sexta-feira, 15 de abril de 2016

DEVANEIOS - DE "FOR ALL" 2, 3, 4. (150414)Guerra

Tenho Cara De Antigamente, Quando Acabada A Guerra, As Marcas Da Rutura Dos Valores
CULTURAIS BRASILEIROS  AQUI FICARAM
qualquer fração do texto que esteja inelegível, dê dois toque leves sobre o mesmo

Saturno (Cronus) Capando Urano (Céu)

terça-feira, 15 de abril de 2014


DEVANEIOS -DE FOR ALL - COM JOSÉ WILKER (2)

FOR ALL - O TRAMPOLIM PARA A VITÓRIA
Anteriormente, discorri sobre esse tema a partir do filme acima;  agora componho uma memória dos mesmos fatos vistos por mim aos nove anos de idade, em Recife.  A mesma referência à "sopa" (ônibus) citado em Natal, eu vi em Olinda, no baixo da rua do Amparo, quase ao romper do dia, quando os que esperavam a saída desse transporte, tomavam a sopa quente que deu nome ao veiculo.  Era uma peça grande com uma única porta de entrada e por fora, atrás, uma escada colada que subia até o teto todo murado com esteios de ferro para as bagagens dos passageiros.  Nada romântico.

Era guerra e no entardecer, já aprendêramos a nova palavra(blecaute), que era todas as lâmpadas das praças e dos postes voltados para o mar, estas eram pintadas de preto.  Isto dito, vamos para as mudanças verdadeiras e chamativas;  o mundão de marinheiros americanos que inundaram o Recife;  não haviam soldados, como em Natal.  A farda branca e aquela cobertura sujas, por se sentarem no chão, bêbedos e mariscados de batom, que era a marca do carnaval, na terra.  Eles eram atrevidos e soberbos como se fossem seres superiores invadindo uma província subalterna.  Não sei se desciam à pé ou de ônibus, ou de bonde, se do Savoy, (bar em calçada), passando para a rua do Hospício, Faculdade de Direito, Soledade, Parque Amorim onde morávamos, e num sábado à noite entraram de roldão no Clube Português onde havia um baile de formatura  de universitários em traja de gala.  Os estudantes e os convidados os enfrentaram em demasiada desigualdade física, e de nossa casa ouvíamos o charivari.  Devemos ressaltar a modernidade e o poder desse pa]is coator.  Seus vasos de guerra eram muitos , ancorados no porto após a Ponte Velha, em plena zona de prostituição.  Levavam consigo bandas de música para os "For Wall", como policiais, marinheiros parrudos com uma faixa no braço com a sigla "MP" e desembarcava "jeeps" e iam ao encontro de seus meninos enfezados.  Era de supor que tinham prisões nos navios (?) mas nunca consegui entender  como 5 "PMs" podiam carregar, um que fosse , e em que espaço!  Eis o mistério.





Antes, perambulou pela ONU como tradutora.  Fez o mesmo percurso que um ancestral seu, Artur Coelho, nordestino embarcado pros "States" como tradutor e fazedor de legendas dos filmes da Paramont.  Notaram a profusão de siglas, nesse texto?, novo invento abrasileirado.

Como isto está ficando longo, vos prometo um terceiro "round"

terça-feira, 15 de abril de 2014


DEVANEIOS - DE FOR ALL - COM JOSÉ WILKER (3)

FOR ALL - O TRAMPOLIM DA VITÓRIA
O Brasil  era dominado por galicismos copiados da Cidade Luz, depois que esta foi salva à duros custos e graças à entrada dos "states" de fato na guerra, lutando em duas frentes:  no Pacífico, a partir de "pearl harbor" que é o mesmo Havaí, território norte-americano assaltado pelos nipons e diretamente da Inglaterra, com ela e parte do exército francês lá instalado sob o comando de De Gaulle, fugido de seu território quando da invasão alemã.  Ai de fato começou a colonização ianque.

