro anos, por granguena no calcanhar e amputação da perna.  Veio para estudar Direito, na primeira Faculdade do Brasil.  Poeta de fato, inteligência também, mas péssimo aluno.  Na quarta tentativa conseguiu habilitar-se, mas nunca formou-se.  A tísica era uma senhora muito intrometida na sociedade brasileira.  Matava índios sem imunidade, no chamado tipo galopante, em vinte quatro horas, coletivamente, só por respirar o vento que vinha dos marujos desembarcados, e aqui permaneceu por mais de quatrocentoa anos,  fazendo órfãos.  Nosso heroi foi um das suas vítimas, mas sendo atropelado por um acidente de caça, quando ele, com a espingarda pendurada no ombro, com o cano pra baixo e pelas costas, encheu seu calcanhar de chumbinhos num disparo involuntário.  Antes disso empolgava ouvintes entre a estudantada, declamando suas criações poéticas, principalmente o "Navio negreiro".  Tinha rimas, tinha ritmo, tinha vocabulário extenso. Tinha figura, tinha cabeleira de poeta, olhos lânguidos de tuberculoso.  Era jovem, atraente, rico e tinha uma amante francesa, atriz de teatro que o escoltava por todo o Recife, e que lhe foi sempre fiel nas suas amarguras.  Homisiou-se em Santo Amaro, numa casa pequenina, nas proximidades do cemitério que hoje ainda lá existe.  Mudou-se para Tejipió, bairro também atual, e depois para outro, o Sancho, acima, por serem de um clima indicado por médicos para quem padecia daquele mal.  Foi uma saga cumprida à risca e após a volta para Salvador, onde entregou a alma à Deus, e deixou o Brsil de luto, até agora.

    Em Pernambuco há várias cidades que se prestavam para essas situações:  Bezerros, Vitória de Santo Antão, Caruaru, Garanhuns, Triunfo e tal.  O  clima delas, antecede o crepúsculo com uma queda perceptível de temperatura, que deixa seus visitantes não avisados, desarvorados.  No Ceará, Na quentíssima cidade de Sobral, pé de serra, a Serra Grande até São Benedito, a subida íngreme e com volteios intermináveis, tendo a um lado a parede sólida, com muitos olhos de água geladíssima a correr, bebível, e de outro a estonteante queda livre de altura formidável. Aos visitantes é recomendado deixar o braço fora do carro, para ir sentindo solidamente a mudança quase brusca  do terma.  Cai uma nuvem espessa, como um chapéu abrangente sobre toda a cidade, lá em cima que, no hotel, que por sinal é gestado pela prefeitura, numa rua estreira em frente, tendo do outro lado a catedral, só se enxerga os riscos pretos do seu contorno.  Seus habitantes são reconhecidos lá embaixo, pelo hábito de sempre estarem de braços cruzados, mesmo no maior calor, próprio dos vales.  Tem uma gruta de estalactatites, no pé de serra, hoje já com elevadores, onde nós visitamos os salões naturais, com sua fauna de espaços úmidos, e ficamos sabendo, que como nos livros de contos de Alencar, de Peri e Ceci, esses índios saiam desse sertão e iam até Natal, terra dos potiguares.  Que foi feita uma experiëncia com gazes coloridos, soprados dessa gruta e apreciados lá no RGN. É mole, ou quer mais?

