segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

DEVANEIOS - DE VELHARIAS (2)

Tenho Cara De Antigamente, Quando As Falésias De Dover  Eram De Uma Alvura...
Na Inglaterra Os Albions (Albinos)

Mulher Deitada Sobre Piano, Na Soledade

Pedra de Mó, pedra duríssima para afiar metais, geralmente nos moinhos que tratavam grãos, com surras, e claro, não eram coisas de hoje.   Dizia-se:  Tem coreto, tem retreta.  Hoje, em praças em todo o Brasil há coretos como  peças de museu, mas na década dos quarenta iam lá bandas da Polícia ou da Marinha, ou civil, e haja música à qualquer hora da manhã, da tarde ou da noitinha.  Maravilhas das coisas velhas derramadas no entulho.  Caçoá, cesto feito de cipó e após, secado e posto sobre  2 cambitos, paus como "Y", pendurados nos dois lados da cangalha de cavalo ou de jegue.

Lembro-me  eu e mais três irmãos, em Guarabira-PB.  1940, 6, 7, 8,e 9 anos, dois em cada caçoá, com pedras para equilibrar os pesos e o empregado de seu Firmino, vizinho de Mãe Ignacinha, minha avó, puxando servilmente o animal para ser respeitoso com  os desconhecidos vindos do Recife.  Isto há setenta e seis anos passados.  A velhice recordando a criancice.  Vejam a relação invertida do tempo:  fagueirice numa ponta,  saudades na outra.  Dizia-se que a melhor coisa era a mulher do outro. Ora, isso era, na verdade, dor gde cabeça;  hoje é velharia, que o diga o feminismo.

Nós somos o que fomos ou vamos ser o que nunca fomos?  Chamava-se jararaca à mulher intratável, agora é proibido maltratar os animais.  Ainda existe arengueira ou isso caducou com o passado?  Se dizia com ar de pouco valor:  Vou fazer Exatas ou vou fazer Humanas, referindo-se aos saídos do Científico ou do Clássico, no antigamente, para qualificar a área que exigia números ou a que tratava de coisas espaciais.  Esse papo sumiu com o tempo e é cafonice falar isso.  Isso é coisa de saudosistas.  Cê sabe o que é cabeço, no porto aquele monstrengo de uma tonelada,à amarrar navios?

Está ali um velho que serve hoje como se fosse um novo.  E crisálida?  O último estágio da lagarta no casulo, quando ele se rompe  É a velhice se renovando constantemente, no tempo.  Ah, e a reforma?  É a renovação da coisa antiga;  do homem, da pessoa do objetos;   é o moderno retificando o antigo.  Já viram como essas coisas são mais ligadas do que não deveriam ser?  Parecem um biombo enganando os outros, se fazendo de parede sem ser, pra esconder quem não gosta de se mostrar.  Esperem e depois o embiombado  dá a cara e converte o tempo.




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