quinta-feira, 20 de novembro de 2014

DEVANEIOS - DE MEMÓRIA E DISTRAÇÃO

Tenho Cara De Antigamente, Sou Do Tempo Em Que Para Conhecer O Dono Da Voz Tinha-Se Que Ler A Revista Do Rádio
PARA SE OUVIR A VOZ GORDA TEM-SE QUE RESPIRAR PELO UVIDO

DEVANEIOS - DE "MEMÓRIA"

    SIMPATIA é quase AMOR.  Questão de densidade..
    RISO e GARGALHADA. O mesmo.
    RAIVA e IRA.  Ainda o mesmo.
Terça-feira, 16 de julho de 2013
"MEMÓRIA

    Vamos memoriar a MALDADE.  Tempo: entre 41 e 44, entre meus seis ou nove anos, há setenta e dois anos atrás ou setenta e cinco.  Eu sou antigo e tenho cara de antigamente.  Sou do tempo em que mulher usava combinação e anágua.  Estou lembrando  o extenso campo do CAB (Colégio Americano Batista), na parte baixa, em seguida aos amplos prédios do Curso Primário, onde fui alfabetisado ao som do "God Bless América", que "bisurdo", pela Diretora Miss Cozzens, que mal falava o português. Depois da entrada, pelos formidäveis e altos portões de ferro, à direita, sob os sombreados ficus benjamim.lado a lado e em aclive suave, um fenômeno da natureza:  um galho da árvore da direita, encontra um obstáculo de outro galho da árvore da esquerda;  fundem-se, literalmente, e tornam-se uma unidade, a seiva de um, alimentando a seiva do outro.  ESMAGANDO OS FRUTINHOS MIL, ESTÉREIS, PEQUENINOS E INCOMÍVEIS, SOB OS PÉS, DESVIO-ME PARA A ESQUERDA.  UM ENORME E FRUTÍFERO PÉ DE SAPOTI, QUE A SEU VIZINHO CHAMÁVAMOS DE SAPOTA, COMO SE TIVESSE MACHO E FÊMEA DA MESMA ESPÉCIE.   ESTÁVAMOS EM FÉRIAS, MORÁVAMOS EM FRENTE AO COLÉGIO E ÉRAMOS FILHO DO PROFESSOR LÍVIO LINDOSO, DAI O PRIVILÉGIO DE DESFRUTAR DAQUELA BELÍSSIMA PAISAGEM.  E ESTÁVAMOS EM TRÊS.  NO SAPOTISEIRO, UMA PENCA DE FRUTOS E UMA PENCA DE MORCÊGOS FRUGÍVEROS, PENDURADOS PELOS PÉS, COMO É NATURAL, E MENOS EXIGENTES DE POUCA LUZ COMO ACONTECE COM SEUS PRIMOS VAMPIROS, QUE PREFEREM A ESCURIDÃO DAS FURNAS.  O NOSSO MOSQUETEIRO MALVADO, SACA DE SEU BADOQUE E MIRA NO GRUPO ADORMECIDO DAS CRIATURINHAS, NÃO HÁ COMO ERRAR;  ELES SE BARATINAM E EM VOLTEIOS TENTAM A FUGA, MAS A LUZ DO DIA OS PERTURBA;  UM DELES CAI EM RODOPIOS, VEZ QUE QERDEU O EQUILÍBRIO POR TER UMA DE SUAS ASAS SIDO VASADA PELA PEDRA DO MALVADO.  ESSE PEQUENO ENDIABRADO TRAZIA TUDO EM SEU EMBORNAL, A PEDRA QUE USOU, A ARMA QUE ATIROU, O LANCHE PARA EM BREVE E TUDO QUE ELE SABIA QUE SERIA REQUISITADO.  PORTANTO, CRIME PREMEDITADO.  ELE APANHOU O DESGRAÇADO MORCEGUINHO E PÔ-LO SOBRE O BANCO DE PEDRA BRANCA E FRIA, EM BAIXO DA ÁRVORE. O ANIMALZIMHO SILVAVA FINO E AGUDAMENTE E LUTAVA PELA VIDA AMEAÇADA.  COMO ME DOI ESSA MEMÓRIA POR VER-ME ENTRE OS TRÊS E APESAR DE NÃO LEMBRAR DE MINHA PARTICIPAÇÃO NESTE ATO DOLOROSO.  O TRISTE ANIMAL, DEITADO SOBRE AS COSTAS, COM AS ASAS ABERTAS, PARECIDAS COM A COBERTURA DE UM GUADA CHUVA PRETO, COM DOIS DOS MENINOS, UM NÃO SERIA EU?, CADA UM COM UM PAU DE PICOLÉ, SUGIGANDO-O NAS EXTREMIDADES, SOBRE O BANCO TRAIÇOEIRO. LlEMBRO-ME  DA CARINHA NEGRA DE CAPETA DO CONDENADO, OLHOS ENORMES COMO É COMUM NOS ANIMAIS NOTÍVAGOS, BRILHANTES, INQUIETOS COMO PEDINDO SOCORRO;  AS ORELHINHAS SALIENTES E DIMINUTAS, O NARIZINHO MOLHADO PRESSENTINDO A MORTE;  UMA BOQUINHA E LINGUA VERMELHAS E GRITANTES, EXPONDO AS FILEIRAS PERFEITAS DE DENTINHOS ALVOS E COLGATISADOS;  UM ROSTO, GENTE, UM ROSTO, EM MINIATURA, PARECENDO MESMO QUE TINHA ALMA E SUPLICAVA PELA VIDA;  O DRAMA ESTÁ VIRANDO TRAGÉDIA E VEMOS O ATOR PRINCIPAL DESSA MALDADE, MEXENDO EM SEU EMBORNAL, TIRANDO DE LÁ UMA GILETE DE LÄMINA AFIADA E CORTANTE, POSTA NA PARTE INFERIOR DO QUEIXO ANGELICALMENTE CONSTITUIDO, E DANDO UM CORTE VERTICAL ABRINDO AO CENTRO ATÉ A UNIÃO DOS PESINHOS; VIMOS O INTERIOR DO PEITO DO ANILMASINHO, VERMELHO MAS SEM SANGRAMENTO, O CORAÇÃO PULSANTE PROTEGIDO POR UMA COBERTURA EXTERNA E TRANSPARENTE;  O SENHOR MALVADO APALPOU-O COM OS DEDOS E APLICOU A LÄMINA, POR TRÁS, PELOS LADOS E PELA PARTE INFERIOR, EXTRAINDO-LHE A SEDE DE VIDA.  URRA, TAMANHA MALDADE NUMA CRIANÇA ENTRE SEIS E NOVE ANOS É DEMAIS PARA SE ENTENDER.  CADÊ A TERNURA, CADÊ A INOCÊNCIA?  APÓS O FATO, JOGOU O CORAÇÃOZINHO AO CHÃO SECO, ENTRE DOIS TUFOS DE GRAMA VERDE, FICOU POLVILHADO DE AREIA, ELE QUE ANTES ESTAVA TÃO PROTEGIDO, REGENDO A VIDA DE UMA CRIAÇÃO DE DEUS.

