quarta-feira, 29 de junho de 2016

DEVANEIOS - DE FIAPOS DE POESIA (290614) (290615)

Tenho Cara De Antigamente, Quando O Passado Me É Tolerante
QUANDO A VONTADE DE VOLTAR É INSISTENTE
Poseidon-Netuno

segunda-feira, 29 de junho de 2015

DEVANEIOS - DE FIAPOS DE POESIA (290615)

Tenho Cara De Antigamente, Quando Bombonas Além De Água Carregavam Ilusões
NESSE CASO DE MULHERES O DESENCONTRO É FREQUENTE, SE DE UMA A GENTE GOSTA, OUTRA É QUE GOSTA DA GENTE
A Natureza Auxiliada Pelo Homem

Poesia é o super extrato da imaginação fujona buscando alento em cantos esquecidos

domingo, 29 de junho de 2014


DEVANEIOS - DE FIAPOS DE POESIA

1980-Manaus-AM-(eu)-edélvio e Glace, ambos com 45a  Há 41 anos atrás
Tenho Cara De Antigamente, Sou Do Tempo Em Que futebolista Usava Casquete
QUANTIDADE É ANTÔNIMO DE QUALIDADE

SÉRGIO BITTENCOURT
Jornalista, morto aos 38 anos, letrista memorável poli-premiado, homenageando o Pai recém-falecido.
JACÓ DO BANDOLIM

"NAQUELA MESA ESTÁ FALTANDO ELE"


Naquela mesa ele sentava sempre e me dizia sempre o que é viver melhor.

Naquela mesa ele contava histórias que hoje na memória eu guardo e sei de cor.

Naquela mesa ele juntava gente e contava contente o que fez de manhã,


e nos seus olhos era tanto brilho que mais que seu filho, eu fiquei seu fã.

Eu não sabia que doía tanto, uma mesa num canto, uma casa e um jardim

Se eu soubesse que não doía nada essa dor tão doida, não doía assim.  

Agora resta uma mesa na sala e hoje ninguém mais fala do seu bandolim,

Naquela mesa tá faltando ele e a saudade dele tá doendo em mim

Fiapos de poesia voejam na saudade espalhada de um rosto, de um canto, de um vento, de um cheiro, de uma voz, do roçar ligeiro de folha contra folha, de uma furada fina na alma agoniada de "não sei o que".  Da infância distante, da inocência perdida, das perguntas sem respostas, da confiança integral e de preço baixo, como o esfregar o nariz no nariz da Mãe, de saltar do alto nos braços do Pai.  Da segurança do comer, da água fria da quartinha, do agasalho da flanela do pijama que a Mãe costurou.  Tudo isso o tempo levou.  

Me resta agora, no fundo da minha consciência, puxando por minha memória, levantar o palco da fantasia, fingir uma colcha de retalhos coloridos, trazer pra junto de mim os contos da carochinha, e Pinócchio e o Geppetto, o Gullliver que me presentearam quando criança, o cheiro do Lifebuoy e do sabonete Eucalol, os postais de mitologia que Seu Edgar me dava;  ouvir o matraquear dos tamanquinhos de madeira no calçamento de paralelepípedo da rua sem automóveis, só crianças que não paravam de correr e das mães sentadas em cadeiras nas calçadas. Era 1940, a guerra do outro lado do mundo.  Brincávamos, como anjos ali colocados, de "passar o anel" , de ficar na "berlinda", e de "manja", tudo isso com gritos agudos e risadas e como se estivéssemos num Céu, insultando o cansaço avalista de um sono em Paz.  

Não havia televisão, nem novelas, nem nada que corrompesse o comportamento de ninguém;  existiam músicas com voz humana cantando, cada som uma história;  cantigas de carnaval, de São João e de Pastorinhas, no Natal;  cada coisa no seu lugar. Cigarro Yolanda pra quem fumava, extrato pra quem gostava de trocar cheiro, óleo Glostora no cabelo e muita saia engomada, passada por ferro em brasa.

SE SE PUDESSE FAZER O SONHO SER REAL E O REAL TER A COR ROSADA DE UM SONHO.  AH, SE SE PUDESSE REVERTER A VELHICE EM INFÂNCIA, E VIVER EM AZUL!











Nenhum comentário:

Postar um comentário