quinta-feira, 14 de agosto de 2014

DEVANEIOS - DE DÚVIDAS (140814)

Tenho Cara De Antigamente, Sou Do Tempo Em Que Após O Ginásio Se Escolhia Entre Clãssico e Científico
VIVER É UM HÁBITO
Palestininho, Futuro Miliciano

Nós comandamos a vida ou a vida nos comanda?  Ontem estava feliz com a escolha do Eduardo, moço pré-cinquenta, com linda família, com currículo brilhante e sem mácula, incomum em políticos, e repentinamente a vida nos arrebata um sonho.  

Assisto impotente o massacre arrebatador de vidas no atacado numa faixa de trezentos e sessenta quilômetros, de um povo pobre, tolo quando recebeu em seu meio antigos parentes, ladinos, verdadeiros cânceres ambulantes.  É uma vida inócua, sob outra vida maligna, sob ainda uma terceira vida com o título de primeira, num "imbróglio";  o mandante, o mandado e a vítima, alimento final na cadeia.

E então, temos um comando ou a vida se comanda só?  Morremos de morte morrida ou de morte matada?  É verdade que um manda e outro obedece?  É verdade que três interrogações sempre pede uma quarta?  Por quê os humanos, primeiro na cadeia da criação é tão inconfiável?  Por quê a alta inteligência  sempre anda junta com a alta indignidade?  Os valores se medem pela quantidade ou pela qualidade?  Ser bom é romantismo ou é um desmanchador de projetos maiores?  A força é maior que a razão?  A vontade sobrepõe o desejo?  A ganância sufoca a cobiça que sufoca a ambição?  É essa a sequência que leva vitória?  Posso ou devo parar de perguntar?

Quero ver o Palestino que amo, na sua serenidade de semeador de oliva, cercado de filhos respeitosos e mulher amantíssima, rindo dançando pandeiro quando está alegre, e suando bravamente sobre um ypslon de madeira bruta para cavoucar a terra, oxigená-la e lhe dar em troca boas colheitas.  Ao fim da lida jogar o mais novinho do ninho sobre os ombros fortes, sacudi-lo e ficar feliz com com os seus gorjeios.  Isso é vida boa, é benção de Deus, é o sono justo que sobrevém ao cansaço.  Que Deus proteja os Palestinos e que dê aos hebreus o que eles merecem.  Aos americanos o que sobrar dos judeus.  Quero chutar as dúvidas pro alto; quero a certeza mansa do campo e um vento morno pra dormir.  Quero o aconchego da Paz, o sorriso da criança, o calor da mulher que ama.

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