quarta-feira, 9 de março de 2016

DEVANEIOS - DE CATULO (FLOR DE MARACUJÁ)

Tenho Cara De Antigamente, Quando Se Afirmava "Ou Foi, Ou É, Ou Está Pra Ser"
PALAVRAS, NADA MAIS

Flores Borboletas

FLOR DE MARACUJÁ

Encontrando-me com um sertanejo
Perto de um pé de maracujá,
Eu lhe perguntei:
Diga-me, caro sertanejo, por que razão nasce branca e roxa,
a flor do maracujá

Ah, pois então eu lhe conto,
A história que eu ouvi contar,
A razão por que nasce branca e roxa,
A flor do maracujá. 
Mais branco que claridade,
Mais branda do que o luar.

Quando a flor brotava nele,
Lá pros confins do sertão,
Maracujá parecia
Um ninho de algodão,
Mas m dia, há muito tempo, 
Num mês que até não me lembro,
Se foi maio, se foi junho, 
Se foi janeiro, ou dezembro.

Nosso Senhor Jesus Cristo,
Foi condenado a morrer, 
Numa cruz, crucificado,
Longe daqui como quê,
Pregaram Cristo a martelo,
E ao ver tamanha crueza,
A natureza inteirinha,
Pôs-se a chorar com tristeza.

Choravam os campos,
As folhas, as ribeiras,
Sabiá também chorava,
Num galho de laranjeira 
E havia junto à cruz
Um pé de maracujá
Carregadinho de flor,
Ao pé do Nosso Senhor

E o sangue de Jesus Cristo, 
Sangue pisado de dor
Nos pés de maracujá, 
Tingia todas as flor, 
Eis aqui seu moço,
A história que eu ouvi contar,
A razão por que nasce branca e roxa,
A flor do maracujá














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