    DESSE QUADRO DEDUZO DUAS COISAS:  REALMENTE AS ALMAS NÃO TÊM DESCENDÊNCIA, ELAS VIVEM E SE AJUNTAM POR AFINIDADE, OU POR DESIGNAÇÃO SUPERIOR PARA SE SERVIREM, AS BOAS E AS MÁS.  A SEGUINTE DEDUÇÃO É A DE QUE , OS ANIMAIS QUE NÃO TÊM LIVRE ARBÍTRIO E VIVEM EXCLUSIVAMENTE ORIENTADOS PELOS CINCO SENTIDOS, TÊM ALMA, SIM SENHOR, SOMOS NÓS DEVEDORES DE RESPEITO À ELES, E UM DIA ESSAS ALMAS IRÃO ANIMAR UM CORPO HUMANO.  CREIAM NISSO E TREINEM SUA TERNURA COM ELES, NOSSOS PRÓXIMOS IRMÃOS.

quinta-feira, 18 de julho de 2013


DEVANEIOS - DISTRAÇÃO

DO BEM E DO MAL
    As qualificações adjetivas acima, pertencem à nós;  todos os atos que independem de nós, são Divinos.  Se alguma coisa que nós qualificamos de má tiver que acontecer, para sacramentar a Lei Natural do "À cada ação corresponde uma reação", tem sim, origem no Divino e são chamadas de Äçoites de Deus".  Ele, na sua misericórdia permite que almas de baixa qualidade exerçam essas ações, poupando as almas de boa índole.  Ainda, pela mesma misericórdia, cada alma penitente, jamais retroage do patamar anterior, e sempre vai depender dela mesmo, em acionar sua vontade, para elevar-se que seja, um degrau acima, para habitar numa das moradas que o Pai tem, até como todos os seus filhos, faça a viagem de retorno ao Grande Espírito, de onde saiu.



    Não há repulsão, Deus não abandona seus filhos, todos serão absorvidos ã eteridade do Criador.  Às vezes, almas novas, incautas como crianças, cometem faltas, e adultos desprovidos de sensibilidade e coimados de fundamentalismos pagãos, em nome de Jesus, dificultam o rito de passagem desses pequenos irmãos, até mesmo, ao falecimento real de sua empresa.  Deus cobrará o devido preço a cada um, pelos seus atos, que terão a reação apropriada, poi é a Lei.  

    Não aperte, não afrouxe, deixe seu bom senso navegar e no equilíbrio das balanças, num bom porto aportará.  Não se apropie  dos valores de Deus, como se fossem seus.  Em alguma ocasião, por conta desse fanico de perfeição de santo, deixa-se de atender a um anjo que lhe bate a porta, por este se parecer com um filho seu.  Deus não segura uma brisa branda quando ela faz redemoinho numa porção ínfima de areia, nem quando ela já é vento, quando balança fortemente as árvores, sobe ao céu, deflagra a chuva, trás aguaceiro torrencial, ameaça os barqueiros, os navegantes em grandes barcos, vira tornado, suga as águas do mar, apavora, vai de drama a tragédia, nem permite que se contabilize os mortos, depois se apacenta, se tranquiliza, volta ao normal, desconstroi toda a mazela sem pedir desculpas, e novamente é uma branda brisa.  Tudo isso é mal, é bom? é o poder de Deus, é a sua vontade, por isso é necessário mesmo quando se não entenda, e é proibido  questionar o Pai.  O ser bom ou ser mal é qualidade do humano louco pra ser Deus.

HUMOR

    Um jangadeiro cearense com o filho garoto em mar distante da costa.  Tinha ele um chapéu de palha de coco bem apertado na cabeçorra e abas longas, longuíssimas, em círculo, para uso em necessidade.  Puxa o cigarro de palha, amassa em rodilho e cola na boca com a saliva preta.  Pega o "fosco", último na caixa, e o filho fala:  cuidado pai, olha o vento.  O velho levanta só os olhos, pro filho, e diz:  "Apoi Fum".  Filho ingrato, desmerecido.  Assim foi e assim é, entrou por uma perna de pinto, saiu por uma perna de pato, senhor rei mandou dizer que conte quatro.


























Nenhum comentário:

Postar um comentário