Tenho Cara De Antigamente, Quando Em Criança Se Cantava
D. ANGÉLICA, MULHER ANÊMICA, MORREU DE CÓLICA, DOR DE BASÍLICA
O Autor Dessas Infâmias
(Obs. A história abaixo tem o crédito de seus autores, nominados)
Canta: Trio Parada Dura
sábado, 27 de fevereiro de 2016
DEVANEIOS - DE TEMPO DOS AGÁS
Tenho Cara De Antigamente, Quando PHarmácia E PHotógrafo Eram Com Agás
TEMPOS DE ANTIGAMENTE
Perfume De Gardênia
Agora vocês podem confundir Pirilampo com Vagalume. Ruim é quando qualquer coisa se acaba antes de começar. Diz o ditado que um pai trata dez filhos, mas dez filhos não tratam um pai. E ai começa a ingratidão. Teddy Vieira e Diogo Mulero são os autores dessa denúncia. Na cadeia de Pai, Filho e Neto fico mais crente na explicação Kardecista de que o sangue gera sangue, mas Espírito não gera Espírito, estes se unem por afinidade. Denúncia feita com o título musical de "Couro de Boi". História de uma maldade macha, do tamanho de uma bombona de água no cambito d'um jegue.
Um filhinho de oito anos que adorava o pai. Uma mãe maldita que mandava no marido. "Ou ele, ou eu", eis o veredito. O frouxo e ingrato curtidor de couro procura quem cuidou dele até ali, estende a mão e na mão um couro de boi curtido, pra que o pai curtisse o frio das noites no relento de um luar, nas paradas da vida porteira à fora, donde desse de parar. Sai o Vô cambaleante, com a garganta embargada e os olhos lacrimejantes, envergonhado por ser bom. Corre o Neto sem entender, puxa a barra do paletó do Avô querido, pedindo metade do couro que levava.
Embaraçado, o homem corta ao meio aquela mortalha e sem pergunta a entrega num abraço comovido e forte, ao neto. Ambos partem em sentido contrário. O pai malvado inquire o filho inocente sobre o que era aquela peça que ele tão conhece. O inocente responde que um dia vai crescer, e vai casar, e que ele irá ficar velho e quererá se abrigar, e vai que os dois não se entendam e ele lhe presenteará com aquele couro de boi pra nas noites se enrolar. O Pai, tocado, sai em busca do avô e recebe a notícia num posto à gás que alguém assim morrera na noite anterior, sobre um couro.
Erige no solo santo um suntuoso mausoléu, quando percebe uma Teofania e vê o vulto combalido do seu pai. Se ajoelha, pede perdão e o bom pai chorando o abraça e diz: Jamais desprezaria um filho naquela comoção. Concluo: Quem é bom, continua bom. Quem vacilou, tem ainda alguma chance de também ser bom. E então, esse filho envergonhado, com a pressa da solidão, recolhe o manto que agasalhou o pai e volta para o neto que ficou atrás para juntar as duas partes de um couro de boi santificado. Mãe é sempre boa, mas às vezes um pai é bem melhor.
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