terça-feira, 10 de novembro de 2015

DEVANEIOS - DE FLORBELA ESPANCA (2)

Tenho Cara De Antigamente, Quando Quem Quer Quantidade Sacrifica A Qualidade
SE O POUCO É BOM, DESQUEIRA O MUITO

Os Deuses Do Olimpo

MINHA CULPA

Sei lá!  Sei lá!  Eu sei lá bem
Quem sou?  Um fogo fátuo, uma miragem...
Sou um reflexo...  Um canto de paisagem
Ou apenas um cenário!  Um vaivém

Como a sorte:  Hoje aqui, depois além!
Sei lá quem sou?  Sei lá?  Sou a roupagem
De um doido que partiu numa romagem
E nunca mais voltou!  Eu sei lá quem...

Sou um verme que um dia quis ser astro...
Uma estrada truncada de alabastro...
Uma chaga sangrenta do Senhor...

Sei lá quem sou!  Sei lá!  Cumprindo fados,
Num mundo de maldades e pecados,
Sou mais um mau, sou mais um pecador

Que conjunção de um pensamento pra definir um nada.  O gênio da Florbela é inaudito.  Sem pecados nas rimas, sem falhar nos balanços, dá conta do recado com seu sem saber do tamanho que sua fita métrica tem.  Deus seja louvado.  Pena que mais uma vez se diminui numa auto-estima de nada.  Não tem lisonjas, mas não pode esconder o quanto não se gosta.

Observação de edélvio coelho lindoso em 111116
(folha 77) e (visualizações 226)








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