Clipping
de Relações Internacionais
16/06/2011
Linhão
vai ligar Itaipu a Assunção
Valor
Econômico – 16/06/2011
Energia:
Contrato será assinado amanhã com presença de Fernando Lugo, presidente
paraguaio
A hidrelétrica de
Itaipu, que pelo seu tamanho é a única capaz de derrubar concomitantemente o
fornecimento de energia para os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, começa a
viver um período de transição em que culminará na perda de importância que tem
na produção elétrica do país. O marco desse processo acontece amanhã, quando os
primeiros contratos para as obras que vão ligar a usina na fronteira com o
Brasil a Assunção, no Paraguai, serão assinados. É esperada a presença pessoal
do presidente paraguaio, Fernando Lugo. Quando as obras ficarem prontas, o
Paraguai vai aos poucos ampliar o uso de sua cota-metade dos nove mil megawatts
médios produzidos por ano até 2023, quando deverá estar usando praticamente
toda sua parte na produção.O diretor-geral de Itaipu, Jorge Samek, diz que em
dez anos a usina passará a ser responsável por menos de 10% da produção
brasileira. Já chegou a ser de 25%. “Estamos sendo corroídos de Norte a Sul, de
Leste a Oeste”, brinca o diretor ao se referir aos motivos da perda de peso da
usina na matriz brasileira. Além de o Paraguai ampliar o uso da energia, as
hidrelétricas do Madeira, Belo Monte e do futuro complexo Tapajós também vão
tirar a importância hoje isolada de Itaipu.
A usina foi
construída no período militar e custou no ano passado ao consumidor US$ 37 o
MWh. Foi uma das energias mais baratas do país, em função da valorização do
real e foi um dos anos mais caros do custo de energia. O preço da usina depende
da quantidade que ela produz anualmente e em 2010 apenas 86 milhões de MWh
foram produzidos, em função da redução do fluxo para o reforço das linhas de
transmissão que ligam Foz do Iguaçu a São Paulo. Samek faz essa conta para
justificar os recentes acordos com o Paraguai que vão elevar em parte o custo
da usina para o consumidor brasileiro.
Desde a posse do
presidente Lugo, há um movimento para alterar as condições do tratado de
Itaipu. Há quatro semanas, o Senado brasileiro aprovou aumento do valor da
cessão de energia que o país faz ao Brasil. Aumentou três vezes, para US$ 300
milhões. Isso significará, segundo Samek, aumento de US$ 8,43 na tarifa de
energia. Em média, o custo é estimado em US$ 40 por MWh, o que levaria a
energia a US$ 48,4. Mas o diretor explica que esse valor é referência para
produção anual mínima de 75 milhões de MWh, que seria suficiente para pagar a
dívida e o orçamento da empresa. “Ano passado foi nosso pior ano, desde que
assumi o cargo, e mesmo assim foi uma produção maior do que nosso mínimo para
cálculo da tarifa”.
Além de aumentar o
valor a ser pago pela cessão de energia, o Brasil se comprometeu a financiar a
construção das linhas de transmissão que vão ligar Assunção à usina. Amanhã os
primeiros contratos que serão assinados fazem parte de um investimento de US$
110 milhões para início da construção da subestação do lado paraguaio. As
licitações já foram feitas e vencidas por um consórcio formado pela ABB e a
empresa paraguaia CIE. Os recursos serão financiados pelo Fundo de Convergência
do Mercosul (Fecom), que reúne doações dos governos dos países que fazem parte
do acordo comum do sul e são repassados a países integrantes que necessitem.
Para as linhas de transmissão propriamente ditas, a estimativa é de que sejam
investidos US$ 190 milhões e o edital da licitação para as obras deve sair em
40 dias.
Toda a discussão,
que levou a esses acordos, se deu com base no questionamento do Paraguai sobre
as condições da dívida da usina que foi assumida pela Eletrobras e pelo Tesouro
Nacional na década de 90. Apesar das obras da usina terem iniciado há mais de
30 anos, somente em 2023 essa dívida será quitada. E ela consome R$ 2,3 bilhões
do orçamento anual de cada parte da hidrelétrica. Hoje, a usina que pertence à
Eletrobras não gera resultados para a empresa e daqui onze anos, quando a
dívida for paga, o destino da energia terá que ser reestudado assim como seu
custo. “É claro que parte disso será usado para modicidade tarifária”, explica
Samek.
A
repórter viajou a convite de Itaipu.
Josette
Goulart | De Foz de Iguaçu (PR)
Disponível
em:
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/6/16/linhao-vai-ligar-itaipu-a-assuncao.
Acesso em 16/06/2011.
2 comentários
Por
todos os benefícios que se tem feito ao Paraguai, em termos de negócios
amigáveis, sentimos um direito, também amigável, de pedir-lhe um compromisso
sério para resolver um problema de tamanha envergadura, que economicamente nos
aflige esse Estado, o contrabando pernicioso, o tráfico de drogas,
principalmente a maconha, e o assédio criminoso aos brasiguáios proprietários
de terras, ali. Nós merecemos que eles nos ajudem e apóiem, de fato, em forma
societária nesse assunto policial. Que diplomaticamente se faça a pauta e o
roteiro dos atribuições de cada parte, que eficazmente abata os focos desses
problemas, que tornem nossas mútuas fronteiras pacíficas e que o Brasil não
tenha os prejuízos em sua economia, que eles causam. Assim acho, que essa é a
hora para essa troca de atenções sejam efetivadas.
Comentário
por edelvio
coelho lindoso —
16/06/2011
O
Paraguai tem recebido a energia mais barata que resolvemos conceder-lhe. Que
não seja ingrato e turbulento quanto a Bolívia. Que se associe a nós e dê um
breque nos contrabandos, notadamente os chineses, na produção de maconha e
introdução em nossas plagas, e contenha as agressões às terras dos brasiguáios.
Comentário por edelvio coelho lindoso — 16/06/2011
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