quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

DEVANEIOS - ÉPOCA -DE INVASÃO INVISÍVEL

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14/03/2011 - 16:45 - Atualizado em 14/03/2011 - 17:54
Bahrein: a invasão que ninguém viu
Em meio a protestos contra o governo local, militares da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos entram no Bahrein. Oficialmente, para "proteger o governo local"
Redação Época
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Nas últimas semanas, os governos das principais potências mundiais têm debatido, em diversas instâncias, o que fazer diante da situação de guerra civil em que a Líbia se encontra. Preocupações como viabilidade, custos e riscos de uma operação militar, bem como possíveis reflexos no mundo árabe e na legitimidade das leis internacionais têm pautados as discussões, transformando a Líbia em uma interminável polêmica internacional. Enquanto isso, os emirados e reinos do Golfo Pérsico, pouco ligados às nações de lei internacional e legitimidade vigentes no mundo ocidental, decidiram tentar resolver uma crise semelhante no Bahrein de forma bem mais pragmática e simplista. Nesta segunda-feira, tropas da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos (EAU) invadiram o Bahrein – a pedido da família real barenita – para conter os protestos contra o governo iniciados há um mês.

A ação militar se deu na manhã desta segunda-feira (14), quando um comboio de 150 blindados e outros veículos do Exército saudita cruzaram a ponte que divide a Arábia Saudita do Bahrein, levando pelo menos mil homens para o país vizinho. A intenção oficial, segundo disse um membro do governo saudita ao jornal
The Wall Street Journal, era “ajudar a proteger pontos estratégicos” do Bahrein em meio aos protestos contra a família. A mesma justificativa deu o ministro das Relações Exteriores dos Emirados Árabes, Anwar Mohammed Gergashnwar Mohammed Gergash. "Os Emirados Árabes Unido assegura que esse paso representa a personificação de seu compromisso com os irmãos do Conselho de Cooperação do Golfo", disse Gergash ao jornal local The National. "Isso também expressa evidentemente que a segurança e a estabilidade regionais requerem de nós, neste momento, união para proteger conquistas, deixar a luta sectária de lado e colocar as bases para o futuro".
O Conselho de Cooperação do Golfo citado pelo ministro árabe é uma organização multilateral que reúne, além de Bahrein, Arábia Saudita e EAU, Kuwait, Omã e Catar. Em comum, além da localização geográfica ao redor do Golfo Pérsico, todos são monarquias hereditárias, que não têm a menor intenção de ver a "onda democrática" que passa pelo norte da África chegar ao golfo. Por enquano, o Bahrein, onde reina Hamad ibn Isa Al Khalifa, é o país mais afetado pela onda entre os membros do conselho. Desde 14 de fevereiro, a população protesta contra o governo e pede o fim da monarquia da família Khalifa. Por trás das manifestações populares, há insatisfações com a economia e a falta de liberdades civis. Soma-se a isso, o tempero sectário do conflito no Bahrein. Al Khalifa e a elite do país são sunitas, e tentam controlar há déadas uma população majoritariamente (entre 60% e 70%) xiita, o que torna o Bahrein um país altamente instável. Como fizeram Zine El-Abidine Ben Ali, na Tunísia, e Hosni Mubarak, no Egito, Al-Khalifa aposta na violência contra sua própria população para se manter no poder, mas vem tendo dificuldades para conter o levante. Foi assim que surgiu a necessidade de intervenção estrangeira.
Como não podia deixar de ser, a oposição barenita criticou duramente a ação militar. "Nós consideramos a entrada de qualquer soldado ou equipamento militar no reino do Bahrein como uma flagrante ocupação", disse o partido xiita Wefaq, em um comunicado. Nabeel Rajab, do Centro de Direitos Humanos do Bahrein, foi pela mesma linha. "Este é um assunto interno e vamos considerar isso como uma ocupação", afirmou ele à rede Al Jazeera. "Este passo não é bem-vindo pelos barenitas, não é aceitável. Temos um regime repressivo apoiado por outro regime repressivo", afirmou.
O Bahrein, que abriga a Quinta Frota Naval dos Estados Unidos, é um dos principais aliados americanos na região. Durante os protestos, a Casa Branca vem apoiando a família Al Khalifa ao mesmo tempo que pressiona o rei a atender algumas demandas da população. Nesta segunda, o secretário de Estado assistente para assuntos do Oriente Próximo, Jeffrey Feltman, disse que o governo Barack Obama estava "definitivamente preocupado" com a invasão e que o Bahrein precisava de uma "solução política, não militar".
Apesar das negativas de Bahrein, Arábia Saudita e Emirados Árabes, é possível crer que ação militar dos países do golfo é uma tentativa de suprimir de uma vez por todas o levante barenita. O que conta a favor dessas famílias reais, é que suas preocupações coincidem com as dos Estados Unidos e de outras potências ocidentais. A primeira é que o Irã aproveite a instabilidade no Bahrein e consiga cooptar a população xiita local, deixando a situação ainda mais caótica. A outra é que o levante se espalhe para o golfo e ameace o grosso da produção de petróleo mundial, especialmente na Arábia Saudita, colocando toda a economia em risco. O que contraria o Ocidente é o pouco apreço que as monarquias do golfo têm pelos direitos humanos. Mas com Estados Unidos, França e Reino Unido mais preocupados com a Líbia, e agora, com a crise nuclear no Japão, é bem possível que as monarquias árabes consigam conter a oposição barenita sem atrair críticas da comunidade internacional.
JL

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Comentário

edelvio coelho lindoso | AM / Manaus | 16/03/2011 12:08

Concelho do Golfo, contra insurretos
A. Saudita e EAU invadem com mais de mil o Bahrein, a pedido do Rei. Esses atalhos são usados pelos EUA, no caso da Líbia, quando pediram aos mesmos sauditas, que repassassem armas americanas, aos insurgentes. Captam-se ai as digitais do Império. É neste país que está ancorada a 5ª frota naval americana. O Concelho de Cooperação do Golfo é uma corporação de seis, sob a batuta de Tio Sam, e a salvo das leis internacionais: A. Saudita, Bahrein, EAU, Kuwait, Omã e Catar. Vamos ver a réplica em inglês, do pedido de exclusão aérea na área, e a frota naval americana inverterem a ré pela proa, sinalizando a legalidade moral do ocidente? Que Eua, França e RU estejam preocupados com direitos humanos bahreimitas, é peta.

Edelvio coelho lindoso – 201213


Tudo ai acima ocorreu há 2ªA e 9M e dai pra cá mais nada se falou.  Presume-se que o CCG resolveu internamente as pendências e insatisfações.  Quantas mil chupetas ali foram distribuidas, não se sabe.  Sempre digo que as minorias é que governam sempre.  O silêncio é fúnebre e impera até na mídia.  O Poder anglo-americano é incontestável sabe-se lá por quais magias.  As finanças fortes são dos Árabes, mas o Poder bélico é dos cow-boys.

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