Tenho Cara De Antigamente, Sou Do Tempo Em Que Calendas Gregas Eram o Dia Do São Nunca_
EU TIVE UM PESADELO ENQUANTO IM PASTOR NEGRO-AMERICANO TEVE UM SONHO
1979-Belém-Pa-d. Lourdes-edelvio e Glauce
Sogra, Genro e Filha
Memórias de 1940/1944, neste período entre os seis e os dez anos em Guarabira-PB. Minha avó materna, mãe-Nascinha, nos recebia com um quarto grande e úmido em sua casa, que guardava frutas, onde até as bananas cheiravam fortemente. Essa lembrança parece carimbo duro em miolo mole, tamnho o cheiro, a cor e o clima imantados. Nosso vizinho, Sr. Firmino, um homem de cabelos brancos na sua atividade rústica de receber aos sábados em sua cocheira quantos cavalos, burros e jumentos chegassem, como gerente para banhar e alimentar seus inquilinos. Eu passeava empostado pelo respeito recebido, entre os animais amigos, sob o cheiro pra mim maravilhoso, de fezes e urina de herbíveros alimentados à capim e milho. Como nobre visitante, podia circular por onde quisesse e simular com meu adjutório. Lavava cavalos onde minha mão de inocente não passava da barrigueira. Já que não alcançava aaltura de um animal desse porte, observava a postura do embornal, um saco até à metade de milho, com duas alças por trás das orelhas que não o deixava cair. Eu apenas espremia com as mãos o fundo da sacola para sentir o reclamo do milho incomodado.
Arrodeava a cocheira e entrava num grande quarto onde estavam selas de couro, cangaços de palha, arreios vários e até chapéus e eu escolhia o assento que quisesse e rodopiava sobre a cabeça o chicote que eu zumbia, e a mente trabalhava e companhia não me fazia falta. Alfredo, o serviçal do Seu Firmino com um burro encangalhado e quatro latas vazias de querozene, grandes, duas de cada lado, me chamava e iamos ao rio buscar água que ele vendia na volta, para quem não tinha cacimba. Eu viajava encarapitado no cimo dos aparatos e com os pés sobre as latas, sem firmar-me nelas. Assistia a tudo, observava tudo e gravava tudo e hoje, mais de setenta depois dou à vocês essa história cheirando a nova.
"Você é como água de cacimba, limpa, doce, saborosa, todo mundo quer beber", do cancioneiro de Nando Cordel, filho de Ipojuca mas egresso de Ponte dos Carvalhos, entre Recife e Cabo de Santo Agostinho.
Quem podia tinha uma vaca com bezerro no fundo da casa, era o santo leite que axigia isso como medida sanitária. Essa vaca só vivia deitada, à meu ver, e lá vái o menino da cidade grande com segundas inteções; Me baixei, isso eu fiz, mas, parece era pouco ato para aquela vaca; era uma vaca mesmo. Tentei fazer o que um bezerro faz mas a louca se eriçou; parece que é besta; segurei-lhe o peito com firmeza e com firmaza ela meteu-me o pé sem sequer levantar-se. Foi a glória dela e a minha maior vergonha; cai sentado num lençol de merda verde, mas o pior foi o meu choro; meu choro? meu berro; e eu não queria berrar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário