domingo, 14 de fevereiro de 2016

DEVANEIOS - DE VELHARIAS (1)

Tenho Cara De Antigamente, Quando O Dedo Anular Era Junto Do Mínimo
TAMBÉM PODIA SER O MINDINHO E SEU VIZINHO

Pensando Na Vida E No Tamanho Do Tempo

É bom saber que o envelhecer começa no momento seguinte ao nascimento e só para no momento anterior à morte.  Que o olhar pra trás é olhar pro ontem, e pra frente, á pro futuro.  Que o ontem é o velho e o amanhã é o novo.  Luiz Ayrão com sua "Bola Dividida" não se  androginou mas o tempo registrou as cãs que compõem o desprezo pelo que vale a vida.  Não mais produz música nem letra e vive do passado, amofinadamente, como grande consumidor de tinta.  Assim, já vivendo como espírito, Quintana é glorificado pelo "Anjo Malaquias", peça de poucas linhas.

Assim, bairro já foi subúrbio, que já foi arrabalde, expondo o desprestígio que se dá ao antigo e valorizando o presente, mesmo que não valha a pena.  Pensando nisso, pergunto;  que preferis vós?  Ir pras profundas ou pro quintos do inferno?  Por que se chama cafonice o que foi do ontem?    A água que esteve na jarra, grande peça de barro feita pelo oleiro, foi pra moringa, depois pra quartinha que se punha à noite  fora das janelas pra esfriar ao sereno e agora, sem poesia se colhe de um bebedouro elétrico e se compra em garrafões de plástico, muito do seu carinho.

Cê sabia que caçula é palavra africana  da língua quimbundo e que significa"último"?  Pois é. mais uma coisa velha que ainda nos serve.  "Neologismo" é palavra nova, e que também nos serve muito. Ensino:  Vale à pena mestiçar.  "Vou plantar flores pelo caminho pra que não me faltem borboletas.  FORAM ELAS QUE ME ENSINARAM QUE O CASULO NÃO ,É O FIM, É O COMEÇO. (QUINTANA).  Aprendi que a vida é um empório para negócios:  Ela dá o procurado e toma, sem consulta, o que a ela convém.  Tô perturbado com um ventilador que me refresca mas arrebata papéis.

Poesia pura.  Poesia de camumbembe, mas de muita filosofia.  Poesia de quem lê a vida, de quem conhece a dor, de quem se agasalha pra se prevenir do frio.  E agora, José, cê vai procurar Maria!?  (Drummond).  Não há quem se deleite ou se lambuze com o tédio por fatos atrasados ou da hora, mesmo sendo um samurai, sem medo de morrer.  Esse monólogo não é  desejável.  Quem já teve cobreiro, quem se lembra de cobreiro?  doença velha , hein?  Se aparacer, digam que é assombração.  Essênios da seita que acolheu Jesus de Nazaré, o terapeuta, curavam com as mãos;  antigo não é?

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