sábado, 26 de novembro de 2016

DEVANEIOS - DE CAPUNGA (1)

Tenho Cara De Antigamente, Quando Regurgito Reminiscências dos 40
DOS 6 AOS 11 ANOS
1952-edélvio aos 17 a.-Esuqrda Mão No Quadril
Igreja Batista De Olinda


sexta-feira, 7 de fevereiro de 201


DEVANEIOS - DE CAPUNGA (1 E 2), DE PINGALHO E DE PENTALUGARES - 089 (26/27/280913) (270914) (160616)

Quinta feira, 26 de setembro de 2013DE

 DE CAPUNGA (1)
DEVANEIOS
Eedélvio Coelho Lindoso

    Parque Amorim, 1501, Recife-PE, em 1943.  Meus nove anos.  Casarão enorme.  Hoje, sob o Hospital da Restauração.  Entre nós e o portão magnífico pela altura, do Colégio Americano Batista, entrada para as acomodações do Curso Primário até o Curso de Admissão ao Ginásio, estava o saudoso Tabuleiro da Baiana, um triângulo circulado pelos três lados, por bondes e ônibus elétricos chamados REO.  Lá haviam três quiosques:  um para balas e chocolates, onde em cada tablete havia uma estampa com um avião diferente, com todas as informações sobre eles.  Eu ficava feliz quando meu amigo Manoel tirava uma duplicata, porque ai eu podia fazer o meu álbum.  Outro pra cigarros e charutos, atendido por Antônio, aluno particular de alfabetização de minha prima querida, Dala.  E o terceiro para geladas, a de coco. a preferida, gerida pelo meu amigo Pinguim, onde eu entrava e saia à vontade,  e também atendia os fregueses.  Era guerra, e além dos reclames pregados em qualquer pedaço de parede, o incrível poder de propaganda anti-japonês, onde aparecia aquela cara redonda e dentuça com olhinhos pequenos e dentro deles a Suástica Alemã.  Ouvia-se no rádio "Todo o magro quer engordar, todo gordo que emagrecer, para o gordo não tem que fazer, para o magro, Biscoito Pilar".  O picolezeiro com sua caixa quadrada e o seu anonimato, por que nem sei se tinha nome, pois mais venderia, se mais tivesse.  Levava tempo para eu poder, mas quando tinha, me regalava com aquele picolé.

    No meu casarão havia escadas na construção sob as janelas, por que aquele espaço parecia um porão.  Ao lado, atravessando a rua Joaquim Nabuco, e da mesma forma, olhando para o CAB, a Igreja da CAPUNGA, de onde algumas vezes alguém ia se queixar de mim ao meu Pai, o Pr. Lívio Lindoso, e me traziam a contra-gosto, e eu era posto sentado numa cadeira de espaldar altíssimo, até dormir de cansaço e dores.  Só hoje eu entendo por que me chamavam de menino impossível;  queriam dizer, impulsivo.  E o fato de os castigos que meu pai aplicava, perdiam-se no tempo, que nunca encontrava o seu "T".  Eu acho hoje que é por que ele, órfão aos cinco anos, nunca teve um espelho para a paternidade.  Eu o perdôo.  A orfandade tão cedo, privou-o pelo tempo inteiro, de conhecer aconchego de Pai e de Mãe.

 

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