quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

DEVANEIOS - DE O TEMPO

Tenho Cara De Antigamente, Quando Exalar Era Coisa Que Só Podia Ser Captada Pelo Olfato
                   DE VIETNÃ, CUBA E CHINA SÓ FICOU O CHEIRO DO COMUNISMO

Cronus Castra Coelus

Numa linguagem figurada a exalação pode figurar algo concreto.  O tempo é abstrato mas não pode ser captado pelo olfato.  O que é o tempo?  É o espaço entre o agora e o daqui-a-pouco.  Também pode ser a distância entre o ontem e o amanhã.  Obrigatoriamente cabe em uma medição.  Ao contrário do que se pensa ele não é móbil;  é paradão, e as circunstâncias é que se movem ao seu redor.  Nós, é que, para facilitar a compreensão de qualquer coisa, sempre precisamos personificá-la.  Mas, como criar um personagem para configurar o tempo?  Divinificando-o.

Pois então foi o que fizeram os gregos, inventando a divindade chamada Cronus, que tinha uma aparência rotunda com um pequeno ventre saliente e ficava nas trilhas dos campos em distâncias que ele mesmo gerenciava, com seu poder multiplicador.  Sempre de braços cruzados e parecendo mal humorado, porém de olhos espertos observando a mudança no corpo dos humanos que começavam a envelhecer a partir do momento em que eram entregues à luz.  Ele não participava nestas mudanças, apenas as notificava.  E quem inventou essa história de que o tempo está passando?

Os linguarudos, pra falar mal do Tempo.  Urano ou Coelos depois da castração promovida pelo filho Cronus, impotente perdeu também o poder e foi internado no Tártaro.  Cronus subiu ao Olimpo e receoso de ter o mesmo destino do pai começou a fazer o mesmo que ele, comendo os filhos que nasciam:  Os segundos, minutos, dias, semanas, quinzenas, meses anos etc...  Novamente a mãe pede socorro aos filhos, novamente outro caçula invoca os Titâs irmãos, os Hades, Netuno e se juntam ao Zeus e expulsam o pai do trono, encarcerando-o também no mesmo Tártaro.

Assim, as mitologias das várias gerações vão sendo imitadas no decorrer da vida, com pequenas alterações tanto como adaptações diante de cada modernismo aparecente.  Zeus apronta todas, o céu se aparta da terra que limita os lugares das águas e tudo é envolvido pelo Éter.  Estamos agora num planeta que respeita o tempo que não é mais o Cronus mas tem a sua cadência.  É-se criança,  torna-se adulto, entra-se na senilidade e volta-se para o etéreo.  É-se dependente, brinca-se, trabalha-se, envelhece-se e se fenece.





Nenhum comentário:

Postar um comentário