segunda-feira, 2 de maio de 2016

DEVANEIOS - DE PRAÇA DO ENTRONCAMENTO

Tenho Cara De Antigamente, Quando em 1947 Já Existia Esta Praça Em Recife
EU TINHA 12a E ESTAVA NO SEGUNDO GINASIAL

Menininha distribuindo Milho No Galinheiro

Prestem atenção que só há frangotes neste galinheiro.  A Praça do Entroncamento estava, hoje, indo no sentido das costas do Hospital da Restauração, no seguimento logo após a entrada da rua à direita, onde está o Clube Português.  Era um jardim bastante longo onde existiam árvores de troncos muito grossos e as copas fechadíssimas, há uns 3 ou 4 metros de altura, que dada a proximidade delas, não passava luz do sol, dando a sensação de frio, por todo o tempo.  Num momento  a prefeitura fez ali uma feira livre muito limpa e agradável onde se vendiam facas-quicés com bainha em couro. 

As ruas adjacentes, largas, eram arborizadas com Jambos-do-pará de cor vermelho escuro mas o miolo branco e maciço, tão grandes que era muito, para uma criança.  Voltávamos do CAB pro bairro da Torre onde morávamos, numa patota, um trajeto distante, já que os passes do bonde haviam virado picolé.  Zoávamos, mas antes entrávamos no Clube Português para apanhar cajás, muitos, que púnhamos naquelas embalagens de palha em forma de cone que vestia garrafas de vinho nas festas que ali haviam.  Seriam Emídio, Vasington, Antônio, Bil Toco, meus colegas?  Não lembro nomes.

Feita a coleta pro refresco pro almoço, íamos aos gritos e pinotes como meninos alegres que éramos.  Passávamos pelo Colégio Agnes, internato presbiteriano  de meninas cujo diretor era pai de George, nosso colega, futuro piloto da Varig.  Próximo _a Ponte-de-Uchoa, onde ficava o Museu com suas velharias muito interessantes, dobrávamos à esquerda para passar sobre a ponte de madeira que nos levava à Torre.  Pronto, terreno do Cavalo-Morto por onde entrávamos e passávamos pelo oitão de uma casa que permitia isso à quem quisesse.  Lá, rua José de holanda, 156,  onde eu morava.

Emídio ficava na casa de sua irmã Neusa, onde morava seu pai que era garçom no Clube Português.  Eu ainda passava na carvoaria onde trabalhavam meus amigos Tão e Ciço que tanta saudade me deixam, até hoje.  Chegado em casa eu cantava esganiçadamente para que Neide, a vizinha com namoro de criança soubesse que eu havia chegado.  Ali moramos três anos e aos quinze de idade fomos para o Cajueiro onde eu, como "impossível", eram assim chamados os impulsivos, me formei no aprendizado que era tudo que meus pais não queriam.  Isso é o curso da vida que não controlamos.




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