Tenho Cara De Antigamente, Quando Era Tempo De Zelita em 1951 - 26/16 (170215)
A GUARDA NACIONAL VENDIA PATENTES MILITARES
Entre Lua, Entre Fores, Entre Água
Tenho Cara De Antigamente, Quando Mentir Mentira O Nariz Crescia
TEMPOS BONS, TEMPOS DE PÃO SOVADO E DE ALFELÔ
Reclame De Remédio De Antigamente
A bichinha tá com raiva? Bichinha, não, bechinha, com be aberto, de bela. Tá bom, essa menina, mas o que foi que aconteceu, foia a camélia que caiu do galho, deu dois suspiros e depois morreu? Não, foi o portuga que buliu com eu. Oxente, quem mandou esse indecente mexer contigo?
Bom, empevitou-se a cabroxinha: esse vendeiro da pá virada é quem fornece coisa lá pra casa. Minha mãe mandou eu comprar pasta dentrifícia e esse debodegado saiu-se com gracinha. Já se viu; eu sou moça de respeito. Enpinou-se, peitinho arrebitado, bundinha pra cima, olhinho se revirando, mãozinha na cintura e recitou: eu não sou a mãe d'água mas sou a rainha Lua.
O Sr. interrogou. O que esse mandrião arrumou! A cabritinha falou: perguntei à ele: tem paista rossi, daquela que mamãe goista? --Tem não, nega besta, tem boista, tua mãe goista?
O seu Perclúcio, homem semi-abastado, de olho no períneo dela, levantou-se nas pontas dos sapatos e disse, bem dito: Isso é impropério, é crime de vilipêndio, se a bechinha quiser eu peço pro linguarudo, a prisão perpétua. Não sabia ele que a bechinha tinha uma queda pelo linguarudo, que ele gostava quando ela ia lá e quando pensava que a ia agarrar, a bechinha se escafedia.
A mulata bonitinha, marronzinha, novinha, sacudidinha, cheia de gueri-gueri, ouriçava o trás-montino e agora arrepiava o rábula da cidade. O Sr. prende aquele macaco, e quantos cruzados tenho que lhe pagar? --Nem se incomode com isso, rainha Lua, e olhou disfarçadamente o tremelique dos quadris da nova cliente. No entardecer, no lusco-fusco do crepúsculo, na beira-rio vos espero para trancafiar esse boi-ladrão.
Conversados, cada um pro seu lado, e a energúmena passou se requebrando na esbórnia da paista rossi; contou ao aceso isbero que o rabugento remexedor de papéis tinha dado em cima dela e que ele fosse com paista e tudo de noitinha na borda do S. Francisco pra defender uma coisinha que já era sua. Foram, os três; a ladina deu uma de mãe-d'Água, e enfurnou-se de cabeça nas ondas medrosas; O avantajado europeu fedendo a bacalhau avançou no pequeno e míope lambedor de papel com um tamanho pau de "self", enquanto o pequenino com a lei na mão deu uma cambalhota na praia e já a miuçada aplaudia o quebra-pau e de dentro do rio a molhada donzela corria roubando a mercadoria que tento trabalho deu à ela.
Nada de racismo, o marron contrasta com o branco, que combina com o estrábico, Viva, Vivaaaa
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