Trata-se de uma "chegada" de língua bifurcada e venenosa que por um momento de espasmo como se fora uma ejaculação precoce, entrega à danação a vida inteira de uma pessoa, espalhando como fosse uma folha corrida policial aos quatro ventos, todos os informes negativos da vítima. A receptora, tendo à frente o tempo que for, quando acontecer de conhecer pessoalmente o candidato a imolação, espera que elae se adapte a identidade que ela já possui.
Eis ai a melodia. Essa cruz o imolado carrega indefinidamente aonde for, como um tropeço a vencer. Não consegue se aprumar. É um desconforto constante nessas situações. Ele parece a si mesmo um mentiroso e a oponente, uma inquiridora antipática. Coisa insurpotável.
A malquista fomentadora desse infortunio, anticristã, é verdade, não se dá conta disso e assídua frequentadora de seus cultos, derrama fanhosos louvores ao Criador. A sua presa infeliz sofre insônias e pesadelos como estar chegando ao grande portão do céu, e já de longe avistar a descabelada com as mãos cheias de pedras para linchá-lo. De outra vez sonha saindo-se de um poço profundo e suspenso sagurando-se com as falangetas na borda do abismo é assolado pela demente pisando-lhe os dedos com os saltos capengas e finos de um sapato ancião.
Quando essa malcriada inventou de distribuir esses pratos-feitos a todos os cantões do mundo, certamante estava mancomunada com o cão de três cabeças chamado Cérbero, o guardador do inferno. E assim o mundo é formado de caluniadores insensíveis e dormentes que não abrem mão de uma escada para do alto se divertem, mesmo olhando abaixo um féretro esparramado.
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