segunda-feira, 25 de abril de 2016

DEVANEIOS - DE LUZES QUE MORREM

Tenho Cara De Antigamente, Quando Pavios, Mechas E Filamentos Se Apagavam
A ESCURIDÃO ERA A MARCA DA MORTE

Caixa De Pandora

O fósforo queimado, o pavio da vela afogado no espermacete, a mecha de um lampião divorciada do seu combustível e o filamento das lâmpadas antigas, partidos, não produzem luz, denotam a escuridão como sinal de morte e têm em comum a contorção como sinal de dor e fim.  O primeiro caso já foi expressão de desprezo por um amor rompido.  No segundo, a sensação de adeus perene.  Os outros dois denotam a morte por fome e o assassinato pela rutura bruta e terminal.  A distância da vida em objetos nos lembra a finitude de tudo que nos concerne.  

Mais uma vez os extremos e controversos, a vida e a morte, o começo e o fim.  Lei geral, lei universal.  O confronto entre a leviandade do viver e a paz do desconhecido que só existe no nosso desejo, sem nos dar certeza de sua existência real ou virtual.  Se a nossa alma se espiritualiza, se tem vida eterna ela não tomba, não se contrai, ela É.  Ponto e pronto.  Não entraremos num parnaso fazendo poesia de tudo,  não ficaremos vestidos de música mas teremos labor santificante, construindo o cansaço  para fazer jus a um descanso de anjo.

Lá, em uma das moradas do Pai espero ter meu pavio com luz, ou ser um fósforo brilhante com lampejos, ou uma mecha encharcada de combustão que clareie o ambiente, ou então um filamento apenas aparentemente frágil mas com energia luminescente para a alegria do todo.  Sonhar não é pecado mas tem-se que estar atento para absorver as graças que nos advenham, na hora em que vierem.  Vamos, gente.  Vamos usufruir das luzes que dignificam o fosforecer dos astros e nos mostrar como filhos eleitos para a herança de Deus.

Luz e escuro.  Começo e fim.  Branco e preto.  Crente e descrente.  O ir e o Vir.  O nascente e o morrente.  Ele e ela.  Eu vou e ela está chegando.  Eu mando e você obedece.  Quem muito fala, muito erra.  Quem diz o quer escuta o que não quer.  O dia do muito é a véspera do nada.  Quem muito quer, nada tem.  Quem muito pisca, nada pesca.  A saudade quando envelhece é esquecida.  O amor é volátil e não suporta ausência.  Não confunda pinto com cinto nem tênis com pênis;  Nem baralho com jogo de carta.  Qual o melhor!  Anjo com asa ou anjo com espada!!!


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