terça-feira, 20 de janeiro de 2015

DEVANEIOS - DE RESPEITO À AVÓ NA PESSOA DO NETO

Tenho Cara De Antigamente, Sou Do Tempo Em Que Calendas Gregas Eram o Dia Do São Nunca_
EU TIVE UM PESADELO ENQUANTO IM PASTOR NEGRO-AMERICANO TEVE UM SONHO
1979-Belém-Pa-d. Lourdes-edelvio e Glauce
Sogra, Genro e Filha

Memórias de 1940/1944, neste período entre os seis e os dez anos em Guarabira-PB.  Minha avó materna, mãe-Nascinha, nos recebia com um quarto grande e úmido em sua casa, que guardava frutas, onde até as bananas cheiravam fortemente.  Essa lembrança parece  carimbo duro em miolo mole, tamnho o cheiro, a cor e o clima imantados.  Nosso vizinho, Sr. Firmino, um homem de cabelos brancos na sua atividade rústica de receber aos sábados em sua cocheira quantos cavalos, burros e jumentos chegassem, como gerente para banhar e alimentar seus inquilinos.  Eu passeava empostado pelo respeito recebido, entre os animais amigos, sob o cheiro pra mim maravilhoso, de fezes e urina de herbíveros alimentados à capim e milho.  Como nobre visitante, podia circular por onde quisesse e simular com meu adjutório.  Lavava   cavalos onde minha mão de inocente não passava da barrigueira.  Já que não alcançava aaltura de um animal desse porte, observava a postura do embornal, um saco até à metade de milho, com duas alças por trás das orelhas que não o deixava cair.  Eu apenas espremia com as mãos o fundo da sacola para sentir o reclamo do milho incomodado.

Arrodeava a cocheira e entrava num grande quarto onde estavam selas de couro, cangaços de palha, arreios vários e até chapéus e eu escolhia o assento que quisesse e rodopiava sobre a cabeça o chicote que eu zumbia, e a mente trabalhava e companhia não me fazia falta.  Alfredo, o serviçal do Seu Firmino com um burro encangalhado e quatro latas vazias de querozene, grandes, duas de cada lado, me chamava e iamos ao rio buscar água que ele vendia na volta, para quem não tinha cacimba.  Eu viajava encarapitado no cimo dos aparatos e com os pés sobre as latas, sem firmar-me nelas.  Assistia a tudo, observava tudo e gravava tudo e hoje, mais de setenta depois dou à vocês essa história cheirando a nova.  

"Você é como água de cacimba, limpa, doce, saborosa, todo mundo quer beber", do cancioneiro de Nando Cordel, filho de Ipojuca mas egresso de Ponte dos Carvalhos, entre Recife e Cabo de Santo Agostinho.  

Quem podia tinha uma vaca com bezerro no fundo da casa,  era o santo leite que axigia isso como medida sanitária.  Essa vaca só vivia deitada, à meu ver, e lá vái o menino da cidade grande com segundas inteções;  Me baixei, isso eu fiz, mas, parece era pouco ato para aquela vaca;  era uma vaca mesmo.  Tentei fazer o que um bezerro faz mas a louca se eriçou;  parece que é besta;  segurei-lhe o peito com firmeza e com firmaza ela meteu-me o pé sem sequer levantar-se.  Foi a glória dela e a minha maior vergonha;  cai sentado num lençol de merda verde, mas o pior foi o meu choro;  meu choro?  meu berro;  e eu não queria berrar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário