segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

DEVANEIOS - DE TEMPO DOS AGÁS (271216)

Tenho Cara De Antigamente, Quando Em Criança Se Cantava
D. ANGÉLICA, MULHER ANÊMICA, MORREU DE CÓLICA, DOR DE BASÍLICA
O Autor Dessas Infâmias

(Obs.  A história abaixo tem o crédito de seus autores, nominados)
Canta: Trio Parada Dura

sábado, 27 de fevereiro de 2016


DEVANEIOS - DE TEMPO DOS AGÁS

Tenho Cara De Antigamente, Quando PHarmácia E PHotógrafo Eram Com Agás
TEMPOS DE ANTIGAMENTE

Perfume De Gardênia

Agora vocês podem confundir Pirilampo com Vagalume.  Ruim é quando qualquer coisa se acaba antes de começar.  Diz o ditado que um pai trata dez filhos, mas dez filhos não tratam  um pai.  E ai começa a ingratidão.  Teddy Vieira e Diogo Mulero são os autores dessa denúncia.  Na cadeia de Pai, Filho e Neto fico mais crente na explicação Kardecista de que o sangue gera  sangue, mas  Espírito não gera Espírito, estes se unem por afinidade.  Denúncia feita com o título musical de "Couro de Boi".  História de uma maldade macha, do tamanho de uma bombona de água no cambito d'um jegue.

Um filhinho de oito anos que adorava o pai.  Uma mãe maldita que mandava no marido.  "Ou ele, ou eu", eis o veredito.  O frouxo e ingrato curtidor de couro procura quem cuidou dele até ali, estende a mão  e na mão um couro de boi curtido, pra que o pai curtisse o frio das noites no relento de um luar, nas paradas da vida porteira à fora, donde desse de parar.  Sai o Vô cambaleante, com a garganta embargada e os olhos lacrimejantes, envergonhado por ser bom.  Corre o Neto sem entender, puxa a barra do paletó do Avô querido, pedindo metade do couro que levava.

Embaraçado, o homem corta ao meio aquela mortalha e sem pergunta a entrega num abraço comovido e forte, ao neto.  Ambos partem em sentido contrário.  O pai malvado inquire o filho inocente sobre o que  era aquela peça que ele tão conhece.  O inocente responde que um dia vai crescer, e vai casar, e que ele irá ficar velho e quererá se abrigar, e vai que os dois não se entendam e ele lhe presenteará com aquele couro de boi pra nas noites se enrolar.  O Pai, tocado, sai em busca do avô e recebe a notícia num posto à gás que alguém assim morrera na noite anterior, sobre um couro.

Erige no solo santo um suntuoso mausoléu, quando percebe uma Teofania e vê o vulto combalido do seu pai.  Se ajoelha, pede perdão e o bom pai chorando o abraça e diz:  Jamais desprezaria um filho naquela comoção.  Concluo:  Quem é bom, continua bom.  Quem vacilou, tem ainda alguma chance de também ser bom.  E então, esse filho envergonhado, com a pressa da solidão, recolhe o manto que agasalhou o pai e volta para o neto que ficou atrás para juntar as duas partes de um couro de boi santificado.  Mãe é sempre boa, mas às vezes um pai é bem melhor.

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