quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

DEVANEIOS - DE HUMOR - O45

 

 

domingo, 21 de julho de 2013

DEVANEIOS


HUMOR

Edélvio coelho lindoso

 

Conciliador é quem oferece carne do outro, ao crocodilo (WC)

Deus dá, Deus toma.

01    Ganancioso, segurando um andor numa lateral à frente, numa procissão, vê uma moeda brilhante no chão e se abaixa para apanhá-la.  Vê, sob o sol morrente, uma sombra enorme atrás de si e mete a mão no cachaço do intruso, gritando:  vai pra lá, quem viu primeiro fui eu.  Tinha abatido a imagem do Nosso Senhor, caida do andor.

02    Dois amigos.  Um, abatido, querendo a morte.  O outro tenta confortá-lo, aliviando a barra.  Deixa pra lá, pessoa alguma viu, só você e eu estamos sabendo, e amigo é pressas coisas.  Um cachorro grande tinha, num descuido, sodomizado o amigo.  Este diz:  você não sabe, não te falei;  e as três voltas que ele deu comigo pela praça da Igreja?

03    Dois amigos.  Um deles completamente cego de um olho chorava seu infortunio.  O outro o amava muito e instava:  Tenhho uma solução pra você;  você me dá e fica inteiramente curado.  Você tá doido, eu nunca fiz isso, que é que tá pensando?  --Tô pensando na sua cura.  Sou seu amigo e isto será nosso segredo.  O meio cego pensou, pensou e falou;  Cê jura não falar?  --Juro.  Foram pra debaixo de um pé de bananeira e váput; quando acoisa tava em andamento, o grito.  --Tira,tira,tira, que tô ficando é cego do outro olho.

04    Duas amigas se avistaram dentro de um onibus superlotado.  Uma estava sentada no meio, no banco ao lado da janela.  A outra, espalhafatosa, foi arredando gentes até onde ela estava.  Começou o zum, zum, zum;  a da janela --oi fulana, te lembras de fulaninha?  --que tem?  --casou.  isso aos gritos, todo o mundo ouvindo.   --Que mais?  --a do salão debruçou-se sobre a passageira do banco do corredor, e no ouvido da amiga. cochichando, disse alguma coisa.  A devassa, com os olhos brilhando, berrou;  mas no U, mas no U?

05    Os cinco sentidos do corpo humano se reuniram para decidir quem seria o Presidente daquela corporação.  O Zé Fedorento, lá do andar de baixo, ficou muito magoado por não ser chamado, e começaram as discenções.  Dizia a vista, eu avisto ao longe, o melhor candidato sou eu.  Disse as oiças;  eu ouço mais longe que tua vista; o melhor sou eu.  Disse o nariz; eu sinto odores, posso nos defender, antes da vista e do ouvido; sou o melhor.  Falou a boca;  eu grito;  é melhor que seja eu.  Disse ainda, as mãos;  eu com um tapa, calo vocês todos, seus basbaques.  O Fedorento, aborrecido, falou;  vou fazer greve.   Passados um, dois, três dias, a vista ficou turva, o ouvido tinha zumbidos, o nariz ficou entupido, a boca ficou amarga e as mãos tremiam.  Rennidos resolveram pedir arreglo e gritavam pro fedegoso: aga U, aga U, aga U.  Respondia arreliado, o que não cheira bem:  não Ago, não Ago, não Ago.  O Conclave Romano ofereceu paz e a Presidência.  -- Incondicional? arriscou o antigo debochado.  --Sim, sim, sim., responderam os conchavados.  Não há nada que uma boa Agada, não possa resolver.  Todos riam, todos se irmanavam e o todo-poderoso bufava; puf, puf, puf, e flatulava também: fiifii, fiifii, fiifii, alegre e fedorento como sempre; e dava ordens e discursava:  nada como uma cucracia.

Entrou por uma perna de pato, saiu oor uma perna de pinto, senhor rei mandou dizer que contassem cinco.


 

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