Tenho Cara De Antigamente, Quando Parceiro Era Oereceiro
JANELA ERA POSTIGO
Apolo E Dafne
Vozes do mar- Florbela Espanca
Tens cantos d´epopéias? Tens anseios
D´amarguras? Tu tens também receios,
Ó mar cheio de esperança e majestade?!
Donde vem essa voz, ó mar amigo?...
...Talvez a voz do Portugal antigo,
Chamando por Camões numa saudade!
Vozes do mar- Florbela Espanca
vozes do mar
Quando o sol vai caindo sob as águas
Num nervoso delíquio d´ouro intenso,
Donde vem essa voz cheia de mágoas
Com que falas à terra, ó mar imenso?
Num nervoso delíquio d´ouro intenso,
Donde vem essa voz cheia de mágoas
Com que falas à terra, ó mar imenso?
Tu falas de festins, e cavalgadas
De cavaleiros errantes ao luar?
Falas de caravelas encantadas
Que dormem em teu seio a soluçar?
De cavaleiros errantes ao luar?
Falas de caravelas encantadas
Que dormem em teu seio a soluçar?
Tens cantos d´epopéias? Tens anseios
D´amarguras? Tu tens também receios,
Ó mar cheio de esperança e majestade?!
Donde vem essa voz, ó mar amigo?...
...Talvez a voz do Portugal antigo,
Chamando por Camões numa saudade!
FLORBELA ESPANCA....
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Nocturno
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Amor! Anda o luar, todo bondade, Beijando a Terra, a desfazer-se em luz... Amor! São os pés brancos de Jesus Que anda pisando as ruas da cidade! E eu ponho-me a pensar... Quanta saudade Das ilusões e risos que em ti pus! Traças em mim os braços duma cruz, Neles pregaste a minha mocidade! Minh'alma que eu te dei, cheia de mágoas, É nesta noite o nenúfar de um lago Estendendo as asas brancas sobre as águas! Poisa as mãos nos meus olhos, com carinho, Fecha-os num beijo dolorido e vago... E deixa-me chorar devagarinho...
E assim caminha a Florbela poetando a noite, a cruz e a solidão
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