Se não estivéssemos sob ditadura e essa ditadura não estivesse sob Vargas, presumo que seriamos americanizados.  Sete entre dez missionários eram maçons;  em Santa Bárbara do Oeste, SP, o primeiro pastor brasileiro foi ungido no salão de uma Loja, porque não ítínhamos templo próprio;  Todo missionário americano tinha dupla formação:  a religiosa e outra liberal qualquer;  a bíblia numa mão e um microscópio ou macroscópio na outra e assim por diante;  mas, a  escolhida era a educação instalada em amplas áreas imobiliárias, de tamanho ás vezes semelhando um bairro.  Dólares não faltavam. Fui alfabetizado ao som do "God Bless América", "is not mole".  A miss Cozzens despudoradamente abria uma caixa retangular preta, tirava um pescoço  desengonçado pra fora, aplicava umas voltas na manicaca e a gurizada se  esgoelava repetindo o que ouvia, mas o Pai dos Pobres e ditador Gegê não ouvia nem sabia nada disso.  Eu tinha seis anos e era o meu primeiro ano de estudo, o primário.  Num determinado mês havia uma tal de exposição e nós brasileiros, judeus e libaneses que havíamos muitos, montávamos toda a variedade de tabas indígenas, desde os apaches até os sioux, navajos, comanches, cheyennes e lá vai...  Quantas seitas protestantes, não sei, mas tinha para todos os gostos..  Aprendemos o que era "merchandising", "todo magro quer engordar, todo gordo que emagrecer, para o gordo não tem que fazer, para o magro biscoito Pilar".  É mole ou quer mais?   Figurinhas como as da Copa, agora, mas do tamanho retangular do chocolate vetor e com o retrato de todos os tipos de aviões americanos e seus nomes;  iam-nos envenenando com tamanha admiração pelas coisas que não tínhamos.  Em todas as paredes dos três quiosques  do tabuleiro da baiana em frente ao CAB, cartazes com caras feias de nipos com olhinhos espremidos e dentro deles a suástica alemã.  Eram bambas na sedução.  Lembro apenas duas revistas em quadrinhos:  O Globo e Guri, mas os super-heróis, todos americanos, com escudos ou capas com a bandeira eram uma obra de arte no poder corrosivo de colonizar sentimentos;  Palmas por até isso ser inventado e usado por eles para assegurar seus futuros vassalos.  Capitão América, olha o nome usurpado de todo o continente;  Capitão Marvel, Homem Morcego, Homem Submarino, Tocha Humana, O Fantasma, Super-Homem.!  Era um sem fim de super- deuses, nenhum brasileiro.  Eu delirava e não tinha dinheiro, era abastecido por Maurício semanalmente, devolvendo uma revista e pegando outra.  Me abismava os desenhos, o delineio da anatomia muscular dos heróis;  de baixo pra cima, de cima pra baixo com um rosto em frente, em perfil, em meio dos dois;  eu os olhava e tentava decorar, tentava copiá-los, não levava jeito, até hoje.  Depois elas vieram em cores;  Cristopher, aportuguezado como Cristóvão, colega americano da minha idade, filho de missionário americano, me mostrava sua coleção em inglês e colorida e eu me alimentava só com as figuras, os balões eu não sabia ler.  Assistia em sua casa a confecção da árvore de natal, tal e qual eu via vez ou outra no cinema, igualzinho.  Assim ó, de marinheiros americanos e na sua casa um bau enorme e preto repleto de cigarros cheirosíssimos;  Look Strick com frações em vermelho vivo era o que mais me atraia, Chesterfield e o mais popular, Camel.  A fartura desses gringos era inacabável.  Esses cigarros eram os marinheiros que traziam e jogavam ali, e o seu Estado não contabilizava isso.  Um dia fomos eu e o Cristóvão, irmão da Tame, mais velho que ele, para o pomar do CAB, ao lado do campo de basquete e em baixo do refeitório dos internos.  Tinha lá goiabas vermelhas e brancas, abacates, mangas rosa, espada e comum, carambola e tudo mais;  trepados nas árvores cada um com um Look Strick na boca.  Tra-la-la, fui embora, bem pertinho de casa e meu pai que nunca estava, naquele dia estava;  sentiu o cheiro do cigarro, pra mim tão gostoso, mas não pra ele;  mandou-me bafejar;  não gostou;  exigiu-me a confissão e eu crente em Deus, confessei.  Ele, pastor ungido sapecou-me tantas pancadas com palmatória de esfregar casimira que  não tinha sensibilidade para quando estivesse na hora de parar.  Eu, sempre pensador, me perguntava porque crente brasileiro não podia  e crente americano podia fazer certas coisas, Eles iam pro céu com cheiro de cigarro e tudo e eu, palmateado, com a boca escovada ia passear no inferno.

ESTÁ DE MAIS  ESTE PROSEAR;  ACHO QUE VOU PARA O (4), PRA TERMINAR A GUERRA
Escrevam no Google ""For All - O Trampolim da Vitõria (1977) e assistam o filme

quarta-feira, 16 de abril de 2014


DEVANEIOS -DE FOR ALL - COM JOSÉ WILKER (4)

FOR ALL - O TRAMPOLIM DA VITÓRIA (4)
Mais ferramentas de sedução para um colonato de sucesso.  A literatura em revistas e em livros.  Quem não leu, naquela época, a "seleções" de Reader Digest?  Mais louvor para a inventividade americana, em ocupar um espaço jamais percebido por nós e quiçá o mundo inteiro.  Revista curta, historietas curtas, bem encadenadas, inteligíveis e interessantes.

 Eu lia:  na França ocupada pelos alemães e comandada pelo general Petain, colaboracionista, de quem meu pai dizia "pé tem, cabeça não", os resistentes, no campo agrícola, vendo os paraquedistas lançados passarem com seus equipamentos às costas, e lá o rolo de papel higiênico, e no capacete circundado por uma rede, nela os Look Strick ou chesterfield, e o também o inseparável chiclets, que nós colonizáveis chamávamos chicles.  Quero dizer que nessa literatura prendia nossa atenção em coisas de nós desconhecidas e de profundo ímã de louvação.  Ofereciam e nós assinávamos livros-romances, quatro em um, com uma capacidade de condensação da história, formidável e funcional, sem prejudicar o entendimento de quem lia e despertar um possível desinteresse.  Essas coisas aconteciam e passados setenta anos delas enho em minha biblioteca muitos desses livros,  as revistas, não tenho mais.  Essas duas ferramentas mais a nova seita eram eficazes para o trabalho de sedução.

Nada era dscartável para consolidar a submisão louvatícia do assediado, até a goma de mascar em forma de tira, seu cheiro e estalido eram por nós venerados.

Assistam o filme "For All - O Trampolim da Vitória (1977), registrando esse nome no Google 




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