sábado, 2 de julho de 2016

DEVANEIOS - DE QUATRO ENUNCIADOS

Tenho Cara De Antigamente, Quando A Terra Seca Era Amarela
DOS LÁPIS DA MINHA INFÂNCIA ERA O ENCARNADO, O MEU FAVIRITO
Urano-Coelus  Deus Céu

Somos muitos Severinos, iguais em tudo na vida, morremos de morte igual, mesma morte severina
Que é a morte de que se morre, de velhice antes dos trinta. de emboscada antes dos vinte,
De fome um pouco por dia, de fraqueza e de doença;
É que a morte Severina ataca em qualquer idade e até gente não nascida
(João Cabral De Melo Neto)

Vizinha de quarto é um status comum nos casamentos longos onde o clima é de mormaço onde as cores esmaecem, os sentimentos envelhecem, a paisagem é de poeira onde a trinca de uma porta de verniz encardido é a morada de uma barata, uma antiga conhecida também cansada e de bengala. protegida de seus bigodes.  Esses vizinhos não se cumprimentam, não riem nem acham graça. O depõe sua bolsa de aposentado, todo os meses, cumprindo um rito;  A administra o de comer e as despesas com o governo, assiste novela e dorme.  É tudo, a chatice da segurança.

Vulnerável é ser fraco, indisponível de defesa, no geral, bom alvo para predadores.  Personificando:  o menor de idade, a mulher diante homem, num confronto, o idoso, o estropiado, enfim, falando de viventes, todos os desvalidos dos atributos físicos ou morais que os favoreceriam.  Em embates, todos os candidatos a perdedores.  O faco X forte, o pobre X rico, o feio X bonito...  lerdo contra o rápido, burro contra  inteligente e incrível, o honrado contra o ardiloso.  O grande campeão lesador do outro é o estelionatário, o labioso, o que tem saliva, nos ditos antigos.

Empoderar é o neologismo da hora.  Um falou, um mais observador ouvinte ouviu, gostou e vai passando adiante.  Até cansar.  Ai é como se fosse jogado no caritó, naquele lugar onde se jogavam as moças feias e elas nunca casariam.  Emponderar significa se apoderar do poder, é ser poderoso.  É     mais, uma apologia da ostentação, do exibicionismo, de carnavalizar uma religião, por exemplo.  É ir pras ruas, pelo tudo e pelo nada, pra atravancar o trânsito, querendo indicar um valor que na maioria das vezes não existe, naquele objeto de louvação.  É mais próprio para o escárnio.

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