terça-feira, 12 de julho de 2016

DEVANEIOS -DE QUATRO OBJETOS

Tenho Cara De Antigamente, Quando Cada Anão Tinha A Branca-De-Neve Que Merecia
VIADO NÃO MORRE, VIADO VIRA PURPURINA
Rico E Suzzie (Quando E Onde (?))

Década de 40, lambedor, um xarope grosso com mel e açúcar e mais não sei o que, encarnado/sangue pisado feito no laboratório mamãe, era o remédio perfeito para constipação, espinhela-caída e brotoeja e quem quiser que diga que não, que  o pau vai comer.  E ele ficava dentro da petisqueira,  móvel com vidro na porta, do meio pra cima, com um pavão fosco desenhado que figurava nas nove casas entre dez, em toda a vizinhança.  A importância dessa informação é que toda a família se valia desse SUS, medicação de proto-socorro, bendita pelas mãos santas de D. Tude, que Deus a tenha.

No colégio, no recreio, lá vai o sanduba, um pão-carteira com uma banana descascada no meio.  Ô maravilha.  Naquele tempo existia a expressão "esse menino é um caso sério", simplesmente quando eu dizia (me taca dois) me referindo ao sanduba, proposta nunca aceita, além de dois cocorotes no meio do juízo.  A vida era assim e eu gostava dela já que no meio dos cadernos sujigados por uma liga de borracha, ia minha bola de meia que zunia no meio da zoada.  Nada naquela infância era pejorativo.  Nem as bolas de gude, nem o grude do pescoço.  Tudo era alegria de criança.

A gente ia ao correio levar uma carta para Guarabira na Paraíba e lambia a goma  que dormia na beirada do envelope.  Na minha caixa de lápis de cor, o encarnado era o que mais me seduzia, sem deixar de exaltar o cheiro bom que todos eles tinham.  Passou o ciclo dos bondes com aqueles carretéis rodando na rede elétrica na ponta do arco elástico e que às vezes escorregavam e o caniço ficava quase na vertical e nós dizíamos que a banana do bonde caiu.  Vieram os trólebus, ônibus-elétrico com o mesmo sistema de banana e o logo no nariz, escrito "REO".

E com o modernismo as expressões: vulnerável, empoderar e falseta;  para incapazes de se defender, para de repente se tornar poderoso, com as insinuações de Anitta e para carimbar a hediondez da perfídia.  E a mocinha e o mocinho que não articulassem esses usos sempre seriam chamados de excluídos sociais.  Eu resolvi fazer lobby, seja á pro que fosse, determinar nova veredas por onde seguir e um bom aprisco para repousar.  Uma boa forma para fugir do feijão com arroz, um buril na mão para furar a primeira gasguita que desentoasse o "virudum".  Ouviram do Ipiranga... e coisa e tal.






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