Tenho Cara De Antigamente, Quando Oxente Era A Interjeição "Ô Gente" Em Forma Popular
USAVA-SE TAMBÉM, "OXE, OXE, OXE"...
Hermes-Mercúrio-(Signo)-Com O Caduceu
Essa interjeição usada no Nordeste brasileiro como linguagem popular, na Bahia pessoas mais escolarizadas falam "Ô Gente". Há uma predileção por xisentar os "esses". Mesmo assim usa-se a expressão "esse menino" ou "essa menina" como chamamento para outra pessoa. Gosta-se de tratar os outros de bichinho ou bichinha, aproveitando o chiado do "ch". São idiotismos nordestinos muito localizados e muito evitados pelos esnobes. É como chamar de "seu" quando deveria se tratar como sr. (de senhor), mas nunca "sua", que cai mais como má criação.
Muitos desses ajeitamentos pronunciais têm nascimento com a proximidade da negritude escrava e estrangeira. Eles tratavam seus donos de "sinhô" e obviamente a mulher (esposa), em cujo título não havia desagravo, era "sinhá". As filhas das Sinhás eram sinhazinhas. Muitas sinhazinhas miscigenadas, lindinhas brancas com cabelo grosso, eram criadas e educadas na Casa Grande, como filhas legais, com perfeito entrosamento com os familiares do patrão. Esses patrões escravagistas tomavam essas donzelas aos 12 anos e as mantinham nas senzalas. Suas filhas é que seriam sinhás.
A brutalidade da escravidão, quando se dizia que negros como índios não tinham almas, era uma verdade da ignomínia vigente. Lembrem-se que o escravo embarcado era antes escravizados pelos seus compatriotas, em África. Aqui, os mais fortes e animalizados seriam capitães-do-mato, para perseguir negro fugido e para açoitá-los. Poderiam também ser os procriadores para fornecer mão-de-obra parruda, para a lavoura. A sina desses povos há quase 600 anos aqui no Brasil mudou apenas um tiquito de nada. O fim da escravatura jogou-os ao passa-fome.
Foram substituídos pelos imigrantes não negros a quem se pagava pelos feitos e a quem se vendia terras. Estes, todos, prosperaram e viraram senhores respeitáveis. Os negros criaram o roda-pé da sociedade brasileira, até hoje, com raríssimas exceções. Não são mais escravos,mas também não são senhores e nem se vê no horizonte como se possa fazê-los evoluir. Dever-se-ia oferecer-lhes educação em semi-internatos com cursos técnicos e acesso a cursos superiores de acordo com a aptidão de quem merecesse e quisesse, com todo o apoio do Estado.
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