segunda-feira, 14 de março de 2016

DEVANEIOS - DE EX-MILITAR ISRAELO NÃO SIONISTA (130314)

Tenho Cara De Antigamente, Quando Bulício Era Uma Brisa Branda Buliçosa
PODE SER NUMA FOLHA NO ALTO OU NA BRENDA MENINA

"Bouquet" De Flores Amarelas

quarta-feira, 12 de março de 2014

DEVANEIOS - MILITAR ISRAELENSE NÃO SIONISTA -(120314)

    K



Catherine Schwaab (CS): O seu livro é uma bomba pelas suas revelações: que efeito concreto espera?
Yehuda Shaul (YS): Espero poder enfim suscitar uma verdadeira discussão séria em Israel pois, desta vez, os nossos testemunhos são numerosos, verificados, incontestáveis: são 180 e tiramos deles uma análise, o que é novo.
Pensa que a opinião pública ignora o que significa a ocupação militar dos territórios palestinianos?
O público tem clichés na cabeça que incitam à aprovação cega. Por exemplo, em hebreu, a política israelita nos territórios ocupados resume-se a quatro termos que não se pode contestar: «sikkul» (a prevenção do terrorismo), «afradah» (a separação entre a população israelita e a população palestina), «mirkam hayyim» (o «fabrico» da existência palestiniana) e «akhifat hok» (a aplicação das leis nos territórios ocupados). Na realidade, sob esses nomes de código escondem-se terríveis desvios que vão do sadismo à anarquia e rejeitam os mais elementares direitos da pessoa. Isso vai até aos assassinatos de indivíduos inocentes que se calcula serem terroristas. E não falo das prisões arbitrárias e dos assédios de toda a espécie.
CS: Qual é o objectivo disso?
YS: Está claramente definido: é o de mostrar a presença permanente do exército, de produzir o sentimento de ser-se perseguido, controlado, em suma, trata-se de impor o medo a todos na sociedade palestina. Opera-se de maneira irracional, imprevisível, criando um sentimento de insegurança que quebra a rotina.
CS: A ocupação dos territórios não será necessária para evitar «surpresas» terroristas?
YS: Não! A ocupação sistemática não se justifica, pois ela abrange uma série de interdições e de entraves inadmissíveis. Queremos discutir sobre isso agora. Nem no seio do exército nem no seio da sociedade civil ou política se quer enfrentar a verdade. E essa verdade, é que nós criámos um monstro: a ocupação.
CS: Pode esperar-se que discussões sérias sobre a paz melhorem a situação?
YS: Não, tentar acabar com o conflito é uma coisa, acabar com a ocupação é outra. Estamos todos de acordo para procurar a paz, mas esquecemos a ocupação. Ora, é preciso começar por aí.

CS: Os vossos testemunhos revelam a incrível impunidade de que beneficiam os colonos, verdadeiros assistentes militares: eles brutalizam os vizinhos palestinianos, levam os seus filhos à agressividade e ao ódio dos árabes…
YS: Certamente, mas não são eles o problema. É o mecanismo de ocupação que lhes deu esse poder desmedido. Eu, quando era militar em Hebron, não podia deter um colono que estivesse a infringir abertamente a lei sob os meus olhos. Eles fazem parte desse sistema imoral.
CS: Pensa encontrar um apoio na opinião israelita?
YS: Por enquanto, somos minoritários mas optimistas! Temos de sê-lo, pois vivemos tempos sombrios, a opinião israelita é apática, as pessoas estão fartas. E o preço a pagar por esta ocupação não é pesado. É a razão por que não há vontade política. Em contrapartida, o preço moral é enorme.
CS: É a primeira vez que são feitas tais revelações?
YS: Não, há um ano, tínhamos contado as pilhagens na faixa de Gaza e tínhamos sido atacados por todos os lados: pelo exército, pela sociedade civil e a sociedade política. Netanyahu acusou-nos de termos «ousado quebrar o silêncio». Mas que silêncio? É um silêncio vergonhoso sobre um escândalo estrondoso! Eles fizeram tudo para nos desacreditar. Saiu-lhes mal, pois nós somos todos antigos oficiais que vivemos esses acontecimentos terríveis.
CS: Precisamente, muitos soldados e oficiais que se expressam parecem traumatizados pelo que tiveram de fazer. Um sofrimento que permanece.
YS: Sim… Enfim, não nos enganemos: as vítimas, são os palestinos que aguentam esse controlo. Hei-de sempre recordar a resposta de um comandante do exército durante uma discussão televisiva em 2004. Tínhamos organizado uma exposição de fotografias com um vídeo de testemunhos. Ele disse-me: «Concordo com o que vocês mostram, mas é assim, temos de aceitá-lo, isso chama-se crescer, tornar-se adulto». Fiquei sem palavras.
CS: Algumas pessoas pensam que Israel tem interesse em manter o conflito e que os palestinianos nunca terão as suas terras.
YS: É falso. É impossível erradicar uma população de 3,5 milhões de habitantes. O problema não está em dar-lhes uma terra, mas na obsessão de querer controlá-los.
CS: Serão as jovens gerações dos 20-30 anos mais permeáveis ao vosso ponto de vista?
YS: Nem toda a minha geração está de acordo comigo, mas ninguém pode dizer que minto. Somos todos ex-membros do exército nacional, pagámos o preço, ganhámos o direito de falar. É preciso que os espíritos mudem a partir de dentro.
CS: Você é judeu ortodoxo e tem um discurso estranhamente aberto. A sua fé ajuda-o neste combate?
YS: Nem por isso… Mas eu sei o que significa ser judeu religioso: não ficar silencioso perante o que está mal. E quero trazer uma solução, não um problema.
* Jornalista do Paris Match
A versão em português deste texto foi publicada em:
www.egaliteetreconciliation.fr



EDELVIO COELHO LINDOSO - 120314

Pode-se  acreditar nas pessoas, sem esquecer  que o comando das coisas sempre estará com a minoria.  No caso Palestino, ate agora, e só um alento, mas que já dura  65 anos.  desejamos-lhes toda a sorte  que couber numa esperança.

Nenhum comentário:

Postar um comentário