    É interessante quando nós constatamos, como viajantes, .história romanceadas, como a de nosso poeta maranhense Gonçalves Dias, filho de português, rico comerciante em Caxias, e uma índia, que o criou com o amor de mãe, e era por ele protegida, até a sua morte, por que o pai abria sim, generosamente a sua bolsa, para ele e a mãe, mas só.  O poeta inteligentíssimo e estro, media um metro e cinquenta de altura, sofria de uma doença na genitália que era um inchaço só e sempre crescendo.  Amava, se apaixonava, mas era esse o preço que às vezes acompanha o vivente, mundo a fora. Foi para Coimbra e fez bonito. O matava a saudade de sua terra que tinha palmeiras onde cantava o sabiá, "os pássaros que aqui gorgeiam, não gorgeiam copmo lá".  Preparou sua viagem , nas caravelas como eram: levava sua vianda, galinhas de ovos e frangos  vivos para abate durante o percurso.  Num tempo teve que comprar de marujos, os mais fortes e grandes que houvesse, roupas como camisolas, tamanho era o inchaço que o afligia.Aquelas viagens se mediam em meses, sem contar as faltas de vento que os paravam, ou o contrário, excessivos que os ameaçavam.  Chegou a Lisboa, valeu-se da civilização, esteve com médicos, tomou mesinhas, aceitou pensos, sentou nos bancos da Universidade com sua tradição.  Chorava de saudades, "Não permitas Deus, que eu morra sem  que volte para lá".  Mais meses de retorno, com as mesmas vicissitudes, a ansiedade aumentando, o peito agitado, permanentemente sentado num banco. no tombadilho a descoberto, espreitando ã distância as práias de sua querida São Luiz.  Fragor de ondas, chuvas imprevisíveis, mar encapelado, foi a sua recepção;  terra ã vista, naufrágio também.  O comandante deu ordens de abandonar navio; todos se jogaram às águas bravias, e o poeta com seu estado enfermiço miserával, espiava a morte eminente que o encarava debochada.  Oh Deus, por que essa ira contra um ser com tanto amor!  como, Deus meu, explicar tamanha atrocidade a um homem com todos os tipos de impecilhos, mas de coração amorável para sua mãe e para a sua terra?  Nós não devemos questionar o Deus que cria, o Deus que tem mistérios, o Deus que toma o que deu, e como eu sempro digo, não qualifica as coisas, poi isso é dom dos humanos, não dÊle.  Morreu mais um poeta.  Qual morte a mais dolorosa?


Tenho Cara De Antigamente, Sou Do Tempo Em Que Acordeon Era Sanfona
DE AAC:  MEMORIALISTA E CONTISTA, NO ENVÓLUCRO MAIS COLORIDO

quinta-feira, 18 de julho de 2013


DEVANEIOS - DE HEBREUS

    Vou falar de Ester, de Mardoqueu, de Atarxerxes e de Eneas.  Era uma vez Ester, que tinha por tio e pai putativo a Mardoqueu, judeu ilustrado, desemxabido e abençoado por Iavé.  Mardoqueu protegia a sobrinha quando os fiscais do Rei Persa procuravam uma donzela que fosse linda para substituir Vasti, a truculenta e ameaçadora ex-primeira dama.  PROCURA DAQUI, PROCURA DALI. CUTUCA DAQUI. CUTUCA DALI, ACHO QUE COM MUITA MANHA E MUITA CONVERSA FIADA.  EU DIGO AGORA, EMULANDO MARCELO MENDES:  CORTA PRA MIM, CORRETO, LENTE NERVOSA.  SABE PORQUE EU SEI DESSE PACOTE MAL AMARRADO?, PORQUE EU ESTAVA LÁ, OUVIU PERCI?  DIZ-SE QUE ERA PLANO DE DEUS, MAS ACHO QUE TAMBÉM ERA PLANO DO TIO E DA SOBRINHA.  OS JUDEUS ESTAVAM AMEAÇADOS DE SEREM DEGOLADOS PELOS SOLDADOS PERSAS, SEM PODEREM SE DEFENDER, EM DATA MARCADA.  O TIO FOI CHAMADO À PRESENÇA DO REI E DESLINDOU UMA EMPREITADA PARA MATÁ-LO, DE UM GRUPO DE EUNUCOS.  TUDO FOI CONFIRMADO, O CAPÃO CAPADO E O PRIMEIRO MINISTRO ARRIBADO E ENFORCADO.  MARDOQUEU ASSUMIU A CHEFIA DO GOVERNO, TALEQUAL ACONTECERA COM JOSÉ DO EGITO RECEBEU ANEL-CARIMBO E DANOU-SE A CARIMBAR.  BAIXOU DECRETO AUTORIZANDO OS HEBREUS A SE DEFENDEREM COM ARMAS, COISA NUNCA VISTA.  ISTO FEITO, DARIO I, QUER DIZER, O MESMO REI, BEBUM COMO SEMPRE, NÃO ESTAVA NEM AI.  OS ESCRAVOS FORAM LIBERTOS E ENEAS, O COPEIRO, NA VERDADE, TAMBÉM EMINENTE SACERDOTE DO TEMPLO DE JERUSALEM. REUNIU SEUS ACÓLITOS E VOLTOU PARA LEVANTAR OS MUROS DE SUA CIDADE.  A RAINHA PERSA, ESTER COGNOMINOU O DIA DESSA FESTA DE PURIM, ATÉ OS DIAS DE HOJE.

