quarta-feira, 8 de março de 2017

DEVANEIOS - DE NOVES FORA ZERO (230516)

Tenho Cara De Antigamente, Quando Corta-Jaca Era Quem Apadrinhava Namoricos
E COCOROTE ERA APENAS UM CASCUDO
Carrapateira

terça-feira, 24 de maio de 2016

DEVANEIOS - DE NOVES FORA ZERO

Tenho Cara De Antigamente, Quando Ainda Não Havia Calculadora Mas Havia Prova Dos Nove
O "NOVES FORA ZERO" ERA A GLÓRIA

Solta, Solta, Solta



O "noves fora, zero" era a proa final do perfeito, o NOVE era o Senhor do Pedaço.  O Bandeira, pernambucano, poetizou o NOVE:  Deixa de lero, lero.  Vida, noves fora, zero.  Chegaram as calculadoras e desmoralizaram esse senhor tão nobre.  Reapareceu na forma de 0,99 e inundou o comércio de tal modo que criou uma antipatia de "chega pra lá", como se tivesse postado o preço seco em real fizesse  a venda de qual produto despencar.  Tomei horror ao NOVE, não posso vê-lo escrito, nem falado e piormente, cantado.  

Pois não é que uma cantora paraense desconhecida apareceu que nem aparição, pegou nome e ganhou dinheiro macaqueando a Lady Gaga (montada nesse diabo de 0,99 enxertado numa lambada)!  A minha tabuada termina em oito e nem mais um tostão.  Mulher que fale nove pra mim, na hora da unção, vai morrer pagã.  Babau, bacurau.  Na televisão num anuncio de quinquilharia repleto de noves, vem tudo junto com uma estridência e toque de bateria de estraçalhar nervos.  E sobe, e desce e tremelica numa estrepolia noventina que faz mas é, perder o freguês.

Noves fora, zero perdeu prestígio e devia pra valer processar o infamante que tirou-o do seu trono para inseri-lo como se gentalha fosse, na classe Z social.  Nem nove, nem "nofe", não "pronunça" essas "coisa" no meu santo lar, nem no meu absoluto ouvido, hem na minha santa vista.  Quero voltar pro meu nascedouro, lá pros 1945, por meu curso de admissão, pra minha Crestomatia, lá pros meus "noves fora".  Lá pra minhas nave, neve, ninfa, nona  e nunca e ali me deitar, e morrer.  Feliz e bonito como um defunto de primeira classe.  Vida, noves fora zero.

Era uma vez um fundenga, um pobre, miserável e invisível humano com os sapatos trocados nos pés direitos; as duas pontas  estrábicas apontando pra fora.  Um cigarro com fumo enrolado em papel nojento que apagou-se no cuspo preto de sua boca que nunca blasfemou contra alguém.  Fundenga dos extremos, de uma feiura acirrada, mas de uma beatice endoidecente.  Quando adentrar o Céu, toda a caspa lhe cairá e o moço belo que acordo fizera para assim aparecer na sua caminhada terrestre, aparecerá esbelto e bem vestido para ser galardoado.  Noves Fora Nada.




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