quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

DEVANEIOS - DE OXENTE

Tenho Cara De Antigamente, Quando Oxente Era A Interjeição "Ô Gente" Em Forma Popular
USAVA-SE TAMBÉM, "OXE, OXE, OXE"...

Hermes-Mercúrio-(Signo)-Com O Caduceu

Essa interjeição usada no Nordeste brasileiro como linguagem popular, na Bahia pessoas mais escolarizadas falam "Ô Gente".  Há uma predileção por xisentar os "esses".  Mesmo assim usa-se a expressão "esse menino" ou "essa menina" como chamamento para outra pessoa.  Gosta-se de tratar os outros de bichinho ou bichinha, aproveitando o chiado do "ch".  São idiotismos nordestinos muito localizados e muito evitados pelos esnobes.  É como chamar de "seu" quando deveria se tratar como sr. (de senhor), mas nunca "sua", que cai mais como má criação.

Muitos desses ajeitamentos pronunciais têm nascimento com a proximidade da negritude escrava e estrangeira.  Eles tratavam seus donos de "sinhô" e obviamente a mulher (esposa), em cujo título não havia desagravo, era "sinhá".  As filhas das Sinhás eram sinhazinhas.  Muitas sinhazinhas miscigenadas, lindinhas brancas com cabelo grosso, eram criadas e educadas na Casa Grande, como filhas legais, com perfeito entrosamento com os familiares do patrão.  Esses patrões escravagistas tomavam essas donzelas aos 12 anos e as mantinham nas senzalas.  Suas filhas é que seriam sinhás.

A brutalidade da escravidão, quando se dizia que negros como índios não tinham almas, era uma verdade da ignomínia vigente.  Lembrem-se que o escravo embarcado era antes escravizados pelos seus compatriotas, em África.  Aqui, os mais fortes e animalizados seriam capitães-do-mato, para perseguir negro fugido e para açoitá-los.  Poderiam também ser os procriadores para fornecer  mão-de-obra parruda, para a lavoura.  A sina desses povos há quase 600 anos aqui no Brasil mudou apenas um tiquito de nada.  O fim da escravatura jogou-os ao passa-fome.

Foram substituídos pelos imigrantes não negros a quem se pagava pelos feitos e a quem se vendia terras.  Estes, todos, prosperaram e viraram senhores respeitáveis.  Os negros criaram o roda-pé da sociedade brasileira, até hoje, com raríssimas exceções.  Não são mais escravos,mas também não são senhores e nem se vê no horizonte como se possa fazê-los evoluir.  Dever-se-ia oferecer-lhes educação em semi-internatos com cursos técnicos e acesso a cursos superiores de acordo com a aptidão de quem merecesse e quisesse, com todo o apoio do Estado.


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