    ENGRAÇADO É QUE TANTO EM PÉRSIA COMO EM BABILÔNIA, QUE ERA SUBORDINADA A DARIO, NEM TODOS OS HEBREUS QUISERAM VOLTAR.  ERAM MESMO INGRATOS E DESENRAIZADOS.  ENEAS REVITALIZOU OS LIVROS SAGRADOS, A TORÁ E O TALMUD EM LINGUA HEBRAICA, ENQUANTO NA TERRA DE NABUCO DONOSOR, O MESMO FENÖMENO, UMA PARTE MÍNIMA DESLOCOU-SE DE VOLTA, E COMO MESMO NO CATIVEIRO, ESTAVAM RECONDICIONANDO TAMBÉM O TALMUD, QUE É LIVRO SEMI-SACRO, APENAS COADJUTOR DA TORÁ, COM ASSUNTOS GERAIS DE VALOR CIVIL.  LÁ, ESSES ESCRAVOS FALAVAM O ARAMAICO.  PERDERAM A LINGUA E TAMBÉM A RAIZ.  AH, ESSES JUDEUS, ME CHAMAM MUITO A ATENÇÃO O DESAMOR A CANAÃ, PARA SEIS MIL ANOS DEPOIS VOLTAREM À PALESTINA REINVIDICANDO A PROMISSÃO ABRAÂMICA, CORRIDOS ISTO SIM DO HITLER. COMO SE FAZIA ATÉ UM DIA DESSES EM CINEMAS E TEATROS  AS MADAMES IAM FOFOCAR E COMER PIPOCA, DEIXAVAM UM LENCUNHO OU QUALQUER COISA EM CIMA DAS CADEIRAS E VOLTAVAM DEZ MINUTOS DEPOIS DE O ESPETÁCULO ESTAR FUNCIONANDO, PERTURBANDO A ORDEM E O SACO DOS CAVALHEIROS.  POSTA ESSA COISA NOS DEVIDOS TEMPOS, O DESPREZO E O MENOSCABO DESSES HEBREUS POR IAVÉ, É AVILTANTE E INSUPORTÁVEL.  TERIAM A PRETENSÃO DE DEIXAR O REI DOS EXÉRCITOS GUARDANDO LENÇOS EM CADEIRAS E VOLTAR NESSE TIQUINHO DE TEMPO, COM CARA DE PAU, COBRAR UMA COISITA DE ONTEM?  ARRE ÉGUA, TÔ IRRITADO, SE NÃO FOSSE VOCES ME SEGURANDO EU DAVA UNS PIPAROTES COM PORRETE, NA CABEÇA DOS PAUS DESSES PETISTAS.

    TERMINADA A EPOPÉIA, FICOU ENEAS E UNS POUCOS ASSISTENTES DE PEDREIRO REBOCANDO A GRANDE MURALHA DO TEMPLO;  MARDOQUEU E A ESTER REFESTELADOS NO PALÁCIO DO BI, QUE NEM QUERIA OUVIR A VOZ DO PASTOR MALAFAIA;  E EM BABILÔNIA, APRECIANDO NÍNIVE, DOS JARDINS SUSPENSOS, E PENSANDO EM DAR UM MERGULHO NO TIGRE, MAS COM MEDO DE SER COMIDO POR UMA BALEIA ASSASSINA  TODO MUNDO NU E OS ISRAELOS DANDO CHINELADA NOS MEIO-IRMÃOS, ARRANCANDO CHALE DA CABEÇA DE SEXAGENÁRIAS, E GAROTO ATREVIDO, COM QUIPÁ, CHUTANDO UM TRAZEIRO DE SESENTA ANOS DA MESMA MULHER RÍGIDA DE DOR MORAL.

Nenhum comentário:

Postar um comentário