quarta-feira, 25 de maio de 2016

DEVANEIOS - DE LOUVAÇÃO E DESCRENÇA (250514)

Tenho Cara De Antigamente, Quando A Mulher Amava A Mansuetude
A MULHER FEMINISTA DE HOJE É MEIO HOMEM

Mulher Feminina É Assim

domingo, 25 de maio de 2014


DEVANEIOS -DE LOUVAÇÃO DE ONTEM, DESCRENÇA DE HOJE (250514)

Cajueiro-Recife-PE-1950-Tia Amália-Ruth-D.Tude, Atrás, Marlu e Élvio

O RISCO QUE CABE AO CABO, COUBE AO MACHADO
Tenho Cara De Antigamente, Sou Do Tempo Em Que Fio De Bigode Era O Melhor Fiador

Minha Querida Mãe, na sua rústica obrigação moral, sabia honrar seu redondo "Sim, Senhor".  Eram tempos de Paz.  "Cada qual no seu canto e em cada canto, sua dor", cantaria sessenta anos depois, o Chico Buarque, seresteiro e artista, casta tão estimada pelo Criador, que capta o que nós mortais comuns não enxergamos. "O que se louva é também deslouvavel;  é pertinente".  Os tempos mudam, as coisas mudam e a cada dez anos essas mudanças tornam costumes de atrás irreconhecíveis.  Não se cobre das mulheres de hoje o que elas davam de graça naqueles antanhos.  Elas levantaram suas espadas às margens do Riacho do Ipiranga e gritaram:  "Independência ou morte", e ai mataram o glorioso sossego que apascentava os lares.

Hoje, o Lar, o lago da bonança, é praça de guerra, do "manda quem pode, obedece quem tem juízo".  Trocaram o cordial enleio doméstico pelas encoxações dos transportes coletivos.  E agora, reclamar de quem?  O que era inaceitável, agora se aceita, desde que feito com discrição.  Quem ganhou, quem perdeu?  Não se anda pra trás;  então, cabe se andar ligeiro para romper esse espaço de aflição e talvez, virarmos astronautas, para tirar os pés da perdição.  Não voga enganação, essa briga é à vera.  Lá, um cheiro valia mais que dez estalos de beijos linguados e cheios da sexualidade animal de hoje.  Se perguntava:  "Cê quer um "bejo"um "chero" ou um picolé de coco"?  Ela respostava:  "Eu quero um "chero", porque um "bejo" estala, mamãe ouve e fala".  Eis ai a simplicidade das almas puras que já não palmilham por ai.  Vestido de alcinha?  Quando?  E as sianinhas que enfeitavam os contornos das costuras caseiras  das peças simples?  Onde?  E as anáguas que encobriam transparências, e as saias engomadas que simulavam larguras de quadris, que nem existiam?  Sumiram no meio das saudades, do respeito e do "não volta mais".

Quero, exijo, grito, Deem-me de volta o que me roubaram;  não recebo espólios ultrajados, quero as verdades de antigamente, quero meu buço que era o luto pela perda da inocência, quero o direito de afagar o pescoço do broto amado,com resquícios de religiosidade.  Quero o lirismo dos amores lúcidos, brancos e odorizados;  quero a mudez como resposta ao sim;  quero o tremor ridículo da aceitação.  Quero  o reconhecimento da minha macheza, pelo arfar ondeante daquela menina.





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