DEVANEIOS - DE HUMOR - O45
domingo,
21 de julho de 2013
DEVANEIOS
HUMOR
Edélvio coelho
lindoso
Conciliador
é quem oferece carne do outro, ao crocodilo (WC)
Deus
dá, Deus toma.
01
Ganancioso, segurando um andor numa lateral à frente, numa procissão, vê
uma moeda brilhante no chão e se abaixa para apanhá-la. Vê, sob o sol
morrente, uma sombra enorme atrás de si e mete a mão no cachaço do intruso,
gritando: vai pra lá, quem viu primeiro fui eu. Tinha abatido a
imagem do Nosso Senhor, caida do andor.
02
Dois amigos. Um, abatido, querendo a morte. O outro tenta
confortá-lo, aliviando a barra. Deixa pra lá, pessoa alguma viu, só você
e eu estamos sabendo, e amigo é pressas coisas. Um cachorro grande tinha,
num descuido, sodomizado o amigo. Este diz: você não sabe, não te
falei; e as três voltas que ele deu comigo pela praça da Igreja?
03
Dois amigos. Um deles completamente cego de um olho chorava seu
infortunio. O outro o amava muito e instava: Tenhho uma solução pra
você; você me dá e fica inteiramente curado. Você tá doido, eu
nunca fiz isso, que é que tá pensando? --Tô pensando na sua cura.
Sou seu amigo e isto será nosso segredo. O meio cego pensou, pensou
e falou; Cê jura não falar? --Juro. Foram pra debaixo de um
pé de bananeira e váput; quando acoisa tava em andamento, o grito.
--Tira,tira,tira, que tô ficando é cego do outro olho.
04
Duas amigas se avistaram dentro de um onibus superlotado. Uma
estava sentada no meio, no banco ao lado da janela. A outra,
espalhafatosa, foi arredando gentes até onde ela estava. Começou o zum,
zum, zum; a da janela --oi fulana, te lembras de fulaninha? --que
tem? --casou. isso aos gritos, todo o mundo ouvindo. --Que
mais? --a do salão debruçou-se sobre a passageira do banco do corredor, e
no ouvido da amiga. cochichando, disse alguma coisa. A devassa, com os
olhos brilhando, berrou; mas no U, mas no U?
05
Os cinco sentidos do corpo humano se reuniram para decidir quem seria o
Presidente daquela corporação. O Zé Fedorento, lá do andar de baixo,
ficou muito magoado por não ser chamado, e começaram as discenções. Dizia
a vista, eu avisto ao longe, o melhor candidato sou eu. Disse as oiças;
eu ouço mais longe que tua vista; o melhor sou eu. Disse o nariz;
eu sinto odores, posso nos defender, antes da vista e do ouvido; sou o melhor.
Falou a boca; eu grito; é melhor que seja eu. Disse
ainda, as mãos; eu com um tapa, calo vocês todos, seus basbaques. O
Fedorento, aborrecido, falou; vou fazer greve. Passados um, dois,
três dias, a vista ficou turva, o ouvido tinha zumbidos, o nariz ficou
entupido, a boca ficou amarga e as mãos tremiam. Rennidos resolveram
pedir arreglo e gritavam pro fedegoso: aga U, aga U, aga U. Respondia
arreliado, o que não cheira bem: não Ago, não Ago, não Ago. O
Conclave Romano ofereceu paz e a Presidência. -- Incondicional? arriscou
o antigo debochado. --Sim, sim, sim., responderam os conchavados.
Não há nada que uma boa Agada, não possa resolver. Todos riam,
todos se irmanavam e o todo-poderoso bufava; puf, puf, puf, e flatulava também:
fiifii, fiifii, fiifii, alegre e fedorento como sempre; e dava ordens e
discursava: nada como uma cucracia.
Entrou
por uma perna de pato, saiu oor uma perna de pinto, senhor rei mandou dizer que
contassem cinco.
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