Tenho Cara De Antigamente, Quando O Dedo Anular Era Junto Do Mínimo
TAMBÉM PODIA SER O MINDINHO E SEU VIZINHO
Pensando Na Vida E No Tamanho Do Tempo
É bom saber que o envelhecer começa no momento seguinte ao nascimento e só para no momento anterior à morte. Que o olhar pra trás é olhar pro ontem, e pra frente, á pro futuro. Que o ontem é o velho e o amanhã é o novo. Luiz Ayrão com sua "Bola Dividida" não se androginou mas o tempo registrou as cãs que compõem o desprezo pelo que vale a vida. Não mais produz música nem letra e vive do passado, amofinadamente, como grande consumidor de tinta. Assim, já vivendo como espírito, Quintana é glorificado pelo "Anjo Malaquias", peça de poucas linhas.
Assim, bairro já foi subúrbio, que já foi arrabalde, expondo o desprestígio que se dá ao antigo e valorizando o presente, mesmo que não valha a pena. Pensando nisso, pergunto; que preferis vós? Ir pras profundas ou pro quintos do inferno? Por que se chama cafonice o que foi do ontem? A água que esteve na jarra, grande peça de barro feita pelo oleiro, foi pra moringa, depois pra quartinha que se punha à noite fora das janelas pra esfriar ao sereno e agora, sem poesia se colhe de um bebedouro elétrico e se compra em garrafões de plástico, muito do seu carinho.
Cê sabia que caçula é palavra africana da língua quimbundo e que significa"último"? Pois é. mais uma coisa velha que ainda nos serve. "Neologismo" é palavra nova, e que também nos serve muito. Ensino: Vale à pena mestiçar. "Vou plantar flores pelo caminho pra que não me faltem borboletas. FORAM ELAS QUE ME ENSINARAM QUE O CASULO NÃO ,É O FIM, É O COMEÇO. (QUINTANA). Aprendi que a vida é um empório para negócios: Ela dá o procurado e toma, sem consulta, o que a ela convém. Tô perturbado com um ventilador que me refresca mas arrebata papéis.
Poesia pura. Poesia de camumbembe, mas de muita filosofia. Poesia de quem lê a vida, de quem conhece a dor, de quem se agasalha pra se prevenir do frio. E agora, José, cê vai procurar Maria!? (Drummond). Não há quem se deleite ou se lambuze com o tédio por fatos atrasados ou da hora, mesmo sendo um samurai, sem medo de morrer. Esse monólogo não é desejável. Quem já teve cobreiro, quem se lembra de cobreiro? doença velha , hein? Se aparacer, digam que é assombração. Essênios da seita que acolheu Jesus de Nazaré, o terapeuta, curavam com as mãos; antigo não é?
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