Tenho Cara De Antigamente, Quando Paz Era Expressão Poética
O MAIS NATURAL É A PERMUTA COM TUMULTOS
Ave Canora Sem Identidade
Não existe paz onde persistem tumultos ou turbulências. Eu tive um sonho onde eu queria a placitude irracional do embalo da natureza numa segurança perene, no "pra lá e pra cá", no vai-e-vem como prêmio pra entornar o meu cansaço, pra me tirar as dúvidas, todas elas, e jogá-las pela janela que só existe na crença infantil e tola da inocência. Eu queria ficar entregue ao balanço daquele nada, de um eu tão pequeno e quase invisível que pela desimportância não sentisse frio, nem fome, nem tristeza, mas que me sentisse envelopado e resguardado das infâmias maledicentes desse undo.
Num outro sonho antecedente eu me vi jogado na arrogância de uma multidão ignara e funkeira, empurrado sem que me pedissem lincença ou desculpas, quando ausente de escolhas só minhas pernas funcionassem atabalhoadamente seguindo o ritmo da afobação. Queria me sair, estava no centro da correnteza e ansiava pelas beiras onde um cotovelo de vento me puxasse e me entregasse ao relento da soledade. Melhor assim, dizia eu, e assim foi. Moido, dilacerado, perdido, só ouvindo o zumbido desnorteante dos desesperados que marchavam para o abismo.
Quando fui cuspido, rolei e rolei numa semi-inconsciência e estanquei num toco que antes já havia sido uma arvoreta. Estava morta e decepada, não dava sombra, não tinha folhas, não atraía pássaros mas, serviu-me para finar minha desdita. Me dediquei a contabilizar meus prejuízos. Emagreci meus defeitos mas, mais feio fiquei. Minha magreza coberta de pó, as caspas nos olhos me impedindo de ver, os ouvidos cheios de zoeiras, o nariz impedido de cheirar. As gelhas dos dedos me diziam o quanto eu tinha envelhecido. Ossos machucados, vértebras endurecidas, era um mamulengo.
Me encolhi ao relento e chorei, chorei devagarinho, estava no meu calvário. Meu anjo-da-guarda me reconheceu, lavou-me com as suas lágrimas, emprestou-me sua asas e por artes Divinas evolamos e entramos pelo portão do Céu sem sermos impedidos. Cama limpa, água fresca, voz melíflua de oração. Perdão à vista e esperança de ser importante, pequetitinho, mas mesmo assim meu Anjo me fazia vê-lo grande mas, era a minha gratidão que crescia. Engordei, corei e com aquelas vestes até binitinho eu fiquei. Trabalho, confiança eu ganhei. Que presentes. Só no Céu, ISSO.
Num outro sonho antecedente eu me vi jogado na arrogância de uma multidão ignara e funkeira, empurrado sem que me pedissem lincença ou desculpas, quando ausente de escolhas só minhas pernas funcionassem atabalhoadamente seguindo o ritmo da afobação. Queria me sair, estava no centro da correnteza e ansiava pelas beiras onde um cotovelo de vento me puxasse e me entregasse ao relento da soledade. Melhor assim, dizia eu, e assim foi. Moido, dilacerado, perdido, só ouvindo o zumbido desnorteante dos desesperados que marchavam para o abismo.
Quando fui cuspido, rolei e rolei numa semi-inconsciência e estanquei num toco que antes já havia sido uma arvoreta. Estava morta e decepada, não dava sombra, não tinha folhas, não atraía pássaros mas, serviu-me para finar minha desdita. Me dediquei a contabilizar meus prejuízos. Emagreci meus defeitos mas, mais feio fiquei. Minha magreza coberta de pó, as caspas nos olhos me impedindo de ver, os ouvidos cheios de zoeiras, o nariz impedido de cheirar. As gelhas dos dedos me diziam o quanto eu tinha envelhecido. Ossos machucados, vértebras endurecidas, era um mamulengo.
Me encolhi ao relento e chorei, chorei devagarinho, estava no meu calvário. Meu anjo-da-guarda me reconheceu, lavou-me com as suas lágrimas, emprestou-me sua asas e por artes Divinas evolamos e entramos pelo portão do Céu sem sermos impedidos. Cama limpa, água fresca, voz melíflua de oração. Perdão à vista e esperança de ser importante, pequetitinho, mas mesmo assim meu Anjo me fazia vê-lo grande mas, era a minha gratidão que crescia. Engordei, corei e com aquelas vestes até binitinho eu fiquei. Trabalho, confiança eu ganhei. Que presentes. Só no Céu, ISSO.
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