segunda-feira, 9 de novembro de 2015

DEVANEIOS - DE FLORBELA

Tenho Cara De Antigamente, Quando Albion, Falésias, Dover, Lembra Ingleses
PEDRAS ALBINAS NAS FALÉSIAS DE DOVER

Tintoretto

"Longe de ti são ermos os caminhos, Há dias sem calor, beirais sem ninhos" - FLORBELA.  "Não importa onde estamos, nossa mente é o nosso lar" - ANÔNIMO.  Se a mente é o nosso lar, como diz a sabedoria popular, Florbela, em seu sofrimento constante, estava sempre em sua casa, torcida em dores com a alma inquieta e carente de amores.  A imagem dos beirais, vale lembrar, de lembranças ancestrais, das casas antigas com telhas em quilhas salientes como símbolo senhorial onde por vezes pássaros pousavam seus ninhos e seus filhotes, alegrando de sons o seu quintal.

A linguagem humana tem poesia, às vezes, e elas podem ser luzidias e sorridentes, como pesadas de dores e pendentes com cores escuras, sôfregas, mórbidas tangendo a morte renitente, importuna e com cara hipócrita de quem quer seu bem.  Florbela tinha espasmos crônicos de solidão e desamparo que corroíam-lhes o âmago, enchiam-lhes de tristeza infinita, de amargor de pessoa não querida, que a matava devagar e aos pouquinhos.  Triste sina de demência antecipada rodeada de inteligência culta porém com alma doente, com frio impertinente na gelhas dos dedos  à procura de outras mãos.

Será que isso é mal de poetas e de sensíveis?  Por que os frívolos, disso não padecem!  Por que os tolos são isentos como crianças, que têm um Deus à protegê-las, sempre?  Deus Pai, simpatizo a Florbela, percebo as dores que ela sente, enxergo as lágrimas, palavras mudas do seu coração, quero levar-lhe alívio, consolo, calor e solidariedade, mas não conheço por qual caminho.  Que todos à quem Altair a está apresentando e eu, um século após seu desenlace, levantemos uma onda de orações em seu favor, e que isso funcione, além da nossa compreensão.

Que suas poesias lindas, seus poemas tocantes nos comovam, que percebamos o choro já um pranto que a envolve, implora companhia e reconhecimento, valores humanos tão pouco usados.  À ser verdade o que ouvimos , de como Kardeck nos explica da atuação do Cristo consolando os seus, que o Espírito da Florbela capte essa onda de calor de seus simpatizantes que daqui se eleve, que lhes seja morna e acariciante, que a acorde esperta e sorridente, feliz com Deus e por nós e célere corra aos pés do Pai, agradeça-lhe efusivamente o dom que lhe deu e adeus tristeza.
   

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